O altar do ressurgir//Destiel

Auge de poder

                           ANTES:

Dean e Castiel trocaram um olhar de desconfiança quando entraram no bar, garantindo mutuamente que o outro estava preparado para lutar caso necessário.

Poderiam muito bem apenas matar Pamela e ir embora, mas tinham coisas que queriam perguntar a ela. Em específico: como ela os conhecia?

Quando as crianças nasceram, Dean e Castiel ficaram limitados a apenas um continente, que era onde o Reino dos Monstros estava. Os anjos e os demônios só souberam sobre a traição depois disso, então era curioso que alguém do outro lado do oceano os conhecesse.

— Podem desistir dessa postura de alerta, eu não tenho motivo para prejudicar vocês. — Pamela disse, indo até o balcão do bar, começando a mexer nos copos e nas bebidas. — Só quero oferecer meu auxílio no que precisarem.

— E por que você quer ajudar? — Castiel perguntou, se aproximando com Dean em movimentos cautelosos.

— Porque os demônios são desprezíveis e quero acabar com eles também. Sem ofensa. — esclareceu, olhando para Dean, que revirou os olhos. — Enfim, Castiel, quão ciente você está da sua trava de poder?

Trava de poder é algo que todos os anjos e arcanjos passaram a ter, por ordem de Deus, após a traição de Lúcifer. O Criador passou a temer que mais de seus filhos o traísse, por isso racionou a magia de todos.

— Totalmente ciente, por quê?

— Porque posso desligar e liberar seu poder no máximo.

— Você acha que pode desfazer magia de Deus? — Castiel perguntou, desacreditado, o humor em sua voz deixando claro que achava Pamela deveras tola.

— Deus não está mais aqui e você sabe, anjo. — a mulher disse, sem perder a confiança. — Quando ele foi embora até mesmo a magia do céu enfraqueceu e você também sabe disso. O mesmo aconteceu com sua trava.

— A magia do céu está fraca? — Dean perguntou, olhando para o marido como se ele tivesse duas cabeças.

— Bom... Sim. Por isso os anjos estão tão desesperados pelo altar. Querem colocar os demônios em rédea curta antes que percebam que podem nos atacar e que podem vencer.

— Por que você nunca me contou isso?! — Dean perguntou, mágoa evidente no questionamento feito de forma urgente. — Fala a verdade, você não confia em mim!

— Não é isso, Dean! Se os demônios nos pegassem nós contaríamos para salvar um ao outro. Duas pessoas sabendo é demais. Por isso eu morri naquele dia, os segredos morreram comigo! — o anjo argumentou, não querendo que Dean achasse que não confiava nele. — Confio em você, Dean. Justamente por isso eu não contei. Sei que faria qualquer coisa para salvar a mim e as crianças, da mesma forma que eu morreria por vocês.

Dean suspirou, incomodado por Pamela estar ouvindo toda a conversa enquanto bebia alguma coisa calmamente, mas disse a si mesmo para ignorar.

— Quando você vai entender que não precisa lidar com essas coisas sozinho? — indagou, vendo Castiel sorrir e dar de ombros.

— Talvez um dia.

— Muito bem. — Pamela disse, deixando o copo em cima da mesa. — Vai me deixar desligar sua trava ou...

— Como você faria isso?

— Ironicamente, com magia demoníaca. — a morena respondeu, sorrindo quando o casal franziu o cenho. — Vejam bem, magia angelical e demoníaca são opostas, mas vêm de um mesmo ancestral comum. Lúcifer criou seus demônios através de como Deus criou os anjos. São opostas mas tem semelhanças. — ela explicou, dando a volta no balcão e se colocando diante deles. — Agora, vocês sabem que magia demoníaca e angelical anulam uma a outra.