16: FEVER Part.3 - Déjà vu

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Uma semana depois, Wooyoung chamou Hongjoong para ser seu advogado. Por sorte conseguiu, Hongjoong estava estudando advogacia - por motivos que ele nem imagina do que realmente são - e o círculo social do Jung era bem pequeno, então só lhe restava Hongjoong.

O Kim não estava em muitas condições, sentia-se estranho e é como se um cheiro a sangue invadisse suas narinas e ainda fosse dele, sendo que ele tinha tomado banho antes de sair de casa. Tomou um comprimido para as dores de cabeça e parece que não adiantou de nada. Até pensou deixar pendurado o compromisso, mas não podia. Wooyoung estava preso e ele tinha que o tirar de lá.

- Você por acaso, já presenciou alguma reação agressiva do recluso?

- Várias, sobretudo quando envolve o caso da Bia Jung, sua namorada.

- E você admite que as palavras do recluso estão certas quanto a Joonyoung ter este tempo todo uma garota que está desaparecida há quase um ano?

- Joonyoung sempre disse que ela estava morta, sendo que Wooyoung nunca conseguiu fazer o luto. Na minha cabeça, eu também não conseguia pois se não tinha achado o corpo, não era prova que estava morta. Por isso eu estou do lado de Wooyoung quanto a isso. Ele fez isso por defesa, Joonyoung era seu melhor amigo, mas tratava-o abaixo de cão muitas vezes, revelou que ele se mutilava à frente da turma e do professor de educação física. Wooyoung tem problemas, ele viu seu pai se matando à sua frente quando tinha treze anos, e agora a namorada desaparecer já o encheu demais. Se Joonyoung disse que tem a Bia Jung, com certeza é verdade.

- E como pode ter tanta certeza? Este papel diz que Joonyoung têm-la, mas como podemos ter a certeza? Além disso, o recluso cometeu um crime.

- Por mera defesa. Eu vou dar um exemplo bosta, mas responda à minha pergunta. Tem filhos?

- Sim, uma filha de dezanove anos.

- Se ela fosse quase violada, mas ao conseguir escapar, espanca o homem, você aplaude ou prende? Ou melhor, preferia que a sua filha fosse violada e o sujeito cometesse o crime, jamais fosse apanhado e se fosse apanhado seria posto cá fora na mesma semana, ou a sua filha se defender de um ato que poderia originar trauma e muitas garotas se matam por causa disso? Qual seria a sua sensação?

- Não tem nada a ver com o que falamos! E se quer continuar com seu depoimento, eu proibo de falar essas coisas envolvendo a minha filha.

- Eu dei um exemplo, agora quero uma resposta. Preferia que a sua filha se defendesse, ou não?

- Ambos iriam cometer um crime.

- Preferia que a sua filha fosse violada?

- Jamais! Bata na madeira. - Ele bateu na madeira três vezes, já perdendo a paciência com o Kim.

- Wooyoung fez a mesma coisa para não morrer esfaqueado. Como eu falei, é um exemplo bosta, mas que vai dar ao mesmo. Wooyoung poderia morrer assim como sua filha poderia ter uma corda ao pescoço.

- JÁ DISSE PARA NÃO FALAR ESSAS COISAS ENVOLVENDO MINHA FILHA, SEU MOLEQUE!

- Mas tenho razão, ou não? - O policial respirou fundo. - Eu continuarei do lado do Wooyoung, mas pense no que falei. Ele se protegeu e Joonyoung não morreu, ambos estão bem, mas Joonyoung está cometendo um crime horrendo há quase um ano e você não está com olho nisso porque está preocupado com Wooyoung que o atirou do terraço para se proteger.

- Mas ele chamou o Lee para um ajuste de contas.

- Se sua filha fosse raptada e um indivíduo próximo de si, ou até mesmo amigo ou melhor amigo como no caso do Wooyoung, como se sentiria?

- Eu acabaria com ele. - Hongjoong sorriu.

- Wooyoung fez a mesma coisa pela namorada dele. Já estamos entendidos?

- Irei analisar mais sobre. A nossa conversa fica por aqui. - Hongjoong se retirou da sala e seguiu até ao local onde poderia falar com Wooyoung.

