Capítulo 17

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Maratona:5/5

Abri a porta da casa da minha mãe com a chave que eu ainda tinha guardada dentro da mochila, respirei fundo e ignorei o fato do Hariel ter tirado 90% da minha paciência logo no início do dia

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Abri a porta da casa da minha mãe com a chave que eu ainda tinha guardada dentro da mochila, respirei fundo e ignorei o fato do Hariel ter tirado 90% da minha paciência logo no início do dia.

Fui entrando e vendo muita coisa mudada por ali, a casa estava bem mais luxuosa do que da última vez que eu estive por aqui. Da última vez nem comida tinha nesse lugar, quem dirá móveis novos e o ambiente todo reformado.

Coloquei a mochila em cima do sofá vendo uns bolos de dinheiro em cima da mesinha de centro, ao lado tinha dois pinos de cocaína, fiquei olhando aquilo com nojo da situação.

Meu Deus, minha mãe usou o nome sagrado e a casa de Deus pra fazer essa putaria toda por debaixo dos panos.

Ela não queria sair da vida errada, ela só queria uma deixa pra fazer pior e ganhar mais do que a vida de traficante preso iria lhe proporcionar.

Engoli o choro e larguei aquilo tudo ali procurando por ela.

- Mãe, a senhora tá aí?

Chamei subindo as escadas, assim que cheguei no segundo andar da casa vi ela parada olhando pra minha cara, sei lá, me deu uma coisa tão ruim dentro do peito, o jeito ela me olhou me machucou bastante.

- Tá fazendo o que aqui garota, perdeu o caminho de casa foi?- falou irônica.

- Não mãe, eu não errei não, aqui só era meu lar antes do meu pai ser preso mas depois disso, isso aqui virou um inferno.

- Veio aqui pra se vitimizar? Porque se foi você mete o pé, nem era pra você tá aqui pra falar a verdade, depois o Alemão vem encher a porra do meu saco e eu não vou levar sacode por sua culpa não.

Me doeu tanto ser tratada daquele jeito, sei lá, acho que eu nunca vou saber o que é amor de mãe de verdade até porque a Carla só tem me tratado mal desde o dia que meu pai foi preso, parece até que tudo que eu vivi com ela no passado foi só uma encenação da parte dela.

- Só vim saber como a senhora tá, te liguei várias vezes nas últimas semanas mas nada de você atender.

- Não atendi porque não quis garota, cê só me arranjou confusão, me pagou o favor que eu te fiz de não deixarem te mandar pra um abrigo com ingratidão, por isso que falam que o ser humano não vale nada.

- Só Deus conhece meu coração, só ele sabe o que se passa dentro de mim e como eu queria ter um laço de mãe e filha novamente com a senhora mas não vai rolar.- ela ficou calada e sem graça.- Mas enfim, vim perguntar se você e seu marido estão precisando de alguma coisa, sei lá, uma cesta básica por exemplo, eu posso conseguir com o pessoal da ong da comunidade nao iam me negar.

- Pra que eu iria querer uma cesta básica Nina? Tá doida? Dinheiro pra me sustentar é o que não falta.

Arranquei da boca dela justamente o que eu queria saber, sou nova mas não sou burra cara, só pelo o que o Menor me contou eu já imagino o que ela esteja fazendo, o complicado pra mim é conseguir acreditar nisso.

Caso Imoral • livro I | Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora