Calliope pov's:
A presença do meu pai aqui neste momento é mais do que inoportuna. Ele olha para Arizona como se ela não fosse nada, e isso me incomoda de uma maneira arrebatadora.
Como está acostumado a ser reverenciado, assim como eu, logo estranha o fato dela não fazer isso. Não tem como ela saber porque ele está assim, já que não sabe sobre nossos títulos.
Penso rápido para contornar a situação antes que meu pai coloque tudo a perder.
Ele deve estar aqui porque faltei ao jantar de ontem à noite com a lady Penélope, e também, porque não o obedeci por telefone. Seu antigo desejo é me ver casada com a moça.
- Eu sabia que você estava com companhia. É por isso que não compareceu ao jantar ontem à noite? Não acredito que foi tão inconsequente, filha. E, por causa de um rabo de saia? Arizona me olha com mais raiva ainda.
Meu pai não tem preconceitos e sempre procura pregar a igualdade, mas quando o assunto é o reino ou meus envolvimentos com mulheres que não sejam da nobreza, ele fica irritado. Ele adora se meter na minha vida, porém não permito isso, pois sou uma adulta e posso tomar decisões por mim, mesmo estando acorrentada à coroa dinamarquesa.
Arizona se mostra insatisfeita com a maneira como meu pai se referiu a ela, e o tom de voz dele foi o que a deixou mais intimidada. Se já estava se sentindo ofendida, agora está ainda mais.
- Pai, vamos conversar em meu escritório! Falo tocando em seu braço.
- O que você fez, foi inadmissível Cal...
- PAI! EM MEU ESCRITÓRIO! Cortei-o em um tom grave, mostrando toda minha insatisfação por vê-lo aqui. Ele nunca frequenta as minhas propriedades, a não ser que queira aparecer para me dar sermões ultrapassados.
Vejo-o olhar mais uma vez para Arizona, como se fosse atacá-la a qualquer momento.
- Quem é você? Sua pergunta a deixa muda e sem reação. Eu lhe fiz uma pergunta!
___ Além de mal educada, você também é surda? Responda-me menina! De onde você é? Seu autoritarismo grita.
- Meu nome é Arizona e eu sou do Brasil. Meu pai volta seu olhar de ordem para mim, deixando muito clara a sua insatisfação por descobrir as origens dela.
O Brasil lhe trás recordações que há anos ele tenta esquecer. Ela não deveria ter dito seu nome, muito menos de onde veio. Se o conheço bem, a primeira coisa que irá fazer é tentar descobrir mais sobre sua vida e, depois, oferecê-la um dinheiro para que me deixe. Não seria a primeira vez fazendo algo do tipo.
___ Você enlouqueceu e esqueceu que é ra...
___ JÁ CHEGA PAI! O interrompo mais uma vez em desespero.
- Mande essa mulher embora! Você não pode se relacionar com uma estrangeira, muito menos com uma vinda do país que ela acabou de citar. Esqueceu do meu exemplo? Ele ordena me fuzilado com seu olhar de reprovação.
- Perdão, senhor! Mas eu não vou tolerar que fale assim de mim. Sei que está falando com sua filha, mas esse assunto tem a ver comigo. Também sei que não estou em minha casa, porém não posso permanecer em silêncio diante do absurdo que acabou de falar. A maneira como me olhou, fez eu me sentir inferior. O que não sou. O senhor pode possuir muitas riquezas, mas não tem o direito de me julgar, como fez agora com seu olhar. Sou brasileira sim, com muito orgulho. E não é porque em meu país se dança funk rebolando até o chão, que não somos mulheres de respeito. Arizona foi brava e sutil ao mesmo tempo ao se pronunciar. Duas qualidades muito bonitas que dificilmente combinam juntas. Algo que ela sabe fazer de maneira única.
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Vendida para a misteriosa Call
FanfictionA brasileira Arizona Robbins leiloa sua própria virgindade e a partir dessa primeira noite de relação sexual uma história de amor culturalmente proibida acontece. Callie é inter e Arizona inicia a história achando ser hetero, mas cai de amores pela...