Dois bebês, três filhos

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Oi, gente! Peço desculpas, esse capítulo ficou uma bosta, mas infelizmente é que o temos para hoje. Minha preparação para o Enem tá' consumindo todo meu tempo e inspiração, sinto muito D:

Castiel abriu os olhos, enxergando a parede que reconheceu imediatamente como parte da estrutura na casa no reino dos monstros. Levou a mão ao rosto e coçou os olhos, sentindo uma leve dor de cabeça.

Respirou profundamente e tentou se situar do que havia acontecido, sentindo o peito afundar quando se lembrou. O sequestro da princesa, Amara e... Enfim.

Se levantou, percebendo que usava apenas uma cueca, nada de camisa ou calça. Sua atenção ficou focada em seu corpo quando notou as cicatrizes, principalmente em suas coxas. Levou ambas as mãos a barriga e fechou os olhos, suspirando em alívio quando sentiu o bebê.

Tudo estava bem.

Vestiu a primeira calça que encontrou e saiu do quarto, dispensando o uso de uma camisa, visto que estava em casa.

Conseguiu ouvir a discussão desde o corredor para a sala, parando por um momento para ouvir.

— Eu já disse que não sou o Jack!

— Quem diabos é você então?!

— Belphegor, eu já disse. Sou seu filho também. Jack e eu dividimos o mesmo corpo. Eu não sei o por quê, mas é assim.

— E por que você só se mostrou agora?

— Porque só agora o Jack deixou. Ele é meio possessivo com o nosso corpo. Não julgo ele, me deixar assumir o controle praticamente consome ele aos poucos.

— O que isso quer dizer?

— Quer dizer que toda vez que assumo o controle, parte dele deixa de existir. Logo, não existirá mais nada dele. Só eu.

Castiel saiu do "esconderijo", se tornando alvo das atenções na sala. Claire imediatamente se lançou em si, o abraçando com força. O anjo retribuiu o abraço da filha, olhando por cima do ombro dela para Dean.

O olhar no rosto do demônio era ao mesmo tempo culpado e preocupado.

Algumas lágrimas molhavam o rosto de Claire quando ela se afastou, lágrimas essas que Castiel secou ao acariciar o rosto da filha.

Ela se afastou e deixou "Jack" se aproximar. O rapaz apertou as mãos, parecendo hesitar sobre o que fazer a partir dali.

— É... Eu não sou o Jack.

— Eu sei. — o moreno disse, erguendo os ombros. — Jack tem olhos calorosos. Os seus são mais... Sarcásticos. Apostaria um rim que você puxou o senso de humor do Dean.

Belphegor sorriu largamente e se enfiou nos braços de Castiel, tentando resistir a vontade de chorar. Era horrível ver as pessoas que amava o tempo todo e não poder dizer uma palavra a elas.

Castiel segurou seu rosto quando se afastaram, lhe encarando com uma sinceridade absurda.

— Vamos dar um jeito de te separar do seu irmão.

— Não existe um jeito.

— Então a gente inventa um. Não vou deixar um dos meus filhos preso na mente do outro.

Belphegor sorriu e concordou com a cabeça, se afastando um passo e respirando fundo. Ele se virou rapidamente para Dean e abraçou o pai também, que o envolveu carinhosamente depois de um instante de surpresa.

Enfim, ele abraçou Claire e se colocou no meio da sala.

— Eu vou deixar o Jack voltar, mas antes, — parou e olhou para Sarah, que estava parada no canto da sala, as mãos ainda amarradas. — ele meio que quer te comer.

Castiel arregalou os olhos ao mesmo tempo em que Dean e Claire começaram a gargalhar alto. Sarah abriu um sorriso de canto e, no instante seguinte, Jack, o Jack de fato, olhava para ela com os olhos arregalados.

— Isso não é verdade!

— Não se preocupe, querido, eu sou uma succubus. Todo mundo meio que quer me comer.

