Capítulo 9.

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Luma.

Eu nunca na minha vida tinha ficado tão feliz por chegar sexta feira, não via a hora de brotar no baile pra esquecer que a minha vida tá só ladeira abaixo.

Não sei o que vou falar pra minha mãe, pra convencer ela a me deixar ir, mas depois do churras que rolou durante essa semana ela tá com zero moral comigo.

-Amiga cê sabe se o Kl tá puto comigo?-Perguntei pra safira, me sentando de lado no banco da pracinha.

Safira: Sei não bebê, comigo ele não comentou nada. Por quê?

-Tá me dando altos gelo no whats.-Sorri de nervoso.

Safira: Ih, nem leva pro coração. Ele sempre foi disso com todo mundo amiga.

-Comigo não, esse que é o problema. Mas deixa pra lá.-Fiz um coque nas minhas tranças.

Eu sei que eu não fiz nada pro Kl, isso que tá me deixando pra baixo. Será que ele cansou de mim por ser toda fodida emocionalmente? Minha intenção nunca foi sobrecarregar ele com os meus problemas.

No dia depois do churras com a chernofamily ele combinou de encontrar comigo na lanchonete da dona Duda pra comer um lanche e acabou furando, daí dois dias depois, pra se redimir, ele jurou que ia passar lá em casa e a gente ia terminar de ver aquela bosta de filme, e adivinhem só? Ele não apareceu também.

Safira: Que horas é pra ir pro baile?-A voz dela me tirou dos meus devaneios.

-Eu vou às vinte, o resto eu não sei.

Safira: Também, até porque pretendo sair cedo.

-Vai na onde?

Safira: Dar uma fugidinha com o Henri, aproveitar que vai estar todo mundo no baile, vou arrastar ele lá pra casa.

Fiquei mais um tempinho trocando ideia com ela e depois fui pra casa, chegando lá fui direto pro quarto e coloquei o meu despertador pra tocar daqui duas horas antes de cair morta na cama.

{...}

Desliguei o despertador e bocejei, esfregando o rosto antes de me levantar.
Joguei a roupa que separei pra vestir na cama e fui tomar um banho rápido, voltando no quarto e me vestindo em poucos minutos.

Fui pro banheiro novamente e depois de me posicionar em frente ao espelho comecei a fazer as poucas coisas que sei no meu rosto; preenchi minhas sobrancelhas, fiz um delineado e passei máscara nos cílios antes de passar um gloss vermelho nos meus lábios.

Peguei uma cadeira na sala e arrastei pro quarto, posicionei ela bem do lado do guarda-roupas e subi pra pegar um dinheiro que tenho guardado.

Depois de pegar taquei o dinheiro na capa do meu celular e enfiei o mesmo no bolso traseiro da minha saia.

-Ô MÃE.-Gritei arrumando a cadeira por baixo da mesa.-Tô saindo.-Falei ouvindo a porta do quarto dela abrir.

Benê: Vai aonde?-Se apoiou na parede e me encarou de cima a baixo.-Uma hora dessas vestida desse jeito, Luma?

-O que tem?-Indaguei olhando pra mim mesma, tava vestindo uma mini saia jeans de lavagem escura com alguns rasgões, um top branco com decote e uma jaqueta também jeans que fazia conjunto com a saia.

Benê: Aonde você vai?-Cruzou os braços.

-Baile.

Benê: Eu pensei que já tinha falado pra ti que aquilo não é ambiente de moça digna, será que sonhei?-Cruzou os braços.

-Eu acho.-Falei dando de ombros.

Benê: Pois então agora tá falado, pode voltando pro teu quarto.

-Nossa mãe, nada a ver. Quando tu deve falar não fala, eu hein.-Já queria chorar de ódio.

Benê: Você que sabe, afinal de contas é tu mesmo que vai sair prejudicada indo pra ambiente desse tipo vestida como uma qualquer.

Fechei os olhos expirando e inspirando e dei as costas, saindo de casa antes que terminasse falando coisas que depois ia me arrepender.

Passei na casa da dona Paula pra esperar a Drielly terminar de se arrumar e depois de passarmos na frente da casa da Safira fomos pra quadra onde o baile já rolava com a música no último volume.

Avistamos o Henri conversando com um cara já no começo, em uma mão ele segurava uma garrafa de tequila e em outra o seu copo. Peguei a garrafa da mão dele e já mandei goela abaixo, bagulho desceu ardendo na minha garganta.

Henri: Eita bebês.-Riu e passou a língua nos lábios ao olhar pra Safira.-Tu nem é de beber, para de show que tu não é a Xuxa.-Falou antes de pegar a garrafa de volta.

-Tem primeira vez pra tudo, não é?-Sorri forçada e comprei logo uma garrafa de conhaque.

LUMA. - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora