Sàlvame

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Andi POV 


 MERDA. Eu não estava preparada para aquilo. Na verdade, não tinha como me preparar para o que acabara de acontecer.

 Com meus olhos fechados, um ensurdecedor barulho se fez presente naquela sala e me fez abrir os olhos abruptamente e o corpo de Edgar caiu para trás sobre o chão. 

 Seu corpo se ensopando do líquido vermelho denso e sua mão tentando estancar o sangue no tronco.

 Um grito se formou em minha garganta. 

— BEKA?! Que merda é es...

 — Está tudo bem, fique tranquila, tudo bem -  Rebeka diz, ela estava armada e com roupa de policial, ela havia atirado em Edgar - Vem comigo, e não fala nada, finge que não me conhece

 Assenti assustada. Ela fez um esforço, conseguiu me soltar daquela cadeira e meu corpo amoleceu, depois de dias sentada nesse inferno, meus músculos pareciam fracos.

 Rebeka ajudou-me a levantar, e eu coloquei meu braço em volta de seu pescoço. Aos poucos fui retomando a força em meus passos, mas ainda segurando nela.

— No te vayas... - Edgar disse, quase como um suspiro, sua voz rouca e baixa parecia desesperada e aflita

 Uma lágrima escorreu por toda a extensão do seu rosto e ele me fitou profundamente. Seus olhos claros tornaram-se escuros e mórbidos. Encontravam-se cheios de lágrimas.

— No te vayas... - ele repetiu desesperado - Fique...e brigue comigo

 A única coisa que podia sentir daquele homem estirado no chão sangrando, era pena. 

 Ele me olhou uma última vez, antes que eu fosse embora, mantinha um sorriso desesperado no rosto, com sua boca jorrando sangue.

 Foi naquele momento, eu senti que estava finalmente livre. 

 Edgar está morto.

 — Andi, precisamos ir - Rebeka diz ao meu lado diz e me guia até o lado de fora

 Ao sair daquela sala, que ficava no meio do nada, pude ver um carro militar nos aguardando na rua. A porta dele se abriu e eu vi a única pessoa que gostaria de estar junto.

— ANDI!! - ela gritou vindo em minha direção e abraçando-me forte - Meu Deus, você está viva! Me desculpe por demorar tanto para vir te buscar...

— O importante é que seu plano deu certo... - falei e ela colou nossas testas, seus olhos permitiram que as milhares de lágrimas escorressem por sua face - Está tudo bem agora

 Nos separamos e ela me ajudou a andar o caminho para o carro. Eu sabia que Emília sentia-se culpada por tudo, estava nítido em seu rosto e em todas as lágrimas que insistiam em cair. 

 Eu faria de tudo para tirar essa culpa sobre ela, não merecia passar por isso.

Dentro do carro, havia um soldado, que parecia-me agente do FBI, ficou no banco da frente junto a Beka, deixando eu e Emília sozinhas no de trás. 

— Pode me explicar qual foi o seu plano? - sussurrei para Emília e ela negou - Como assim? Não vai me dizer?

— Você precisa descansar, aproveita para relaxar o corpo - ela disse - Teremos muito tempo para isso

— Justo, mas que merda é essa? O que a Beka faz aqui e esse cara dirigindo? - questionei-a ainda em tom baixo  

— São agentes da DEA, são dos Estados Unidos - ela respondeu - DEA é a uma galera federal que cuida do controle dos narcóticos e narcoguerrilheiros, eles fazem milhares de apreensões por toda a América Latina

Amor de Verão (Endi) - Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora