41 - Um Monstro?

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Aviso: Descrição Gráfica de Violência. Nada aqui foi romantizado.


Madara encarava, atônito, as linhas à sua frente. Eram linhas e mais linhas descrevendo a relação de um casal. Não fora exposto a tanto erotismo desde a vez em que roubou os pergaminhos do clã, quando ainda era um jovem no início da puberdade.

Naquela época seu objetivo era descobrir os segredos de seu dōjutsu, tradições, estratégias e tudo mais sobre o poderio dos Uchiha. Então acabou por encontrar os manuscritos que falavam sobre a vida e as responsabilidades de um homem e guerreiro. As coisas sobre mulheres ele deixou de lado, mas aquelas que falavam sobre a sexualidade masculina e a conjugal, essas não pode evitar ler, a curiosidade era enorme e não parou até saciá-la.

Coisa inúteis, julgou. Então descartou-as após decidir que não perderia seu tempo como os homens comuns faziam.

Errou ao pensar que havia lido coisas extremamente impróprias porque nada do que leu naquela época se comparava ao que tinha em mãos agora. Deus, aquilo era o auge da...



"Então, o que me diz? Uma obra-prima, não é?!". Jiraiya lhe deu um tapa nos ombros e o apertou ali.

Madara (ou Madoka naquele momento) fitou-o, ainda meio constrangido, e assentiu. "Ah". Passou a mão sobre o rosto fervendo, pedindo a kami para que o outro julgasse que seu rubor se devia ao álcool apenas. "Essas são experiências reais?"

O homem de cabelos brancos sorriu como um grande fanfarrão pervertido. "Pode apostar, foram anos de pesquisa e esforços para compilar as experiências mais incríveis e doces que tive, e tudo isso em três ou quatro volumes apenas."

Madara ergueu as sobrancelhas em espanto. "Apenas três ou quatro?". Indagou, haveria material para tanto? Este homem era o que? Um pervertido desocupado? Um ninja não deveria ter tanto tempo para gastar nesse tipo de literatura. Aqueles deveriam ser tempos muito amenos de fato.

"Ah, sim. Eu não tenho tanto assim a contar. Mas, planejo viajar mais e quem sabe poderei escrever volumes mais densos da próxima vez".

"E a Senju, o que pensa disso?"

"Tsunade?"

Madara assentiu em confirmação.

"Sabe como são as mulheres...". Ele não sabia não. "No início ela me chamou de pervertido e me bateu com a cópia que fiz para ela". O sábio encheu seu copo de sakê, mais uma vez.

O Uchiha deu uma breve olhada no maço de páginas que segurava em suas mãos, então voltou sua atenção para o homem de cabelos brancos, que continuou.

"Mas depois, Madoka meu amigo, depois eu a peguei lendo!".

"Uh?!". Ele indagou, genuinamente interessado.

"Sim! E ela gostou!". O sábio festejou, enchendo o copo de Madara,em seguida entregando-o em suas mãos. "Kampai!". Jiraiya bateu seu copo contra o dele.

"Você conhece Sakura-chan há muito tempo?". Jiraiya indagou, depois de algum tempo.

"Ah". Confirmou.

O sábio dos sapos abriu um pequeno sorriso, largando a garrafa e seu copo já vazios e recostando-se no carvalho. Madara amparava um braço sobre o joelho direito, enquanto segurava uma folha verde girando-a entre os dedos indicador e polegar. As longas olhadelas que dava em direção ao território Uchiha também não passaram despercebidas pelo sannin.

"Você não fala muito, não é?". Jiraiya aumentou o tom de voz, chamando-lhe a atenção. Acrescentando, após uma pausa: "Como esperado de um Uchiha". Sorriu ao ver a seriedade disfarçando o espanto nos olhos castanhos do henge.

Inflexão (MadaSaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora