Capítulo 43.

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Luma.

Minha mãe escovou meus dentes e depois me deixou com a minha galera.

Depois de bastante tempo só falando merda no meu ouvido, geral começou a se despedir e meter o pé porque infelizmente o horário de visita já tinha acabado.

O safado do Khalil, bem do esperto, deixou todo mundo vim dar tchau primeiro e aproveitou pra ficar sozinho aqui comigo.

Khalil: Cara, eu ainda não tô acreditando que tu ficou na rua no meio do confronto, malucona hein.

-Até parece que eu tive muita escolha.-Revirei os olhos.-Negócio era morrer na mão de policial ou no meio da trocação, mil vezes trocação.

Khalil: É, morrer na mão de cana ia ser foda.-Falou acariciando a minha mão.-Porra, ainda bem que tu tá bem, neguinha, não sei o que eu ia fazer sem tu.

-Até parece que eu ia partir pra melhor sem fazer tu pagar minhas tranças uma última vez, vai sonhando, vai.

Ele sorriu antes de se aproximar e abaixar na minha frente, levando sua mão em direção à minha nuca e colar nossas bocas, dando início a um beijo lento.

Fechei os olhos sentindo o ar começar a faltar, e quando voltei a abrir meus olhos, eles arregalaram ao ver o Barão e não o Khalil na minha frente.

Fechei os olhos novamente, com o coração pra lá de disparado e quando voltei a abrir tava o Khalil me encarando com as sobrancelhas franzidas.

Como assim?

Khalil: O que foi?-Perguntou se afastando.

-Nada, só tô meio cansada.-Respondi olhando pro teto.

Khalil: Tá mentindo.-Falou e eu neguei na hora.-Fala olhando no meu olho então.-Virou meu rosto, fazendo eu olhar no olho dele.

Porra, mil vezes fudeu! Nunca que eu vou conseguir mentir olhando no olho de alguém se não for extremamente necessário, acho que é o auge da baixaria.

-Promete que não vai ficar puto?-Perguntei baixinho.

Khalil: Vou ficar é se tu não falar logo.-Cruzou os braços.

-Eu...-Cocei a testa, respirando fundo.-Eu pensei no Barão.

Khalil: Quando eu te beijei?-Assenti e desviei o olhar.-Porra, Luma...

-Desculpa.-Falei sentindo um nó na garganta.

Khalil: Tu curte ele?-Perguntou depois de muito tempo calado e eu fui sincera.

-Eu acho que sim, sei lá. Também sinto algo por você, só não é...

Khalil: Mais forte do que o que você sente por ele.-Falou por mim.

-Eu não falei isso.

Khalil: Não precisava, te conheço Luma, tá mais do que explícito.-Falou esfregando o rosto com a mão.

-Me desculpa, Khalil, de verdade.-Falei com o olho lacrimejando já.-Tu sabe que é a última pessoa que eu ia querer magoar nesse mundo, não sabe?

Khalil: Tá de boa, ninguém manda no coração não.

Quando eu ia responder apareceu uma enfermeira e falou que o horário de visita já se estendeu demais, pedi desculpa mais uma vez e ele só foi sem falar mais nada.

Cara, se eu perder a amizade dele eu não sei se vou aguentar.

Escutei duas batidas na porta antes de ser aberta, era a tia Mari perguntando se eu tava de boa pra tomar banho, porque o médico já tinha liberado.

-Sério que tu vai me ajudar?-Perguntei chocada, muito estranho a minha mãe não ter causado uma cena por isso.

Mariana: Tu não quer a minha ajuda?

-Claro que quero! Tô admirada que a minha mãe deixou, só isso. Nunca entendi o problema dela com você.

Mariana: Depois cê vai entender, meu amor.‐Deu um beijo na minha testa e olhamos pra porta sendo aberta, era o tio Lucca entrando.

Ele olhou pra mim e pra tia Mari, e abriu um sorriso lindo, de bobo apaixonado mesmo. Esses dois estão muito estranhos.

Tio Lucca deixou uma muda de roupa minha por cima do sofá e entregou a minha toalha pra tia Mari antes de me pegar no colo indo pro banheiro, e me colocar sentada na cadeira de plástico que estava dentro do box.

Lucca: Vou esperar lá fora.-Falou pra nós e saiu do quarto.

Tia Mari fez um coque nas tranças dela, fechou a porta do banheiro e me ajudou a tirar aquele vestido horrível de hospital, antes de empurrar a cadeira onde eu tava sentada mais pra trás, fazendo ela ficar debaixo do chuveiro, e ligar o mesmo na água morna.

Ela colocou um pouco de gel em uma esponja de banho e começou a passar no meu corpo cuidadosamente, eu tava amando ter eles cuidando de mim.

Luma: Acho que vou considerar ser baleada mais vezes se for pra acabar sendo cuidada por vocês.-Falei quando ela ergueu o meu braço e passou a esponja na minha axila.

Mariana: Garota?-Negou com a cabeça e gargalhou.-Fala isso não, tu não tem noção da angústia que a gente passou.

Depois do banho eu vesti, com a ajuda da tia Mari, da dona Paula, e da dona Lúcia, tava sendo mimada real. Depois que elas foram embora a minha mãe trouxe comida e sentou no sofá quando o tio Lucca falou que ia me ajudar.

Ele deu comida na minha boca, se recusou a me deixar comer sozinha, e depois fez cafuné na minha cabeça até eu adormecer.

LUMA. - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora