Capítulo 02

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São dois assaltantes encapuzados com máscaras negras de ésqui, ambos músculosos e assustadores de se ver, pareciam duas montanhas com armas de fogo na mão, prontos para qualquer tipo de ação ou reação ao cerco que eles aprontaram.

Um vestia camisa listrada horizontalmente verde e cinza, seu peitoral é largo e forte o bastante para aguentar uma sequência infinita de socos. Seus braços são grossos e parecem feitos de pedras. Foi ele quem atirou no logotipo da Vibe 50 e aponta a arma para lá e para cá mirando e apavorando os clientes da lanchonete, inclusive eu.

O outro está abaixando os portões de correr da entrada mas antes de último tocar no chão eu vejo pessoas na ruas assustadas e correndo e isso era um alívio pois a polícia logo ficaria sabendo do ocorrido e traria ajuda. Ele também tem uma arma na mão, usa uma calça de tenro assim como o outro mas sua camisa é vermelha e lisa, tem pelos negros e escaracolados no braço suado.

- Por favor, levem tudo mas não machuquem ninguém - Rose diz entre choramingos.

- Quieta - Caroline diz estridente.

Um dos assaltantes se aproxima e dá uma coronhada em Rose que grita e segura a nuca que parece doer muito. Seus dentes rangem e Will tenta ir até a esposa mas se detém quando o assaltante avança contra ele.

- Qual a senha do cofre? - a voz retumbante do homem pergunta, ele pega Will pelo colarinho e o levanta - Me mostra onde fica bundão!

- Tudo bem, eu o levo lá e dou a senha mas não matem ninguém.

O assaltante empurra Will para os fundos da lanchonete enquanto o outro fica girando para todos os cantos ameaçando atirar contra nós. Os garçons e garçonetes vestidos de austronatas estão ridículos chorando e eu me seguro para não ri da maquiagem toda borrada das meninas.

Meu olhar segue pelo salão até encontrar meus melhores amigos abraçados ao lado da mesa onde estávamos. Analice se agarra aos braços fortes de Ricardo e ele massageia seus braços magros.

Ao meu lado o garoto e a garota espanhóis estão de mãos dadas, ele me encara assustado e com os lábios abertos mostrando os dentes perfeitos. Queria segurar sua mão também mas não por eu temer o assalto e sim para protegê-lo e dizer que vai ficar tudo bem.

Ele começa a suar. Sua pele vai brilhando mesmo no escuro da lanchonete. Sua boca faz um bico ele começa a inspirar e expirar com a ajuda da garota como se ele estivesse entrando em pânico.

Me aproximo mais deles dois e indago:

- Cara você tá bem?

- Ele vai ficar - é a garota quem responde acenando a cabeça para mim.

- Silêncio vocês aí. Querem levar chumbo na cabeça? - o assaltante aponta a arma para nós três que estamos sentados contra o balcão lado a lado.

Ouço um barulho recorrente nos fundos da Vibe 50 e torço para que nada aconteça ao Will, instintivamente lanço um olhar perscrutador para Rose que chora copiosamente nos braços de Caroline que parecia calma até demais como se já estivesse acostumada com esse tipo de comportamento.

- Vai terminar logo. Eles só querem o dinheiro. Preciso que respire fundo, meu bem - a garota diz bem baixinho só para ele ouvir, tranquilizando-o.

- Qual seu nome? - pergunto finalmente para ele que me olha massageando os punhos.

- Sou Cristóvão - sua voz sai baixinha - Pode parecer mas eu não sou um esquisitão tá?

- Ah bom. Já estava achando que você era um doido varrido - brinco e consigo ver um sorriso lindo em seus lábios.

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