Capítulo 18.

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Luma.

Cantei baixinho a música que tocava na minha playlist e continuei subindo a ladeira na mó paz, ao chegar na minha rua reparei que tinha uma moto daquelas de rico bem do lado do portão, já pausei a música e bloqueei o celular antes de tirar os airpods da minha orelha.

Não tinha ninguém por perto, então boto fé que nem é nada. Dei de ombros depois de olhar em volta, pra ver se achava alguém, e passei a chave no portão, entrando no quintal em seguida.

Abri a porta que dá pra sala e soltei um grito de susto ao ver o tio Lucca sentado no sofá.

-Caralho.-Levei a mão no meu peito, sentindo o meu coração bater disparado e respirei fundo, vendo ele se levantar.

Lucca: Saudade foi tanta que quase teve um treco aí, efeito Lucca né não?-Abriu os braços e eu corri em sua direção, quando alcancei apertei ele com todas as minhas forças.-Pô, tava com saudade mermo hein, pretinha?-Beijou a minha cabeça e eu não soltei ele por nada, foi sentar e ainda tava eu grudada nele.

Eu não sei, se é pelo fato de eu ter crescido sem um pai, mas cara, o tio Lucca é tipo o meu porto seguro, tirando o Kl, a primeira pessoa que eu penso em correr nos braços quando tô mal é ele, sinto que quando tô no abraço dele nada pode me machucar, é doido, eu sei, mas ele é o mais próximo que eu tenho de figura paterna.

-O que cê tá fazendo aqui?-Sorri depois de desfazer o abraço.-E como tu entrou?

Lucca: Tua mãe abriu pra mim antes de meter o pé.-Falou mexendo nas minhas tranças.-Vim te ver, pode mais não?-Estranhei, ele sempre pergunta se eu tô por cá antes de vim.

-Pode, claro que pode!-Deixei a mochila de lado e já fui tirando meus tênis.

Lucca: Tu quer dar uma volta?

-Ainda pergunta?-Ele riu e eu fiz um rabo nas tranças antes de calçar minhas havaianas e sair de casa com ele atrás de mim.

A gente ficou andando pelo morro, igual a gente sempre fazia quando tava junto, e depois de um tempo paramos na lanchonete da dona Duda, pedimos uns lanches e sentamos em uma mesa de dois lugares.

Nem bem chegamos e eu já senti uns olhares queimando as minhas costas e ouvi uns burburinhos.

Já até imagino o motivo, é cada absurdo que sou obrigada a ouvir sempre que sou vista com o tio Lucca, de marmita dele pra baixo...

Minhas pernas começaram a balançar automaticamente, sempre acontece quando tô nervosa ou desconfortável, parece que elas ganham vida própria.

Lucca: Que foi?-Olhou debaixo da mesa, vendo que as minhas pernas não paravam por nada e eu só neguei com a cabeça.

O olhar dele passou por todo lugar até que parou num ponto específico, atrás de mim, do lado do meu ombro direito, nem me dei ao trabalho de olhar pra não ficar mais ansiosa.

Lucca: Tá olhando o quê, caralho?-Falou alto.-Quer tirar foto, pra ver se dura mais não?-Escutei uma voz feminina respondendo que não e então finalmente parei de sentir olhares sobre mim.

Suspirei de alívio e quando ia agradecer veio a garçonete com os nossos lanches em uma bandeja. Ela abaixou a blusa, quase fazendo os peitos saltar pra fora e se abaixou mais do que o necessário, pra fazer o tio Lucca olhar pra eles, em vão, porque ele não tirou o olhar de mim em momento algum.

Quando ela cansou de não ser notada saiu com o rabinho entre as pernas e a gente começou a comer.

-Isso é bom demais, na moral.-Falei com a boca cheia mesmo, me referindo ao cachorro quente.

Ele abriu um sorriso bobo enquanto me olhava e eu soltei um suspiro involuntário de prazer, de tão bom que aquilo tava.

Lucca: Pô, tu me lembrou da Mariana agora, saudade da minha preta.

-Oxi, cês tão brigados?

Lucca: Bate na madeira, truta, é porque a última vez que eu vi ela foi hoje no almoço.

-Ata.-Dei risada.-Menos mal então.

Continuamos comendo em silêncio, cada um no seu mundo, até a voz dele me fazer voltar pra realidade.

Lucca: Ô pretinha.-Olhei pra ele.-Cê tá ligada que o Samuel não é cara pra tu, né?

-Por que cê diz isso? Como você sabe sobre a gente?

Lucca: Como eu sei é o de menos, ele te deu droga, Luma.

Khalil seu desgraçado.

-Ah não tio, além de mentiroso o Kl ainda é X9?-Ri se nervoso.-Muito defeito pra uma pessoa só!

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Livro novo na área bebês, aproveitar que a inspiração tá mara, né. Já adicionem nas bibliotecas de vocês o meu mais novo filho: "GENUÍNO."

LUMA. - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora