Luma.
Acordei esfomeada, última vez que comi devia ser sete horas da manhã. Virei pro lado, vendo o Khalil mexendo no celular e me sentei depois de tirar a coberta de cima de mim.
Khalil: Achei que tu tivesse morrido, papo reto, cinco horas dormindo direto.-Bloqueou o celular.
-Que horas são?
Khalil: Oito da noite já, fia.
-Isso explica essa fome toda que tá me corroendo.
Khalil: Sabia que tu ia ter fome, tentei fazer lanche e quase queimei a casa, minha mãe trouxe pizza.
-Nem tô mais aqui.-Saí da cama num pulo e depois de calçar minhas havaianas abri a porta do quarto e saí correndo lá pra baixo.
Já cheguei sentando na mesa, tava a tia Ana, o Henri e a Safira. Franzi as sobrancelhas.
-Cês já...-Apontei pra eles dois e a Safira fez que sim com a cabeça.
Ana: Na verdade eu sempre soube desses dois, só fingia que não sabia porque se eles não queriam contar eu não tinha o direito de forçar, né?-Deu de ombros.
-Tendi.-Respondi e já botei logo cinco fatias de pizza num prato.
Henri: Pratão da pedreira.-Falou olhando pro meu prato.-Gostaria de saber onde toda essa comida vai.
-Vai chorar?-Dei a língua pra ele e o Khalil chegou junto.
Comemos à beça, tava muito bom, depois ainda vimos um filme de comédia e quando ele terminou eu me despedi e meti o pé.
Cortei caminho por uma rua perto da minha casa, e quando ia descer as escadas só senti uma mão grudar no meu cabelo e me puxar pra trás com tudo, fazendo eu cair naquele chão imundo.
Nem tive tempo de me levantar, a mulher veio montando em cima de mim e o meu sangue gelou quando eu vi quem era: a mãe do Samuel.
Vitória: É tu mesmo que eu queria encontrar, putinha.-Pegou forte nas minhas tranças, fazendo eu sentir uma dor forte no couro cabeludo.
-Me solta, tá doendo.-Tentei tirar a mão dela e senti um tapa ardido no meu rosto.-Sai, porra, maluca.-Tentei chutar ela, que ela facilmente prendeu minhas pernas com as dela, fazendo as minhas ficarem imóveis.
Ela ficou olhando pra mim fixamente e depois de um tempo soltou uma risada alta e negou com a cabeça. Nisso eu continuva tentando me soltar, em vão, ela era duas de mim, bem mais forte do que eu.
Vitória: Tô tentando achar o motivo pro meu marido ter transado contigo.-Falou com nojo.-Mas não vejo razão plausível pra ele ter sido tão baixo ao ponto de se envolver com uma mulata nojenta, fedida.
-Talvez seja porque razão não se vê...-Meu rosto virou com tudo, batendo no chão com o impacto do murro que ela deu no canto da minha boca.
Senti o gosto do meu próprio sangue e fechei os olhos, esperando pelo próximo, mas ele não veio, muito pelo contrário, parei de sentir o peso dela sobre mim e abri o olho.
Tava ela se debatendo enquanto o Barão puxava ela na força do ódio, ele sempre tava com cara fechada, mas hoje tava o auge.
Barão: Vai ser cobrada da melhor forma.-Falou perto do ouvido dela, enquanto ela ainda se debatia, querendo voar em cima de mim.
Vitória: Tá de brincadeira, só pode!-Berrou transtornada e ele jogou ela no chão, um pouco longe de mim.
Ela fez menção de avançar na minha direção e ele segurou ela de novo, antes de olhar pro vapor que tava com ele.
Barão: Se ela se mexer atira no pé.-O vapor concordou com a cabeça.
Vitória: Eu não fiz nada demais, você não pode fazer isso comigo!
Barão: Nada demais?-Repetiu incrédulo.-Foi racista, pegou alguém na covardia e bateu em menor de idade sendo que não é pai e nem mãe dela.-Apontou o dedo na cara dela e ela abaixou a cabeça.-Vai 50, leva ela pro galpão e aciona o Pt pra cobrar.
O vapor assentiu e saiu puxando a mulher mesmo contra a vontade dela. Barão ficou olhando eles se afastarem e quando olhou pra mim eu virei o rosto, todo dia eu passo uma humilhação diferente.
Tava exausta, cansada de tanta merda acontecendo comigo, encostei minha testa no meu antebraço e botei pra fora a minha angústia em forma de lágrima.
Senti a mão dele acariciando as minhas costas e em seguida meu corpo foi erguido do chão. Ele passou uma mão na dobra das minhas pernas e outra nas minhas costas, me pegando no colo, antes de começar a caminhar pra longe dali.
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LUMA. - Livro III
Romance+17|Prova viva de que o amor não tem cor, raça ou idade, de que ele é pontual, chega na hora que tem que chegar e no nosso caso ele veio pra ficar. 3° e último livro da trilogia 'Meu Primeiro Amor.' 𝓐-𝓥𝓲𝓻𝓰𝓲𝓷𝓲𝓪𝓷𝓪. ©2022.