Promessa de eternidade

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Jack tentou conter o resmungo irritado na garganta ao ver, alguns metros a sua frente, Sarah e Belphegor andando lado a lado, rindo de alguma baboseira juntos.

Depois de Castiel finalmente pegar a esfera de almas, estavam na estrada de volta para o porto, de volta para o continente onde pegariam os outros ingredientes, depois de Jack convencer os pai a dar a Claire mais um tempo para resolver as coisas que tinha sido mandada para resolver sozinha. A irmã merecia essa oportunidade tanto quanto ele merecia.

Castiel ia um pouco atrás dos dois "pombinhos", caminhando ao lado de Dean e, para evitar que notassem seu ciúme, Jack resolveu caminhar um pouco atrás.

Ele viu também o momento em que Dean olhou por cima do ombro, arqueando as sobrancelhas ao, claramente, notar seu temperamento. Ele disse alguma para Castiel e diminuiu a velocidade da caminhada até estar ao lado do filho.

— Você gosta mesmo da Succubus, uhm? — perguntou e Jack deu de ombros. O demônio escolheu as palavras com cuidado antes de dizer: — Conte a ela.

— O quê? Claro que não, de jeito nenhum.

— Jack...

— Não, pai. Eu não quer que ela saiba.

— Me escute. — o mais velho pediu, calmamente. — Eu me sentia assim com o Cass, achava que era impossível que ele retribuísse meus sentimentos. Em reflexo a isso, eu fiz merda e o magoei. Não sei se Belphegor gosta dela assim também, mas se gostar... Um de vocês tem que falar primeiro.

Jack suspirou.

— É muito... Estranho não ter mais uma voz sarcástica na minha mente. Mas fico feliz que ele tenha o próprio corpo agora.

— Você só preferiria que ele ficasse longe da Sarah. — o demônio brincou, sorrindo quando Jack revirou os olhos e balançou a cabeça.

— Não sei porque me importo tanto, ela provavelmente usaria o sexo para levar minha alma para o inferno.

— Garoto! Você já tá' pensando em transar com a menina?! — Dean reclamou e, mais uma vez, Jack deu de ombros. — Não é assim que as coisas funcionam, Jack. Sarah não pertence mais ao inferno e, se você pretende falar com ela um dia, não apresse o sexo.

Esse era um conselho valioso, apesar de que a relação de Dean com Castiel começou com um sexo alucinante, não era sempre que isso dava certo.

— Não faz diferença, ela claramente prefere o Belphegor. Faz sentido, até, os dois são demônios.

— Oi, eu sou o anjo casado com seu pai, que é um demônio. — Castiel disse, surgindo do nada na conversa. — Essas coisas não importam para o coração, filho.

— Por que vocês estão me aconselhando e não ao Belphegor?! — Jack perguntou, irritado.

— Porque Belphegor não gosta dela como você. — Castiel respondeu, calmamente. — Ele vê uma amiga na Sarah, nada além.

— Ele te disse isso? — Jack indagou, erguendo as sobrancelhas.

— Ele não precisou. Conheço um demônio apaixonado quando vejo um e Belphegor não o está.

Jack bufou e apressou o passo, deixando os pais paga trás. Castiel sorriu minimamente.

— Dois dos nossos filhos estão apaixonados. — comentou, feliz por eles estarem vivendo isso, por terem liberdade o suficiente para terem esses pequenos prazeres.

— Pelo menos Sarah é imortal. — Dean murmurou, com amargura na voz. Castiel olhou para o marido com uma expressão compassiva.

— Claire vai ficar bem. — disse, passando a mão pela barriga distraidamente, sentindo a pequena e quase invisível elevação. — Acho que ela sabe o que está fazendo.

— Se soubesse, cortaria essa paixão pela raiz.

— Talvez seja melhor viver algumas décadas de amor, mesmo que acabe depois, do que não viver amor algum.

Dean parou de andar por meio segundo, como se as palavras do marido o tivessem atingido como um soco. Ele rapidamente voltou ao normal, olhando para o anjo com seriedade.

— Se você fosse mortal, eu reviraria a terra, céu, inferno, purgatório, o universo atrás de uma forma de ter você para sempre.

Castiel sorriu largamente, fazendo Dean parar para beija-lo, porque, depois disso, era impossível não fazê-lo.

— Eu sei. Faria o mesmo por você. — disse, beijou o demônio de novo e voltou a andar. Dean fez o mesmo, com um sorriso largo no rosto. — Mas ainda acho que devemos deixar Claire se aventurar nesse amor por si só. Se ela precisar realmente de ajuda, vamos em frente. Se não, não vamos nos meter.

Dean suspirou.

— Por que ter filhos tem que ser tão difícil?

— Você não reclamou na hora de fazer os filhos! — o anjo reclamou e Dean percebeu que o ofendeu.

— Não, amor, não foi isso o que quis dizer.

— Que coisa horrível de se dizer para o seu marido grávido!

— Cass, calma... Respira...

— Não fala comigo como se eu fosse a porra de um animal, caralho!

— Hormônios! — Dean exclamou, forçando um sorriso. — Hormônios tomando conta, vença a batalha. Lembre de coisas felizes.

Castiel rangeu os dentes, mas fechou os olhos e respirou fundo, porque sabia que Dean tinha razão, que estava irritado além da conta.

Continuou andando em silêncio, com o demônio em seu encalço, o olhando de forma cautelosa.

— Eu não vou explodir, Dean.

— Sei que não. Eu não quis dizer que não gosto de ter filhos, só que é difícil. Uma dificuldade pela qual adoro passar com você.

— Eu sei, odeio estar tão irritado por nada.

— É normal, amor.

— Eu sei que é normal! — o anjo exclamou, respirando fundo em seguida. — Desculpe. — pediu, sinceramente e Dean sorriu, se aproximou, e o beijou de novo, com ternura e carinho.

— Adoro que você fique irritadinho assim, adoro tudo o que significa que você está esperando um filho meu.

Castiel revirou os olhos.

— Eu tô' insuportável e vou ficar horrível.

— Você ainda é amável e só vai ficar mais lindo.

O moreno sorriu, balançando a cabeça, porque Dean tinha sido exatamente assim durante a gravidez dos gêmeos, mesmo quando Cass estava enorme e xingando até as minhocas na terra, chorando por nada e surtando a cada cinco minutos, quase destruindo a casa em um ataque de ódio.

Castiel sempre teve Dean o apoiando.

Era incrível, maravilhoso e o deixava extremamente feliz  saber que o teria para sempre.

O altar do ressurgir//DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora