Capítulo 16

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— Estou meio nervoso.

— Meio? Está tremendo feito vara verde.

— Você me deixa assim e essa festa também, então a culpa é sua por me convidar.

— Pois eu levo essa culpa com honra, olha só para você.

Seguro em seus ombros e faço ele dar meia volta, atrás de nós dois há um espelho do chão ao teto. O elevador faz com que meu estômago reclame por causa da gravidade, vejo Renan admirando seu reflexo.

— Realmente estou bonito nessa roupa, obrigado.

— Você é bonito com e sem roupa.

— Wes...

Ele fica vermelho feito um tomate e gargalho dessa reação, mesmo depois de uma semana de namoro ele ainda fica envergonhado pelas coisas que digo. Tudo bem que nessa correria de inauguração foi meio difícil estar sempre com ele mas nós falávamos o tempo todo por celular e mensagens durante o dia.

Encomendei um terno sob medida para ele e para mim num alfaiate que meu avô sempre ia para produzir suas roupas de corte. Renan veste uma combinação preta, das meias do sapato até a gravata, em sua lapela há um lenço macio que emprestei para ele. Renan também tirou os brincos que usa todos os dias.

Meu terno não tem muita diferença para o dele somente a camisa branca e uma gravata cinza que uso assim como as abotuadoras e broches de ouro que sempre tive na minha gaveta de acessórios. Aparei minha barba por ordem dele que disse que eu não poderia parecer um mulanbo na noite de inauguração.

Seguro em sua mão para lhe dar segurança e ele me abraça apertado, se aconchegando em meu peitoral. Sorrio do gesto e beijo o topo da sua cabeça, seu cabelo normalmente bagunçado e volumoso estava acentuado e penteado mas emitia o mesmo aroma de sempre.

— Tenho certeza que você vai ficar bem.

— Só não fica longe de mim, por favor.

— Tudo bem, não vou deixar nenhum desses caras aqui da festa se aproximar de você — eu afasto ele para manter seu terno novo impecável, arrumo seu lenço e seguro em seu rosto para lhe dar um beijo de língua com sabor de hortelã —, mas que você tá parecendo uma criança prestes a entrar no jardim de infância, isso você tá!

Sorrimos da brincadeira e ganho um soquinho no braço que mais pareceu um leve toque. Ele enterra o rosto no meu peito novamente envergonhado

— Prometeu que não ia zoar com minha cara.

— Foi inevitável Tomatinho, desculpe — digo sem filtrar o apelido que dei pra durante esse pequeno período de namoro.

— Tomatinho?

— Sim, você fica corando toda vez que falo algo mais... despudorado.

— Não fico nada.

Me aproximo dele até ficar a centímetros, sem tocar em sua pele para ele sentir apenas o som da minha voz que sai rouca e sensual de propósito. Minhas mãos estão nos bolsos da minha calça então não há chances de tocar nele e estragar a sensação.

— Estou louco pra chegar logo em casa e tirar seu terno inteiro, quero te ver pelado na minha cama pra eu te foder com força — lambo os lábios e com tamanha proximidade consigo ver seus pêlos da nuca eriçados — mas antes você vai ter que tirar minha cueca somente com a boca.

Me afasto e ajeito a gravata me olhando no espelho. Vejo Renan se apoiar na barra prateada do elevador e o familiar e provocado tom de vermelho está presente em seu rosto da testa até sumir no pescoço.

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