A Ponte do Amor

Capítulo 08

Fevereiro de 1954

Eu deveria dar o pé daqui e voltar pro baile e não continuar, mas minha sede aumenta a cada passo que dou ao seu lado. Não posso voltar agora que cheguei tão longe.

Eles já me esperavam no jardim, preparados para o ataque e eu ansiava por vê-los me aclamando, me venerando e doidos por minha proeza de único do ano letivo. Seria mais um feito icônico para o Hall da fama de Pedro Bravalone.

— Deve ser mesmo bonito por demais esse jardim, mas as luz da cidade ainda da pra ver a lua grandona igual que nem lá no interior? — ela diz com um sorriso de lata.

— Acho que não, mas o que vale é a intenção e eu queria ficar sozinho com você.

Fala sério?! Aquele aparelho dentário era ridículo até mesmo pra caipira da Caroline. Cobria metada dos lábios superiores e seguia até ficar preso atrás das orelhas.

— Te garanto que você vai amar — digo para mantê-la sob acima de qualquer suspeita.

Desde o mês passado fiz essa aposta com meus amigos. Acho que tudo começou quando Ricardo anunciou que nas férias, antes de entrar pra faculdade, tinha posado pelado para um revista feminina, nos duvidamos e ele nos levou até sua casa para vermos uma amostra das fotos que ficariam prontas no começo do ano.

Entramos em seu quarto e ele jogou sobre a mesa suas fotos totalmente nu, em algumas ele vestia apenas uma tanga imitando o Tarzan, em outras usava uma folha grande para tapar seu membro mas a maioria mostrava ele como veio ao mundo. Lembro como todos ficaram impressionado com o tamanho do seu dote.

Pra falar a verdade ele parecia mesmo com um desses caras que posavam pelados e todos zoavam ele por causa disso desde o ensino médio. Ele é alto, tem músculos rígidos e invejáveis, sem falar na sua face de modelo internacional e seu cabelo louro queimado e impecavelmente liso.

— Cacete, o cara é doido mesmo! — Félix falou sorrindo e virando uma foto de cabeça para baixo — desse jeito a concorrência pra arrumar mulher é grande.

— Não exagera, meu cacete é muito mais avantajado que essa minhoquinha aí — Guto falou, o que era uma mentira completa pois eu já tinha visto ele nu no vestiário das aulas de educação física.

— Esse papo é brabo meus amigos — Osvaldo disse.

— Só fala isso porque tem mais ovo do que piroca — eu bato no meio de suas perna e ele se retrai.

— Palhaço!

— Podem falar o que quiser mas é com o salário dessa revista que eu vou pagar minha faculdade — Ricardo se defendeu.

— E sua mãe sabe disso? — pergunto revirando uma foto onde ele está sentado em uma rocha cenográfica, com as pernas abertas e seu membro duro apontando para cima com os ovos pesados caidos na pedra.

— Nem sonha — ele fala com um sorriso irônico — mas não posso fazer nada se uma das amigas dela mostrar a revista.

— Falando sério agora. Você é boa pinta pra caralho meu amigo, aposto que conquistaria o coração de qualquer piteuzinho que aparecer na sua frente — Félix provoca.

— Também acho — Osvaldo falou.

— Não exagerem — Ricardo diz todo modesto e se espreguiçando.

— Que isso amigo, aposto que pegaria até aquela caipira da Caroline — Guto fala.

— Argh! Deu até ânsia de vômito só de pensar naquela careta horrosa!