Inflexão (MadaSaku)

33 - Um Futuro Obscuro

Yahiko e Nagato se recuperaram sem dificuldades. Shizune, havia se tornado uma grande mulher (já tinha os seus trinta e dois anos) e grande médica. Tsunade havia voltado após três anos de peregrinação com Jiraiya e os órfãos e, junto dela, comandava o hospital e a clínica psiquiátrica dedicadamente. A sannin saíra em missão com seu time, mas voltou rapidamente, assim que soube do acontecido com Nagato, Konan e Yahiko.

Jiraiya utilizou a invocação inversa para levá-los do Monte Myōboku à Konoha. Quando chegaram, imediatamente foram ao hospital e Tsunade questionou Sakura sobre ter mudado de opinião quanto aos olhos de Nagato. A Haruno apenas disse que agora acreditava que o destino não era nada favorável às mudanças que queria executar, então esse era o melhor caminho.

"Mas, ele não pode ficar sem os olhos, todos desconfiarão ainda mais de que de fato ele possuía o Rinnegan". A Senju alertou, sentada em sua cadeira na sala da diretoria do hospital.

"Precisamos substituí-lo, antes de sair do hospital e ser visto por qualquer um". A Haruno ficou pensativa.

"Isso é quase impossível, o conselho vem para ver Nagato, querem exigir dele uma explicação quanto ao ocorrido em Amegakure. Por sua causa Hanzō quer declarar guerra, oficialmente". Tsunade arqueou-se sobre a mesa com ambas as mãos em frente ao rosto e tocando as pontas dos dedos. Sempre fazia isso quando refletia seriamente. "Isso será um desastre, Sakura. Já temos conflitos com Kumo e Iwa. Se se aliarem contra nós teremos um conflito de proporções mundiais."

"Assim como foi a Quarta Guerra Shinobi. Não podemos deixar chegar a isso". Sakura mordeu os lábios, nervosamente. "O que acha que devemos fazer, shishou?"

"Primeiro devemos substituir os olhos de Nagato, urgentemente, acho que Orochimaru pode nos ajudar, ele tem feito muitos avanços em suas pesquisas. Por outro lado, é uma pena precisarmos esconder o Rinnegan. O poder desses olhos seria capaz de infligir medo suficiente nas outras nações a ponto de fazê-las recuar e até mesmo aceitar tratados de paz conosco". Tsunade recostou-se e girou em sua cadeira, olhando para a grande janela envidraçada de seu escritório. "Odeio admitir, mas nisso Madara tinha certa razão, as vezes só o poder é capaz de manter a paz."

Sakura levantou-se, tocando a mesa com as pontas dos dedos e tendo a cabeça baixa. "Porém, provisoriamente. O medo não é uma solução". Ela fitou a loira, que se virou novamente para encará-la. "Posso falar com Orochimaru-san então?". Mudou de assunto.

"É claro".

"Tem certeza de que isso é possível?". Sakura perguntou ao Sannin das cobras.

"Completamente possível, fabricarei os globos oculares utilizando um material especial, capaz de alta regeneração e compatível com qualquer DNA". O homem andava com ela pelos corredores do hospital.

"Então você já tem acesso às células de Hashirama...". A Haruno parou repentinamente, estava receosa.

"Não estou envolvido em experiências com crianças, se quer saber". Orochimaru sorriu. "Depois do que você falou e depois que vi a alta habilidade de regeneração daquela criatura, o Zetsu, encaminhei minhas pesquisas de modo que acredito que poderei alcançar meus objetivos com as células do Shodai-sama muito em breve...". Ele viu os ombros tensos de Sakura relaxarem ao ouvir a sua resposta, então voltaram a andar. "As perspectivas vão muito além de glóbulos oculares e próteses de membros... penso em... seres humanos completamente criados em laboratório."

"Isso é... espantoso".

"É o efeito da vida em seu ápice, Sakura-san. Vida gera vida em todo o seu potencial. Finalmente a imortalidade deixou de ser apenas uma falácia."

"Isso é perigoso, Orochimaru-san".

"De fato, mas não é algo que qualquer um poderá manipular. Esse conhecimento não será aberto ao público... mas, para quê estamos nos preocupando? Ainda falta muito tempo e ninguém precisa saber, se não quisermos, não é?"