Capítulo 15

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__ Então o pai da Angel sabe onde vocês estão?

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__ Então o pai da Angel sabe onde vocês estão?

__ Sabe. Eu acho que vou voltar pro Brasil.

__ Não vai adiantar nada Akira, se esse cara te achou aqui imagina no Brasil.__ meu irmão fala e revira os olhos.

__ Eu não quero ele na minha vida.

__ Mas você não pode decidir isso pela a Angel, ela que tem que escolher se quer ele na vida dela ou não.__ ele fala.

__ Você não entende!__ digo me levantando.

__ Então me explica cassete!__ ele se levanta também.

__ Mesmo se eu te explicasse você não iria acreditar. Eu prefiro guardar pra mim.

__ Faça o que você quiser, mas a sua filha vai te odiar por afastar ela do próprio pai. O seu pai foi ótimo com você, mas comigo ele foi uma merda, se eu pudesse faria de tudo para ter momentos bons com ele.

Ele saí do meu quarto e eu começo a chorar. Talvez por culpa, por pena do meu irmão, por medo...

O meu pai sempre tratou o meu irmão diferente, ele carrega bastante traumas do homem que é meu pai. Descobrimos esse ódio todo dele pelo meu irmão quando eles morreram, minha mãe traiu meu pai e Benjamim não era seu filho de sangue.

Meu irmão cuidou de mim quando nossos pais morreram. Ele trabalhava por horas e horas para não deixar a gente passar fome, eu era muito novinha e não conseguia um emprego. Até eu me mudar para a casa do idiota do meu ex.

Meu irmão ficou bem triste, mas nunca me deixou na mão. Quando ele descobriu o que eu tinha feito (eu mesmo contei), ele me ajudou a mudar de país e fez com que ninguém descobrisse.

Cuidamos um do outro.

Chego perto do berço da minha filha que estava com os olhos abertos enquanto olhava para o seu cavalinho. Ela estava com a sua mesma carinha de brava, achava engraçado o jeito que ela é séria igual ao Gabriel.

Quando me viu, ela fez um bico enorme e ameaçou a chorar, queria que eu a pegasse. Peguei ela no colo antes que abrisse o barreiro e ela deitou a cabeça no meu ombro.

__ Xiii... A mamãe está aqui.__ digo quando ela começa a chorar.

Ela está bem manhosa, já que os dentinhos estão saindo para fora. Hoje eu vou até a cidade comprar fraudas e algumas verduras que eu já posso dar para ela.

Não gosto de comprar papinhas prontas. Faço a papinha dela em casa mesmo.

Me arrumei rapidamente e troquei a roupa da Angel, já tinha dado banho nela mais cedo. A coloquei na cadeirinha do carro e chamei Jennifer para ir comigo até o centro.

__ Você vai atrás com ela. Vou dirigir.__ digo e ela concorda entrando no carro.

__ Seu irmão comentou comigo que o Gabriel está por aqui.__ ela fala depois de um tempo.

Solto um longo suspiro.

__ Ele está.

__ E você contou para o seu irmão que ele é um "Anjo"?__ ela fala de um jeito engraçado e eu dou risada.

__ Está doida? Ele não acreditaria em mim, as vezes acho que nem você acredita.

__ É um pouco difícil de acreditar nisso, mas sempre acreditei que existisse essas coisas, na verdade eu tinha medo mesmo.__ dou risada.__ você vai deixar ele ver a Angel?

__ Depende de como ele vai se comportar com ela.

__ E você vai deixar ele se aproximar de você?...

__ Não! De mim não!

__ Sei...

__ Você que está bem próxima do meu irmão.__ digo olhando para ela pelo espelho.

__ Ele só é... Legal.

__ Legal, sei.

Quando chegamos no centro, eu coloquei o carro em um estacionamento e pendurei a Angel no canguru em mim, ninguém merece ficar carregando no colo, não tenho mais braço pra isso não.

Começamos a andar pelas lojas, eu estava trabalhando de casa. Eu faço a agenda de uma médica, ela até que me paga bem.

Nós três conseguimos empregos aqui, eu fiquei mais preocupada com a Jennifer, mas ela disse que não tinha ninguém lá, então veio para cá.

__ Nossa, olha essas roupinhas, que coisa mais fofa!

__ Não adianta comprar para ela, vai perder em duas semanas.

__ Verdade.

Ficamos até tarde fazendo compras. Quando voltamos eu estava exausta de carregar sacolas e a Angel.

Jennifer saiu do carro primeiro, já que ela veio dirigindo. Angel estava chorando, estava com fome.

Enquanto a pegava no colo, coloquei o meu peito para fora e com um braço eu a segurava. Coloquei meu mamilo em sua boca e ela sugou com força. Agora ela mordia o meu mamilo por causa dos dentes, ficava puta da vida, mas ela não tem culpa.

Quando fechei a porta do carro e comecei a andar com ela mamando em meu peito, vi a silhueta de um homem sentado no mesmo banco que eu gosto de ficar.

Era o Gabriel.

Quando ele me avisou, se levantou e caminhou calmamente até mim. Quando ficou frente a frente comigo sorriu e olhou para a Angel.

__ Oi, Kira.

__ Tá fazendo o que aqui?

__ Vim ver vocês duas. Eu não ia vir, mas não me aguentei de saudades.

__ Nos vimos ontem.

__ Mesmo assim, eu sinto sua falta... Quero ficar perto da nossa filha também.__ ele fala com a cabeça baixa.

Angel resmunga um "hum" alto, olho para ela que estava olhando para ele com a testa levemente franzida. Ela abriu a boca e meu seio ficou pingando leite para fora.

Eu a levantei e ela virou o rosto para olhar o Gabriel. Ele estendeu os braços para ver se ela iria querer ir prós braços dele e para a minha surpresa ela foi.

Ele segurou ela meio sem jeito, acho que estava com medo de derruba-la. Ela olhava para ele curiosa, colocou a mãozinha na cicatriz que ele tinha na bochecha e sorriu.

Eu acabei sorrindo com a cena, ele estava com os olhos cheios de lágrimas enquanto olhava para ela.

Anjo caídoOnde histórias criam vida. Descubra agora