Amor de Verão (Endi) - Segunda Temporada

Tempestade

Emília POV

  O evento já tinha acabado, fazem horas, tudo ocorreu perfeitamente, foi um sucesso e eu sentia-me extremamente feliz. As pessoas abraçaram a ideia de uma maneira carinhosa e de bom grado.

 Agradeci Ally, Omar, Peter e Andi pela ajuda, mas Andi estava se portando diferente desde que Peter chegou, provavelmente algum ciúme bobo e implicância de sua parte. Ele por sua vez, foi muito prestativo comigo e não demonstrou importância ás atitudes de Andi.

  Havia terminado meu banho e estava na sacada observando o mar sereno em contraste com a Lua. Até sentir o aparelho em minhas mãos vibrar, indicando alguma mensagem.

 "Preciso que você me encontre na praia, essa na frente do seu hotel, é urgente".

 Coloquei um moletom quente e saí correndo do hotel para o lugar solicitado.

 Assim que pisei meus pés na extensão de areia, rajadas de vento iniciaram-se, destroçando os galhos de árvores e fazendo com que as ondas raivosas jorrassem água para todos os lados. 

 Um caos que multiplica-se a cada gota de chuva e a cada sopro daquele vento cortante.

 A chuva intensa caindo diante dos meus olhos, qualquer um iria ter um motivo plausível para estar longe dessa tempestade. Entretanto, tremendo de frio enquanto recebo milhares de respingos de chuva no rosto, eu estava correndo pela areia, no meio do caos, procurando-a.

 Com a visão turva, vi algo como se fosse uma silhueta, mas pela chuva incessável, não consegui identificar. Ao esfregar os olhos e olhar melhor, meu coração parou.

 Era ela. 

 Andi corria pela extensão de areia completamente ensopada.

 Sua blusa branca marcava todo seu tronco e seu short molhado marcava suas coxas. O cabelo molhado cobrindo a face e o olhar de tristeza que me quebrava à cada passo dado até a mim.

 Seu rosto inchado pelo choro e os lábios roxos, mostravam que ela estava debaixo da chuva a tanto tempo quanto eu. Andi parou na minha frente e eu me mantive em silêncio.

— Eu sou completamente apaixonada por você. Eu te amo. Vou te amar daqui a cinquenta anos, mesmo se não tiver mais forças para correr atrás de você na maior tempestade de todas – ela disse – Isso me dói muito, bem aqui  - ela bateu com o punho em seu peito - Mas eu creio que não fomos feitas uma para outra

— Andi...c-como assim?

— Você tinha razão, eu não posso perder alguém como a Ally, eu a amo mais do que amo você - falou - Não dá, você precisa ir embora de Córsega e não podemos vamos nos ver nunca mais...

 Qualquer discurso que eu tinha em mente havia se acabado em meio àquelas palavras.

— Ouvir isso de você me machuca, me dói muito...Por que está falando essas coisas? - falei com a voz embargada e segurando o choro - Não faz isso...não assim... 

Logo, Andi se aproximou, e o contato frio dos beijos molhados pela chuva do céu se tornou quente com as línguas que queriam se encontrar timidamente. A tempestade ininterrupta tornava um pouco difícil respirar e beijar-nos, mas ainda éramos acolhidas por ela. 

 Perdemos a noção de quanto tempo passamos nos beijando, maravilhadas aquele misto de sensações. Eu sentia seu cheiro doce.

— Essa é definitivamente a nossa despedida - ela diz chorando - Aquela que nunca tivemos