- Eu vou tirar você daqui, confie em mim. - Ele falou e se retirou por se sentir pior que antes. Estava até ficando enjoado. Wooyoung notou e apenas seguiu os movimentos do Kim com seus olhos e suspirou, ouvindo o guarda o chamar e alertar que a hora já tinha passado. Se dirigiu até ele e foi segurado e levado até sua cela.

- Eu vou fazer você pagar, Lee Joonyoung. Vou mostrar quem é o verdadeiro líder. - Wooyoung sorriu psicopata, enquanto era preso na cela. Virou-se e se assustou ao ver seu Halateez sentado em sua cama. - Eu sei que as outras pessoas não te veem, mas eu vejo! Que susto! - Ele falou num tom mais baixo para não ser ouvido pelos outros e muito menos ser chamado de doido, mesmo sendo.

- Desculpa se a minha cara está deformada por causa do "eu" passado da sua namorada.

- Não era disso que eu estava falando. Mas então, o que faz aqui?

- Vim te visitar.

- Não cola, essa. Você poderia ter me visitado todos os dias pelo simples fato de não te verem.

- Não tenho a sua vida.

- Eu estou dando em louco, tem noção! Ele tem a minha namorada!

- Eu sei. E talvez eu saiba onde ela está. Porém, preciso de uma ajuda.

- Me diga onde ela está!

- Calma, grandalhão.

- Não comece!

- Eu preciso que me conte coisas sobre o seu Jongho. A líder fugiu com a ampulheta. Chegámos à conclusão que ela procurava sua namorada, visto que ela é reencarnação.

- Mas o que o Jongho tem a ver?

- Meu Jongho é um traidor. E o seu pode ser também.

- Como assim?

- Primeiro de tudo, ele gosta da sua namorada. - Wooyoung olhou chocado. - Segundo, ele já vos mentiu muita vez para se proteger. - O punho do Jung se serrou. - Terceiro e não menos importante, ele já esteve do lado de Joonyoung. - Wooyoung respirou fundo várias vezes, mas não se conteve, pegou na almofada e começou a socá-la. Como ela era meio dura, ele acabou parando depois de um tempo, sentindo dor também por causa dos machucados.

- Aquele traidor. - Falou entredentes e puxou seus cabelos, que já tinham crescido um bocado, para trás, não acreditando que todo este tempo estava lidando com dois traidores. Joonyoung e Jongho.

[...]

- Porque me chamaram para casa do Wooyoung? Ele está preso, lembram-se?

- Não temos muito tempo, vem.

- O que vocês vão fazer? - Yeosang olhou já revirando os olhos para o Kim.

- Não está óbvio? Assaltar a casa do Wooyoung.

- Mas porquê?

- Enquanto você estava o ajudando, descobrimos coisas que queremos saber se é verdade.

- Atualizem-me que eu estou desatualizado de tudo o que estou a falar.

- Jongho diz que a última vez que esteve em casa de Wooyoung, cheirava a podre dentro do quarto dele. E ainda comentou que ele tem uma passagem secreta entre a prateleira de livros da sala de estar. Aparentemente a família não sabe, mas ele mostrou para Jongho, só que não abriu porque o que ele tinha lá era segredo.

- Porque Wooyoung esconderia um segredo de nós?

- Como se ele já não o fizesse. - Mingi comentou e Hongjoong ficou chocado com a sua reação. Ele escondeu-nos que se cortava entre outras coisas que não vou comentar porque quanto mais falamos, mais tempo perdemos.

- Eu estou a trair a confiança dele ao fazer isso.

- E ele sempre traiu a sua ao esconder segredos, pense nisso. - Jongho, que até agora não tinha chegado, mas que conseguiu ouvir a última parte da conversa, e ainda já sabia do que estavam a falar, comenta.

- Mas...

- Sem mais mas, ok? Se não quer, vai embora, mas se chamar a polícia, eu te mato. - Seonghwa comentou apontando para seu abdômen, onde tinha escondido uma arma branca. Hongjoong respirou fundo, sentindo novamente uma estranheza. Ele sentia que já tinha vivido isso, como se fosse um déjà vu.

Bia is Missing | ateezOnde histórias criam vida. Descubra agora