— Jack, Claire, vocês podem levar ela para o castelo e pedir ao Benny para arrumarem um quarto para ela. E desamarrem ela também, por favor. — Dean pediu ao filhos, que balançaram a cabeça e imediatamente foram fazer o que o pai pediu. Não tinham mais motivos para manter Sarah presa, visto que ela havia se mostrado confiável.

Castiel suspirou e se sentou no sofá quando se viram sozinhos. Dean respirou fundo e se sentou na outra ponta, mantendo uma distância entre si e o marido.

— Cass, eu...

— Dean, eu não se quero ouvir desculpas agora.

— Por favor, Cass, eu preciso dizer. Não aguento isso. — o demônio disse, fazendo um movimento que indicava a distância entre si o anjo. Castiel deu de ombros e concordou com a cabeça em um indicavo para que o loiro falasse. — Escuta, a vida no inferno era uma merda. Muita dor e humilhação e blá blá blá. Quando conheci você... Cass, eu amei você desde os primeiros momentos e isso me assustava demais. Eu não era acostumado com boas notícias e nunca, em meus mais malucos sonhos, eu pensei que você fosse me amar também. — fez uma pausa, estudando a reação do anjo. O rosto dele não demonstrava nada além de atenção. — Eu usava... Eu usava sexo com outras pessoas, demônios, mais especificamente, como um modo de fugir do que eu sentia por você, como um modo de dizer para mim mesmo que eu não sentia nada. Mas aí, naquela noite naquela pousada horrível, você disse que amava. — sorriu, sendo essa uma de suas memórias favoritas. — E eu não precisava mais fugir do que eu sentia. Eu juro para você, por tudo o que construimos juntos, eu nunca mais dormi com ninguém depois daquela noite.

Castiel concordo com a cabeça, mantendo a expressão pensativa no rosto, o que deixou Dean muito nervoso.

— O que aconteceu com a Amara depois que eu desmaiei?

— Fiz Nimeria colocar fogo nela. — o demônio contou, dando de ombros. — Não vou mentir para você, ela foi a única coisa minimamente boa na minha vida por muito tempo. Mas aí você surgiu, se intrometendo na minha vida e me irritando para cacete. Todo o resto antes disso se tornou insignificante. Eu suportava a Amara, mas eu genuinamente amo você.

— Devia ter me deixado matar ela.

— Devia. — o loiro concordou, balançando a cabeça. — E me arrependo amargamente de não ter deixado. Você e as crianças... Vocês são tudo para mim e eu não trocaria isso por nada. Mais do que isso, eu estou com você porque quero, Castiel. Porque eu sinto que definharia até a morte sem você. Porque você me deu esperança e então a felicidade que eu nunca tinha tido antes. Você me deu as coisas que eu mais amo na vida e está prestes a me dar mais uma coisinha. — respirou fundo, ainda sendo alvo da atenção interrupta do anjo. — Por favor, Sunshine, diga alguma coisa.

Castiel não disse nada. Ao invés disso, ele se levantou e Dean pensou que iria simplesmente sair. Entretanto, o anjo caminhou o curto espaço até estar diante de si e se sentou em seu colo, abraçando seu pescoço e deixando um beijo em seu rosto. Dean suspirou de alívio e o abraçou de volta, sentindo que um peso enorme havia saído de suas costas, beijando o cabelo do anjo e apoiando o queixo no topo da cabeça dele.

— Eu sinto muito.

— É passado. — o moreno finalmente disse. — O que temos agora é presente e eu não vou estragar por causa de uma vagabunda qualquer.

Dean sorriu largamente, amando Castiel um pouco mais do que antes agora, mas muito menos do que amaria no dia seguinte.

— Eu te amo, Sunshine.

— Também te amo querido. Mas se eu descobrir qualquer coisa desse tipo e não for pela sua boca eu vou esfaquear tantas vezes que você vai virar uma peneira, entendeu?

— Entendi. — Dean respondeu, sem abandonar o sorriso.

Era isso, essa era a vida que ele não trocaria por nada.

O altar do ressurgir//DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora