Capítulo 28.

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Maratona.
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Khalil.

Descalcei e sentei na minha cama, apoiei as costas na cabeceira e puxei a Luma pra sentar no meio das minhas pernas, ela sentou de lado, pra poder olhar pra mim, e suspirou antes de deitar a cabeça no meu peito.

Acariciei o braço dela, vendo ela fechar os olhos, e se aconchegar mais nos meus braços. Ela não tem noção do quanto eu senti falta disso.

Luma: Eu não sei se tu já reparou, mas eu tenho estrias.-Explicou com a voz embargada.-São bem fracas então são poucos os que já notaram, nunca vi problema até o Samuel falar que eu devia fazer tratamento.

Só podia, porra, quantas vezes eu falei que ela ia quebrar a cara com esse pau no cu. O dia que eu pegar ele eu não vou soltar por nada, só sabe fuder com o psicológico dela, velho.

-Cê não tem que fazer porra de tratamento nenhum.-Me irritei.-Ele que tem, e se tu fizer vai ter que ser porque tu quis, não porque alguém falou.-Passei a mão na cabeça, respirando fundo.-Pô, esse cara deve se esforçar muito pra gostar de mulher.-Ri incrédulo.

Luma: Como assim?

-Mulher tem isso, Luma, tu não é a primeira e nem a última que vai ter. Minha mãe tem também, mulher tem isso e muito mais, eu acho que no dia que ele descobrir o que é mulher de verdade ele morre de vez.

Luma: Eu sei, eu tento não pensar nisso, mas é inevitável.

-Esquece essa porra, tudo que sai da boca daquele ali é merda, vai ligar mermo? Tu é linda, de longe a mina mais linda que eu já vi, suas imperfeições te tornam mais perfeita.-Falei olhando nos olhos dela que abriu um sorriso mó tímido.

Luma: Você tá falando isso pra eu não me sentir mal, aí não vale né?-Desviou o olhar e eu peguei no rosto delicado dela com as duas mãos.

-Eu tô falando isso porque é a verdade que os meus olhos veem.

Luma: Tu é a coisa mais linda, sério.-Passou os braços em volta do meu pescoço e me abraçou.-Me desculpa por ter duvidado da sua palavra quanto ao que rolou no baile.-Falou desfazendo o abraço e deitou a cabeça no meu ombro.

-De boa.-Falei acariciando a cintura dela antes de apoiar a minha cabeça na dela, curtindo a calmaria que só ela me trazia.

-Qual foi? Tá chorando por quê?-Perguntei quando senti as lágrimas dela me molhando.

Luma: Eu transei com o Barão.-Falou fungando. Do jeito que tava eu fiquei, petrificado.-Fala alguma coisa.-Implorou com o nariz vermelho.

-Ele fez alguma coisa que tu não curtiu?-Perguntei preocupado pela forma que ela tava chorando.

Luma: Não.-Negou com a cabeça, secando o rosto com a manga do moletom.-Eu me sinto mal, me sinto suja porque além dele ter mulher ele é pai do Samuel e apesar dele ser uma pessoa horrível, ninguém merece isso.

-Tu planejou isso?-Perguntei calmo e ela negou com a cabeça.

Luma: Eu nunca faria isso! Naquele dia eu tava triste, furiosa, angustiada, agi sem pensar, na intenção de esquecer a dor que tava sentindo.

-Tu curtiu ao ponto de querer repetir?

Luma: Não sei, acho que não... Foi bom e tal, mas quando caiu a ficha eu me senti péssima, ele é casado, né? Sem condições!

-Pode pá, já foi também. Não dá pra voltar no passado.-Ela concordou com a cabeça e eu limpei os vestígios de lágrimas em seu rosto.

Luma: Por que você se afastou de mim?-Perguntou o que eu mais temia, depois de alguns minutos em silêncio.

-Esse negócio de tu ter duvidado de mim me deixou puto, foi mal.-Falei a primeira parada que veio na minha mente, o que não era mentira, mas tava longe da verdade oficial.

Luma: Desculpa mais uma vez.-Tateou a cama até achar a minha mão e entrelaçou os nossos dedos.

A verdade é que já tem um tempo que eu tô sentindo um bagulho diferente pela Luma, e essa parada tá me assustando. Nunca me apaixonei pra afirmar algum bagulho, mas pô, pelo que ouço as pessoas falarem eu já me liguei que o que eu sinto por ela não é amor de melhor amigo.

Eu me afastei pra ver se passava, mas ter ela aqui, na minha cama, nos meus braços, só me fez perceber que o sentimento aumentou quando devia ter diminuído.

Senti a respiração quente e tranquila dela no meu pescoço, olhei pra baixo e vi que ela tava dormindo.

Saí de trás dela com cuidado pra não acordar ela, e a deitei na cama, após descer da mesma. Cobri ela e fui saindo do meu quarto.

Ana: Eu shippo.-Falou quando eu terminei de descer as escadas.

-Quem?

Ana: Para de se fazer de doido, menino.

-Ih, tu tá de viagem e eu que sou o doido?-Neguei com a cabeça passando por ela, que seu um tapa no meu pescoço, e fui pra cozinha fazer um lanche pra quando a Luma acordasse.

-
Maratona concluída.✔

Ia ser quatro capítulos, porém eu não tenho certeza ainda do que vai rolar no próximo, então preferi parar no terceiro mesmo.

LUMA. - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora