- Ih ala, a noiva chegou.- Carioca me gastou assim que me viu entrar com a mandada mirim, mandei logo se fuder.
- Vai cuidar da tua vida mermão.
- Demorou mó cota parceiro, tu é aniversariante e não debutante.- Geral riu.
- Tá andando com as minhas pernas porra?- fiquei bolado.
- Ala, tá revoltado porque a "in"fiel dele pegou a vassoura e saiu voando.
Sentei na cadeira mandando outro dedo pra ele, Carioca é meu irmão mas as vezes da vontade de meter a bala nele.
- Então é verdade que a galinha de macumba bateu asas e voou?- Nina perguntou.
- Tu não vem de tonteação agora também não, quer saber da fofoca pergunta pra fofoqueira da Sthe, aquela desgraçada saiu espalhando pro morro inteiro.
- Não me pediram sigilo, e mesmo se tivessem pedido, eu não sou obrigada a guardar nada a sete chaves.- chegou sentando no meu colo e beijando meu rosto.
- Sai filha da puta, tô com graça contigo não, fez maior fofoca, devia te dar uma surra de madeira.
- Felicidades amor da minha vida, eu também te amo muito.- beijou outra vez minha bochecha e apertou.
Empurrei ela do meu colo fazendo o pessoal rir, coloquei a cerveja que Nina tinha trago pra mim ouvindo as duas me xingarem, elas são unha e carne, foram criadas como irmãs.
A real é que Sthefany é minha irmã, lance do meu pai com uma piranha aí que criou a garota até os 8 anos depois despachou aqui na porta do morro, nossa relação foi meio complicada. Fui preso semanas depois dela chegar. É a mais nova de 14 irmãos, 10 homens e 4 mulheres, ela é a mais sussa apesar de ser porra louca, mas também é mina de fé, fico felizão por ela e a Nina se darem bem.
- Ai que merda Alemão, rasgou meu short cara, parcelei em 670 vezes pré históricas no cartão mano.- olhei pro pedaço de pano que ela vestia e ri.
- Aciona o Procon fia, pede reembolso, esse pedaço de pano aí tu encontra lá no feirão do Saara por 20 reais.
Ela saiu puta da vida xingando até o cú fazer bico dizendo que eu ia pagar ela. Fingi que nem tava vendo, o pagode tava rolando solto, troquei ideia com uns aliados e passei a visão que era pra continuar procurando a Brenda.
Coitada dela se achou que ia ficar por isso mesmo. Nesse mundo eu só protejo uma pessoa e com certeza não é ela.
A noite já tinha caído, o churrasco ainda rolava, só tinha os kit de qualidade, já tinha bebido bastante e agora tava curtindo a onda do lança, já tinha até pego uma nega mas mandei meter o pé. Gosto dessas minas que emocionam com uma ficada só não.
Sai dali e fui pra um lugar mais calmo, olhei pra área da churrasqueira vendo Sthe com o amigo viado dela mas não vi a Nina por ali.
Eu conheço aquela menorzinha desde a barriga da puta da parideira dela, ela não tava bem, tava me escondendo algum bagulho.
Fui pra rua e acendi um balão, olhei pra esquina e ela tava lá sentada olhando pro céu, fui andando até ela me sentando ao seu lado.
- Tá de marola aí porque camaradinha?
Ela me olhou com os olhos marejados de lágrimas, eu tava certo pô, quando os bagulhos são relacionados a ela eu nunca erro.
Nossa conexão é de outras vidas.
- Desembucha Nina, o que tá rolando mano?
- Várias fitas, cê não tem nem idéia Hariel.
Na verdade eu tava meio que ligado, era b.o com os filhos da puta que eu pedi pra criarem ela. Meu irmão até que era um bom pai, já a Carla é uma filha da puta mesmo, posso parecer um arrombado e hipócrita por não ter criado ela, mas é que é mais complicado que parece.
Soltei fumaça do cigarro vendo ela chorar, só cresceu pô, continua sendo a mesma menor que eu nem sabia pegar no colo, por isso que eu cuido dela do meu jeito, porque ela não tem ninguém!
Como eu disse, eu nunca tinha visto o bebê da demônia lá como filho, ficava brisado com isso, me sentia um cuzão.
Eu que escolhi o nome da Nina, Maria Catarina é nome de princesa tá ligado? E é isso que ela sempre foi pra mim, minha princesa independente de tudo.
A menor decidiu nascer no meio de uma invasão, mal sabia eu que aquilo era uma armação pra mim, Bianca tava armando pra mim com um comédia aí.
Quase fui morto, apanhei pra caralho, mataram minha vó e meu vô na minha frente, fitava o tempo todo aquela desgraçada com maior ódio, jurei que ia acabar com a raça dela, só que a puta se fudeu também.
Burra dela que achou que ia ser usada de x9 e ia ser feliz pra sempre igual filme da Disney, quando viram que meus parceiros estavam se aproximando eles deixaram ela pra trás entrando em trabalho de parto no meu morro, única coisa que eu lembro antes de ficar inconsciente é dela dando a luz a garota.
Acordei dias depois, minha mãe disse que ela tinha metido o pé e deixado a "minha filha" pra trás
Só que eu já sabia de tudo, o filho da puta que usou ela pra me atingir passou a fita toda na minha cara, quis tentar me humilhar, mal sabia ele no fundo aquilo nem me atingia tá ligado?
Eu realmente gostei daquela desgraçada e ela fez aquilo comigo, passei noites na merda, bebendo e me drogando, conseguia nem olhar pra cara daquela garota.
Mal sabia eu que ela ia se tornar a coisa mais importante da minha vida.
- Vai falar qual foi do b.o não Catarina?
Ela enxugou as lágrimas e assentiu, tava até com medo do que a mina ia falar, e o suspense que ela tava fazendo me deixava mais bolado ainda.
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Caso Imoral • livro I | Degustação
Fanfiction"Baby, só me diga porque não agora? Tem vez que a gente briga e perde a razão Tu sabe como eu fico se eu te vejo chorar E quem perde com isso é nossa relação..." |Nina e Alemão|