Conversando com as crianças

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FELIZ ANO NOVO COM O PRIMEIRO CAPÍTULO DO ANO!!


— Castiel, eles precisam saber! — Dean reclamou, um pouco mais alto do que o necessário. Não fazia mal, as crianças não iriam ouvir. Tinha um feitiço de silêncio em volta do quarto que dividia com o anjo na casa no reino de Benny, poderiam gritar (ou gemer) o quanto quisessem e os dois jamais escutariam.

Tinham voltado ao assunto sobre o que, segundo Dean, tinham que contar as crianças. Castiel acabou voltando atrás no que tinham combinado e agora lá estavam eles, na madrugada.

Aquela não era uma das conversas divertidas que costumavam ter, com um apalpada aqui e ali. Essa era uma discussão real, uma briga.

— Você quer que nossos filhos passem a vida se culpando?! — o moreno indagou, também aumentando o próprio tom de voz. — Nós colocamos eles no mundo, isso é responsabilidade nossa!

— É da vida deles que estamos falando! Eles têm que saber!

— Por que de repente você quer tanto qu...

— PORQUE VOCÊ MORREU! — o demônio gritou, seus olhos se tornando completamente pretos devido sua irritação. Castiel juntou as sombrancelhas, encarando-o em silêncio, ouvindo o que o marido tinha a dizer. — VOCÊ MORREU E ME DEIXOU SOZINHO COM ELES! SOZINHO PARA LIDAR COM OS SEGREDOS QUE GUARDAMOS DELES!

— Ah, nesse caso me desculpe por morrer. — o anjo ironizou, com amargura na voz, a respiração se tornando complicada.

— Não foi isso que eu quis dizer! Você sabe que não foi isso que eu quis dizer!

— Ah, eu sei? — perguntou, tensionando a mandíbula, pressionando os lábios em uma linha fina enquanto via Dean respirar profundamente para se acalmar.

— Temos que contar isso a eles enquanto ainda estamos juntos, enquanto ainda podemos apoiar um ao outro. Não sabemos o que pode acontecer e vai ser muito mais difícil para qualquer um de nós dois lidar com isso sozinho. — o demônio argumentou, se esforçando para manter seu tom de voz calmo e Castiel engoliu em seco, abaixando a cabeça, tentando normalizar a própria respiração.

— Não quero que eles se culpem. — disse. — Não quero que se sintam responsáveis por não podermos viver tranquilamente como Sam e Gabe, Dean, isso é responsabilidade nossa. Tanta culpa assim vai acabar com eles.

— Não podemos proteger eles disso para sempre, é quem eles são. — o loiro disse, se apoiando na mesa de cabeceira, cruzando os braços em cima do peito nú. — Eles nem sabem usar os poderes corretamente, estamos prejudicando eles assim.

— Eu sei. — o moreno concordou, balançando a cabeça. — Eu só... Eu queria que eles pudessem... Queria deixar eles serem inocentes pelo máximo de tempo possível. — explicou, movendo sua atenção para o demônio. — Não sabemos como eles vão lidar com a informação e isso me apavora. E se isso arruinar a pouca felicidade que ainda conseguimos fazer eles terem? E se nunca mais forem os mesmo?

— É um risco que temos que correr. Não podemos mais esconder deles, é sobre a vida deles que estamos falando. — Dean argumentou, se aproximando do anjo, embalando seu rosto nas mãos, olhando atentamente para o azul de seus olhos. — Eles são fortes, vão ficar bem. — afirmou, suavemente, deixando um breve beijo na testa do moreno. — Desculpe por gritar com você. — pediu, fazendo o anjo sorrir largamente.

— Tudo bem. — disse, aceitando de bom grado o selinho que o demônio lhe deu. — Mas se fizer de novo eu te mato. — ameaçou, sorrindo ao ouvir o loiro rir levemente.

O altar do ressurgir//DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora