Destiny Kelly O'Connor, filha única de pais separados, cresceu em um ambiente familiar abusivo, o que a levou a fugir de casa com apenas 19 anos no início da década de 1980.
Perdida pelas ruas da caótica cidade de Los Angeles, totalmente só, ela se...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
DESTINY
ALUZ DO bar diminui quando "Stayin' Alive" do Bee Gees começa a tocar, criando uma ambiência sensual. A princípio, por ser uma música fora de moda, as pessoas reagem com descaso e hostilidade. Ninguém se anima. Vejo um ou outro cantarolando como se fosse algo mecânico em suas mesas, bebendo e comendo sem cansar. Acho que saturou para eles, para mim não. Foi uma fase péssima da minha vida, mas, ainda sim, amo os anos 70.
— Vai dançar, Tony Manero! — Vince debocha, dirigindo-se a Nikki.
— Eu?! Dançar?
— Vai, dude! Quantas vezes não te pegamos no flagra assistindo "Os Embalos de Sábado à Noite"? — Tommy dá uma risada altíssima. — Pensa que esquecemos disso?
— Nem pelo caralho! — balança a cabeça para um lado e para o outro.
— Pelo caralho você iria, man, nem vem!
— Vinnie, por que é que ainda não te expulsei da banda mesmo? — fuzila-o com o olhar.
— Porque tenho talento, Nikki boy.
Todos riem escandalosamente, menos eu. Ainda não tenho liberdade alguma com o grupo para me envolver nessas brincadeiras esquisitas. Eles são perturbados pra cacete.
— Ei... Já que ninguém quer, vou dançar. — atraio os olhares da mesa.
— Sério, gata? — Heather questiona com uma surpresa palpável.
Concordo, levantando-me. Por que o espanto? É proibido curtir? Em frente ao balcão de madeira maciça onde servem bebidas, improviso minha pista de dança. Balanço o corpo suavemente e as pessoas curiosas, uma a uma, viram para me assistir. Um casal gosta da ideia e se junta a mim, depois outro, logo uma turma de amigos também. Quando menos espero, praticamente o Rainbow inteiro está dançando ao meu redor. Ergo os braços e sorrio, jogando o cabelo.
Feel the city breakin' and everybody shakin' And we're stayin' alive, stayin' alive Ah, ha, ha, ha, stayin' alive, stayin' alive Ah, ha, ha, ha, stayin' alive
Uma mão grande aperta meu ombro e eu viro: é Nikki. O mundo para, somos apenas nós.
— Posso confessar uma coisa? — com a boca grudada na minha orelha, ele tenta falar mais alto do que o volume da música.
