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Pela manhã, Mary levantou-se do sofá e andou até o quarto, onde o albino descansava.
Ainda era cedo, por volta das sete e meia da manhã. Mas ela não se incomodou pelo horário, mas também não quis incomodar o albino que suspirava e fazia caretas ao se mover na cama.
Ele parecia mais calmo, apesar da dor em seu corpo.
Assim como ela.

Mary andou até o banheiro e lavou o rosto, observando seu reflexo no espelho. Seus olhos pareciam sem brilho. Angustiados e apagados.
Ela estava cansada.
Não se prendeu muito ao seu reflexo e logo enxugou seu rosto com uma toalha.

Ao sair do banheiro, andou novamente até a sala, decidindo jogar a garrafa de vinho fora — já que estava completamente vazio.
Andou até a lata de lixo, com a garrafa vazia em suas mãos e jogou-a no lixo, sem qualquer cuidado.
A garrafa não quebrou, mas o barulho foi alto o suficiente para acordar o albino.

Assustado com o barulho que o fez acordar subitamente, levantou-se em passos lentos e cautelosos, andando até a cozinha.
Sua testa franziu em confusão ao ver Mary ali, parada, estática em frente à lata de lixo. Em seu rosto, não havia nenhuma expressão, mas ela estava calma e controlada.
Ouvindo o barulho de passos — por mais que fossem baixos e cautelosos — ela virou-se em direção ao barulho, vendo Gojo parado na porta com uma expressão confusa.

— Bom dia — disse Mary, calma e com o tom de voz normalizado. Sem estranheza ou constrangimento.

Parecia ter esqueci de todas as memórias do dia anterior.
Ou pelo menos parte delas.

— Bom...dia — meio confuso, retribuiu o cumprimento.

Mary virou-se novamente para a lata de lixo, normalmente, e fechou a tampa.
Voltou a andar para a sala, passando por Gojo calma.
Não olhou para ele, mas continuou de cabeça erguida.

— Está na hora de voltarmos para o Colégio Jujutsu. — indagou retoricamente, ao pegar as taças em cima da mesa.

— Ah, sim — resmungou Gojo, estranho.

Ela estava confuso com a forma que Mary estava agindo, chateado, até.
Talvez tivesse sido tão pouco ao ponto dela esquecer de uma hora para outra, era o que ele pensava.
Porém, Mary ainda se martirizava-se mentalmente pela falta de conduta da noite anterior. Tais pensamentos de culpa não sairiam de sua mente tão cedo.

Mary terminou de arrumar a bagunça e voltou-se para Gojo, que ainda tinha sua testa franzida.

— Algum problema? — tombou a cabeça para o lado, estranhando o comportamento do homem.

— Não, nenhum. — respondeu após balançar a cabeça negativamente, negando algo a si mesmo.

Mary deu de ombros, relaxando enquanto Gojo voltava para o quarto, pegando seu óculos escuro.

— Vamos? — perguntou assim que o albino apontou na porta do quarto.

Sem responder, Gojo apenas acentiu, sentindo-se inquieto.
Mary abriu a porta e esperou que ele passasse para então fechar a porta e andar à sua frente em direção ao elevador.
O elevador não demorou para abrir e ambos entrarem, sem trocar qualquer palavra.
O silêncio era tenso. Incômodo. Mas nenhum deles fazia questão de acabar com o clima.

O elevador abriu e foi se enchendo.
As pessoas encaravam Gojo e Mary abismados, completamente surpresos e envergonhados. Se sentiam meros humanos ao lado das belas divindades.

Mary forçou seu sorriso costumeiro voltar ao seu rosto assim que as pessoas entravam e saiam.
Estava perturbada e meio desnorteada pelo cheiro e pelas energias que as pessoas ali transmitiam. Sentiu-se tentada a se aproximar do albino, mas não o fez. Não queria aumentar o clima incômodo entre eles, estão se aproximou mais da barra do elevador e a apertou com força, evitando respirar muito profundamente.
Ainda que o cheiro viesse até ela.

Fechou os olhos e prendeu a respiração, apertando a barra de ferro e escutando-a ranger sobre seus dedos.
Tentou contar até cem ou até o número que fosse necessário, e assim fez, até o elevador chegar ao primeiro andar.
Não correu para fora do elevador e esperou que as pessoas na frente saíssem para depois andar para fora, em passos graciosos.
Sua postura era impecável, assim como seu andar e seus movimentos sutis.
Gojo a seguia de perto, evitando ter contato com ela. Evitava olha-la ou pensar nela.

Ambos se envolveram em uma camada de estranheza e se evitaram. Sem palavras, sem questionamentos e sem interação.

Ao saírem do local, pararam em frente à um táxi, no qual Mary teve a iniciação de entregar um papel com o endereço próximo do Colégio Jujutsu.
Esperou que Gojo entrasse no táxi, e assim que o fez, retirou uma nota de cem yenes do bolso, entregando para o motorista e pagando a corrida.
Mary não entrou no carro e se encontrou no vidro do carro, se explicando ao ver a careta confusa do albino.

— Tenho que fazer algo antes de voltar — explicou resumidamente, sem detalhes. — Conversarei com o diretor Yaga mais tarde, assim que retornar.

Gojo apenas acenou e Mary se afastou da janela do carro, deixando-o partir.

•♡•

A andada de Mary era lenta. Sem destino.
Ela mentiu ao dizer que tinha algo para fazer. Ela não tinha. Absolutamente nada.
Ela só estava cansada e não queria ser vista chegando com o albino no Colégio.
Seus problemas ainda bagunçavam sua mente e ela não precisava de mais um ao chegar no Colégio.
Ainda estava pensando se contaria a verdade ao diretor Yaga ou mentiria, apesar de não ter tanta certeza se o albino falaria a verdade.
Não queria mais problemas.

Com esses pensamentos, ela parou.
No meio da estrada. Não havia carros ou qualquer automóvel no local.
Estava vazio.
A não ser pelas maldições que rodavam o local excessivamente.

— Pelo visto, nem mesmo aqui terei paz. — resmungou Mary, apertando os olhos.

𝔄𝔰 𝔇𝔲𝔞𝔰 𝔉𝔞𝔠𝔢𝔰 𝔡𝔬 𝔇𝔦𝔞𝔟𝔬 |° 𝙹𝚞𝚓𝚞𝚝𝚜𝚞 𝙺𝚊𝚒𝚜𝚎𝚗 Onde histórias criam vida. Descubra agora