Capítulo 41.

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Mariana.

Terminei de comer o lanche, que o Lucca e a minha mãe praticamente me forçaram a comer, e dei um gole na minha garrafa de água.

Drika: Amiga.-Chegou do meu lado arrumando a bolsa no braço.-A gente já vai, se precisarem de algo não hesite em ligar.

-Vou sim, pode deixar.-Assenti e abracei ela, vendo a Ana se aproximar antes de se juntar ao abraço.

Ana: A gente também já tá indo, amor.-Falou se referindo a ela e aos filhos.

-Vão com Deus.-Dei um sorriso fraco e elas foram falar com o Lucca.

Drielly: Tia, pelo amor de Deus, se ela acordar cê me liga e eu venho correndo.-Falou me abraçando e eu assenti antes de dar um beijo na testa dela.

Depois foi o Ht, o Henri, o Khalil e por fim a Safira a vir se despedir antes de saírem do hospital.

Estávamos nesse processo já há uma semana, isso mesmo, faz uma semana que a minha filha tá em coma.

No comecinho da tarde vem todo mundo na esperança de ouvir que ela saiu dessa e no fim do dia acaba ficando eu, o Lucca, minha mãe, dona Paula e dona Benê aqui.

Meu celular vibrou e eu desbloqueei, vendo que era mensagem do Barão perguntando se a gente já tinha saído do hospital, falei que não e que ia avisar na hora que a gente saísse.

Quando a Luma foi pra sala de cirurgia os enfermeiros entregaram as coisas dela pra mim, uma dessas coisas foi o celular, quando o Lucca foi pra frente do hospital com o Ht o celular dela chamou, era o Barão, eu atendi, expliquei tudo o que tinha acontecido e desde então ele vem ver ela todo dia quando a gente vai embora pra geral não estranhar.

Lucca: Preta.-Me chamou antes de sentar do meu lado com o celular na mão.-São os gêmeos, eles querem falar contigo.-Peguei o celular da mão dele e forcei o meu melhor sorriso pra não preocupar os meus filhos, eles já sabem que algo não tá certo, mas não tem nem como eu explicar isso pra eles.

Falei com eles e me segurei demais pra não chorar quando eles perguntaram pela Luma pela milésima vez naquela semana. Eles são tão acostumados com ela, estão achando estranho ficar tantos dias sem ver ela e eu já não sei mais que desculpa inventar.

Luan: Fala a verdade, mamãe, ela já não gosta da gente?-Fez bico e meus olhos lacrimejaram.

Malu: É, a gente ama ela e ela já nem liga pra gente!-Cruzou os braços na altura do peito, parecendo o Lucca.

-Não é isso.-Olhei pro teto, segurando as lágrimas.-Ela, ela só...-Olhei pro Lucca, sem saber o que falar e ele tomou o celular da minha mão.

Lucca: Ela gosta sim de vocês, ela anda muito ocupada, mas falou que quando der vai lá em casa visitar vocês.

-Eba!-Falaram juntos e eu tapei a boca com a manga do meu moletom, impedindo eles de me ouvir chorando.

Lucca: Papai precisa ir.-Falou olhando pra mim.-Obedeçam a Alice, babá deles, amo vocês.-Desligou e abriu os braços pra mim.

Deitei a cabeça no peito dele, molhando sua camisa, e funguei escutando ele falar que ia ficar tudo bem. Essa é a coisa que eu mais tenho escutado, "vai ficar tudo bem", a porra do problema é que não tá ficando!

Doutor: Familiares da Luma Costa?-Perguntou e a gente levantou na hora.-Ela saiu do coma.

-Obrigada Deus, obrigada.-Fechei os olhos grata e o Lucca entrelaçou os nossos dedos.

Lucca: Quando a gente vai poder ver ela?

Doutor: Já já. Ela tá sendo transferida pro quarto, mas só pode vir uma pessoa por vez.-Quem vai primeiro?

Benê: EU!-Foi na frente dele e eu só dei uma encarada nela.

-Eu sou a mãe dela, doutor, eu vou primeiro!-Bati o pé no chão.

Benê: Eu criei, mãe é quem cria, sou eu quem ela vai querer ver primeiro quando abrir o olho.

-Tu agradece por ter a idade que tem, pois é só por isso que eu ainda não voei no teu pescoço.-Falei pra velha.-Criou porque roubou!-Eu sou a mãe dela, eu que sou.-Bati no meu peito sentindo as lágrimas descerem.

Lucca: Fica calma, preta.-Me abraçou quando eu comecei a soluçar.-Minha mulher vai primeiro.

Doutor: Ok, só me seguir.-Falou pra mim e eu apoiei a cabeça no ombro do Lucca.

-Eu quero que você venha comigo, amor, por favor.-Funguei.

O doutor olhou com dó pra mim e disse que tudo bem, podia ir eu e o Lucca junto.

Quando a gente entrou no quarto e olhou pra ela dormindo com a respiração tranquila sorrimos ao mesmo tempo.

-Ela é tão linda.-Sorri em meio as lágrimas, antes de chegar mais perto, e passar a mão no rosto dela.

Lucca: Esperava o quê sendo nossa filha? Minha cara, pô.-Olhei pra ele com a sobrancelha arqueada.

-Até parece.-Dei risada mas sabia que era verdade, tirando a pouca melanina, nossos filhos são a cara do Lucca.

LUMA. - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora