Partindo...

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Arizona pov's:

Encosto minha cabeça no travesseiro e derramo algumas lágrimas atrevidas antes de adormecer com o coração apertado.

Eu me apaixonei pela Call, pelos seus beijos, abraços, toques e olhos castanhos penetrantes.

Quando ela me olhava, era como se conseguisse me ver em 3D, porque suas órbitas atravessavam a minha alma. Essa é sensação que eu tinha e foi por esse olhar que me deixei levar até chegarmos onde estamos hoje.

Desperto nas primeiras horas do dia e reforço minha alimentação para não acabar ficando doente por causa dela.

Jamais vou me permitir entrar em uma depressão. Sei que posso superá-la, e quando estiver no Brasil, será tudo mais fácil.

O toque que Penélope me deu, serviu para me mostrar que posso ser forte sim e suportar toda essa desilusão amorosa.

Desde o primeiro momento que aceitei manter um relacionamento com a Call que hoje sei que tem o título de rainha da Dinamarca, sabia que alguém se machucaria no final. E, como sempre, a corda partiu do lado mais fraco. Ou seja: do meu.

Assim, deixou não somente o meu coração partido, como também todo o meu ser em uma combustão de sentimentos mistos. Ao mesmo tempo que sinto indignação, sinto raiva, rancor e remorso. Tudo isso por culpa dela.

Eu deveria ter lhe dito "não" quando tive a chance, entretanto optei por me arriscar. É por essas coisas que gosto de ser previsível e viver corretamente dentro das minhas normalidades e comodidades. Eu quebrei a cara, literalmente, ao me envolver com ela.

No fim, descobri todo o seu lado tenebroso. Uma mulher que se diz rainha, age como uma carrasca, não respeitando as mulheres. Isso é inadmissível. Contudo, sinto-me aliviada por ter saído de queixo erguido dessa situação, como diz minha mãe.

Eu não sou obrigada a me submeter a nada, nem costumo ficar murmurando do que já passou. Por mais infeliz que tenha sido essa minha primeira experiência ao lado de uma mulher dominadora, tive meus momentos bons. É uma pena que ela tenha estragado tudo com suas mentiras e soberba.

Guardo todos os meus cadernos de anotações. Agora, no final da manhã, paro para assistir à uma palestra sobre empreendedorismo oferecida gratuitamente para todos os alunos da universidade.

Apesar de não ser minha área, gosto de ver ideias de possíveis negócios. Lamento que essa seja a última vez que vim a esse lugar, pois confesso que me apaixonei pelo campus e pela experiência que o programa me proporcionou.

Nunca estive tão entusiasmada com algo, como estive durante os meus três meses de estadia em Copenhagen.

Todavia, a minha realidade está batendo na porta, porque amanhã estarei voltando para casa. Estou morrendo de saudade da minha mãe, do meu irmão e, claro, da minha melhor amiga, que vai ficar chocada com todas as novidades que tenho para lhe contar.

Na parte da tarde, saio para comprar algumas lembrancinhas em uma loja próxima ao hotel, para levar à minha família. São coisas que, mesmo simples, sei que vão deixar todo mundo muito feliz. Por fim, guardo tudo na mala. No final do dia, já estou com todas as minhas coisas arrumadas.

Os últimos três dias não foram nada fáceis para mim e Call não me procurou. É claro que não. Vossa majestade não tem tempo para se relacionar mais com uma mulher do meu tipo.

Encontro conforto na minha cama, ansiosa com o dia de amanhã. Finalmente, deixarei esse país e irei para casa.

Lembro-me que levei meses para esquecê-la depois do nosso primeiro encontro. Ela é uma sedutora nata que soube me envolver naquela noite com sua tática infalível. Com seu charme e beleza, consegue levar todas as mulheres que deseja para a cama.

Vendida para a misteriosa CallOnde histórias criam vida. Descubra agora