Conhecendo o irmão gêmeo

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Claire admirou o local em que entrou, o grande salão de um grande palácio em uma ilha secreta que as Amazonas protegiam com um feitiço. O local inteiro era iluminado por poderosas tochas e os objetos de decoração, expostos em pedestais, pareciam ser troféus de batalhas. A loira podia jurar que vira um escudo espartano.

Kaia andava cautelosamente ao seu lado. Apesar das poderosas guerreiras não terem demonstrado qualquer sinal de ameaça, não sabiam o que esperar delas.

O salão era lindo e o que puderam ver da ilha era magnífico, ainda sim, Claire tinha uma sensação ruim, não sobre o local, era mais uma coisa em seu âmago, algo que ela não sabia identificar.

— Essas são nossas visitantes? — uma mulher perguntou, surgindo da lateral do salão, usando um vestido de batalha, com alguns adereços de armadura. — Soube que estavam nos procurando. — comentou, se aproximando delas, olhando com curiosidade para Kaia. — Você é a andante em sonhos que estava nos espionando?

Claire deu um passo em direção a Kaia, ficando próxima a ela para protege-la caso necessário, os dedos das mãos começando para armar o arco.

— Eu não tive a intenção, eu... Eu não controlo meus poderes. — a morena disse, respirando devagar para se manter calma.

— Eu sei. Não acho que você teria conseguido nos alcançar de propósito, o que é curioso. — a mulher comentou, direcionando às jovens um sorriso compassivo. — Me chamo Hipólita e sou a rainha das Amazonas. Vocês devem estar com fome. Me acompanhem.

Dito isso, Hipólita virou as costas e fez seu caminho para dentro do local. Claire e Kaia trocaram um olhar, deram de ombros e começaram a segui-la, embora achassem que não era prudente adentrar mais o local.

No salão de festas ao ar livre, tinha uma mesa gigante, um verdadeiro banquete. Duas guerreiras indicaram onde as meninas deveriam sentar, cadeiras uma ao lado da outra, o que tranquilizou a ambas.

— Muito bem, meninas, eu conheço a missão de vocês. — Hipólita disse, se servindo de uma enorme coxa de frango. — E tenho que dizer, acho admirável que queiram acabar de vez com a guerra do céu contra o inferno, visto que o motivo dessa guerra é o próprio Lúcifer. Porém, vocês me parecem um pouco ambiciosos.

— Acreditamos que podemos vencer com os aliados certos e as Amazonas são guerreiras lendárias. Sua ajuda seria um fator decisivo.

— De fato. — a rainha concordou, lotando uma taça enorme com vinho. — Também é um fato que detestamos os demônios, visto que proteger o mundo deles é nosso dever sagrado. Desse modo, por que eu ajudaria seu pai, um cavaleiro do inferno?

Claire abriu a boca para responder, desistindo e respirando fundo, porque não tinha ideia do que dizer. Se acalmou, organizou os pensamentos e, enfim, respondeu:

— Meu pai tem os poderes de um cavaleiro do inferno, mas não é mais um. Ele não serve mais ao inferno, não é mais um soldado. Ele é um marido, é um pai e se não tivesse os poderes demoníacos, seria um homem comum.

A resposta pareceu agradar Hipólita, que arqueou as sobrancelhas escuras em interesse. Ela deu um gole obsceno na grande taça de vinho e, por fim, disse:

— E como funcionaria essa parceria?

•°•

Do outro lado do oceano, Jack acordou com uma dor de cabeça absurda. No momento em que abriu os olhos, ele sentiu o mundo inteiro girar de maneira que o fez ter ânsia de vômito. Assim, ele fechou fortemente os olhos novamente, respirou fundo para refrescar os pulmões e se sentou no chão em um único movimento.

Sua cabeça latejou ainda mais e ele se sentiu um caco, mas se forçou a continuar sentado e de olhos abertos, finalmente vendo o local onde estava.

Uma floresta. Onde? Ele não sabia. Não tinha de onde estava, mas sabia que estava sozinho.

— Sarah? — chamou, o pânico chegando quando percebeu que a garota não estava em nenhum lugar por perto. — Sarah? — chamou novamente, com mais urgência, se obrigando a ficar de pé, girando no próprio eixo enquanto procurava a garota. — SARAH!

— Ei! — a garota surgiu do meio da floresta, indo rapidamente em sua direção para ampara-lo antes que acabasse caindo de fraqueza. — Está tudo bem, estamos seguros.

Jack ouviu o que ela disse, mas não conseguiu prestar atenção, porque ela não estava sozinha. Parado atrás dela, um pouco mais distante dos dois, estavam um rapaz idêntico ao próprio Jack, com exceção dos olhos irônicos e sarcásticos.

— Belphegor? — Jack indagou, arregalando os olhos quando o irmão sorriu e acenou para si. No mesmo instante, Jack se virou, correu até a árvore mais próxima e vomitou tudo o que tinha no estômago.

Sarah suspirou, desanimada, indo ajudar o rapaz.

Era, de fato, uma situação complicada.

•°•°

No litoral de outro continente, Castiel e Dean desembarcaram do navio, dando graças aos céus por isso, porque não aguentavam mais o confinamento.

O que Dean mais queria fazer era beijar Castiel na frente de todo mundo e manda-los para o cacete, mas ainda precisariam de um barco para voltar, por isso ele se conteve e desceu a rampa de desembarque de formar comportada ao lado do anjo. Era um alívio pisar em terra sólida.

— Senhores Winchester! — a voz de Anna os fez resmungar e andar um pouco mais rápido, fingindo não estar ouvindo e fugir dali o mais rápido possível. Infelizmente, ela os alcançou. — Senhores Winchester, gostaria de convidá-los para um jantar na casa onde me hospedarei, tenho certeza de que minha tia e anfitriã ficaria encantada em conhece-los.

— E nós ficaríamos encantados por conhecê-la, mas temos um compromisso que não podemos adiar de formar alguma. — Castiel a respondeu, torcendo para que isso fosse o suficiente para fazê-la desistir. — Sentimos muitíssimo.

— Bom, fique com o endereço, se mudar de ideia. — ela respondeu, entregando uma folha de papel bem dobrado para Dean, que resistiu à vontade de imediatamente incendiar o objeto com fogo infernal. — Espero que possamos nos ver em breve. — se despediu, apoiando a mão direita no braço do loiro, a deslizando para baixo em um carinho descarado até que Dean deu um passo para trás e se afastou.

Ela se foi, Castiel olhou para Dean com uma clara expressão de insatisfação e começou a fazer seu caminho também.

— Ah, sério, Sunshine? — Dean indagou, finalmente incendiando o papel, indo atrás do marido.

— Não estou com raiva de você, estou furioso com ela. — o anjo respondeu, balançando a cabeça em indignação. — Acho que a gravidez está afetando meu humor.

— Você acha? Levando em conta que você colocou fogo em uma pessoa... — o demônio comentou, sorrindo de forma compassiva quando o anjo olhou para si. — Não se preocupe, amor, isso é normal. Ainda me lembro de quando você ficou na gravidez dos gêmeos. Pelo menos, agora é só um bebê te irritando além da conta.

Castiel riu ao se lembrar de seu período de estresse quando esteve grávido dos gêmeos. Não foram seus melhores dias, ele admite plenamente.

— Vamos sair logo desse litoral. — disse, ignorando as pessoas ao redor e pegando a mão de Dean para saírem dali.

Se tudo desse certo, logo estariam em casa.

O altar do ressurgir//DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora