15 - Insegurança

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Nem sei por onde começar a explicar a demora desse capítulo - eu me estressei diversas vezes, especialmente quando abria o capítulo e não conseguia escrever meia dúzia de palavras, ao ponto de fechar o word quase chorando. Estou satisfeita? Não. Arrisco dizer que odeio esse capítulo

Mas aqui estamos finalmente, mais ladainha no final do capítulo

♡♡

— CAPÍTULO QUINZE —

Insegurança

— Eu acho que sou gay.

Hoseok quase engasgou com uma ervilha e a cuspiu em um guardanapo. Taehyung passou o jantar todo em silêncio, mastigando pensativo, antes de dar aquela declaração.

— Perdão?

— Acho que sou gay — Taehyung concluiu mais uma vez. — Estou gostando de... — ele se interrompeu e mordeu o interior da bochecha. — Eu gosto de garotos.

Ele dizia tudo com naturalidade. Ignorava completamente a possibilidade de alguém os ouvir.

— Estive pensando nisso há um tempo... — continuou. — Depois de papear com Jungkook sobre os caras mais bonitinhos que víamos pelos corredores. Eu não faço isso com as garotas. Não reparo nelas desse jeito.

Hoseok permaneceu sem reação, a garganta irritada pela ervilha. É claro que já desconfiava da orientação do amigo, desde o dia em que Taehyung admitiu sua admiração pelo antigo capitão do time, mas não esperava uma confissão como aquela – tão espontânea, no meio do Salão lotado.

— Ah, sim... — Hoseok balbuciou. — Fico feliz que–

— Mas eu ainda quero beijar um garoto — Taehyung o cortou. — Quero ter certeza do que eu sinto.

A boca de Hoseok secou. Aquele beijo fracassado que trocaram depois do natal deixou uma sensação de assunto não-terminado em seu peito. Ainda ficava nervoso só de pensar na possibilidade de tocar os lábios de Taehyung de novo.

— S-se você q-quiser... — ele começou, mas sua voz saiu tão baixa que nem ele mesmo conseguiu se ouvir.

— Estive falando com um garoto da turma de Jungkook, Billy Owens — disse Taehyung. — Acho que ele gosta de mim.

Os talheres escorregaram das mãos de Hoseok e bateram no prato, tilintando alto.

— Ah, é? Owens? — ele perguntou inquieto. — Aquele magrinho da Corvinal?

— Isso, o que tem a voz bonita.

Hoseok sentia-se traído de alguma forma, mas não saberia apontar o porquê. Ele mesmo havia sugerido, no começo, que Taehyung saísse por aí beijando outros garotos. Não havia motivo para se sentir tão... Rejeitado.

— Estou meio nervoso — Taehyung admitiu em tom baixo. — E se Billy só estiver interessado em mim por causa do Charme de Kumiho? Acha que ele pode ficar meio paranoico igual Rachel Collins?

— Eu acho que... Que... — Hoseok tentou dizer algo, mas a resposta não veio.

— Estou exagerando, não estou? — concluiu Taehyung, brincando com o restinho de comida com um garfo. — Billy é um cara legal.

E desde quando você gosta do Billy?, Hoseok quis perguntar, mas se conteve no último segundo, colocando uma grande colherada de purê de batata na boca.

— É, é sim — Hoseok disse por fim. — Billy é um cara legal...

Ao dizer isso, encarou o garoto citado na mesa da Corvinal: Billy Owens tinha cabelos claros, grandes olhos verdes ampliados por um óculos maior ainda e uma boca larga, mas bem desenhada. Imaginou aquele magricela beijando Taehyung e sentiu uma queimação na boca do estômago.

Entre Poções e Vassouras • VhopeOnde histórias criam vida. Descubra agora