Feitiço de Necromancia

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O ambiente era escuro, as janelas estavam completamente lacradas por tábuas de madeira e a pouca luz que iluminava o local entrava por pequenas frestas entre essas tábuas. 

No meio do único cômodo da pequena cabana uma garota completamente ferida e desarrumada permanecia amarrada a uma cadeira, o cabelo cacheado completamente seco, ressecado e frisado. Tinham machucados por seu rosto e por seu corpo, parte de suas roupas estavam rasgadas. Entretanto, os maiores ferimentos estavam em seus pulsos, feitos pelas cordas que a mantinham presa. 

A jovem mantinha a cabeça baixa, extremamente cansada e com fome, se sentindo suja e desesperada por um banho. 

Ao redor dela, três demônios de poder mediano permaneciam no cômodo, nenhum deles dizendo nada, observando partes distintas do cômodo. Apenas existindo e garantindo que não iria a lugar nenhum. 

Um deles percebeu algo, uma aproximação de poder angelical. Antes que pudesse avisar aos companheiros, no entanto, um anjo moreno de olhos azuis simplesmente atravessou uma das paredes com o próprio corpo, abrindo um grande buraco na estrutura, fazendo tábuas voarem em um enorme estrondo. 

O anjo tinha as asas abertas, provavelmente as tinha usado para pegar impulso. Tinha uma espada longa na destra e uma outra nas costas. Usava roupas de couro azul e tinha um olhar determinado no rosto.

Rapidamente os demônios da cabana sacaram suas armas. Um deles, antes de conseguir fazer qualquer coisa, foi atingido no olho direito por uma flecha mágica. Seu corpo se iluminou e ele foi ao chão, imediatamente morto. 

O anjo foi para cima do outro, acertando um chute alto em seu rosto, usando o momento de distração para desferir um golpe com a espada que decepou o braço direito do demônio. Consequentemente ele também perdeu sua arma e ficou imediatamente vulnerável, levando outra espadada e sendo imediatamente decapitado, jorrando sangue que acertou o rosto do anjo. 

O outro demônio, o último, se preparou para reagir, desistindo ao ter sua atenção captada por outra pessoa que entrava na cabana. 

Desespero chegou a seu rosto quando viu o Cavaleiro do Inferno, claramente em um alto estágio de poder, os olhos pretos brilhando imponentemente. 

Engoliu em seco, largou sua espada e se ajoelhou no chão, abaixando a cabeça, esperando que seu ato fosse lhe trazer alguma misericórdia do outro. 

A passos lentos e ruidosos na madeira o Cavaleiro se aproximou, olhando o outro de sua espécie de cima, sem esboçar reação nenhuma a não ser desprezo. 

De pé com a espada na mão o anjo assistia o companheiro com os lábios pressionados em preocupação, mas não fez a mínima menção de interferir. 

— Eu tenho umas perguntas para você. — o Cavaleiro disse, se agachando na frente do outro demônio que, hesitante, ergueu a cabeça. — Quem mais sabe da operação da Andante? 

— Nós que estávamos aqui agora, o demônio maior que foi mandado para o Reino dos Monstros e nosso general. — respondeu, sem resistir. Sabia o que lhe aguardava se não desse o que o Cavaleiro queria e não esteva disposto a passar por tal tortura. 

— Qual o nome do general? 

— Dagon. — respondeu, vendo o Cavaleiro travar a mandíbula a menção do nome do Príncipe do Inferno. — Se pensa que pode lidar com ela você está muito...

— Não te mandei opinar. — o loiro o interrompeu, ríspidamente, calando-o imediatamente. — Dagon sabe de algo dessa operação? Sabe da localização do reino dos monstros? 

O altar do ressurgir//DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora