Destiny Kelly O'Connor, filha única de pais separados, cresceu em um ambiente familiar abusivo, o que a levou a fugir de casa com apenas 19 anos, no início da década de 1980.
Perdida pelas ruas da caótica cidade de Los Angeles, totalmente só, ela s...
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"Quando a tormenta começou, em meados de 1983, ela era uma garota sem esperança, perturbada, viciada em álcool e drogas pesadas, infeliz, completamente destruída, que orava a Deus para morrer dormindo todas as noites." — Nikki Sixx.
"Destiny se tornou uma menina viciada aos 19, 20 anos, conheceu o fundo do poço, viveu nele por um longo período, tinha desistido da vida, tinha desistido de acreditar em um novo dia... Mas sua história de superação já estava escrita nas estrelas!" — Vince Neil.
"Ela sofreu nas mãos do padrasto, depois sofreu para se livrar das drogas, saiu da reabilitação e sofreu ainda mais até conseguir se reintegrar a essa sociedade preconceituosa de merda, rotulada como 'ex-viciada', podendo ter recaídas, mas não, não teve. Destiny foi corajosa e, porra, olha onde essa garota chegou! Todos merecem uma segunda chance e foda-se quem discordar." — Tommy Lee.
"Eu a admiro, gosto dela, pois sei que sua caminhada não foi fácil. Bom... Eu a admiro. Tenho apenas isso a dizer." — Mick Mars.
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DESTINY
ANOITECE... SENTO COM meu grupo de amigos viciados no chão do beco e acendo um cigarro. Hoje faz frio em Los Angeles, algo que quase não acontece, então pego a manta cedida pelo Exército da Salvação e cubro o corpo anoréxico, repleto de marcas de agulha e hematomas horrendos dos pés à cabeça.
Há seis meses não tenho teto, vivo de sobras, pareço uma morta-viva e a heroína é meu maior consolo. Quando fugi de casa, cega pelo ódio, não pensei que morar nas ruas fosse tão assustador, mas eu faria de tudo para nunca mais olhar na cara de Benson, meu padrasto satânico, o monstro fodido que me molestou dos dois aos doze anos, sempre me agrediu e agrediu minha mãe, nos humilhou de todas as formas possíveis e impossíveis, que me torturava psicologicamente e me fazia me sentir a vilã suja, a real culpada pelas atrocidades que fazia comigo; ele o filho da puta bonzinho, incompreendido, invertendo minha posição de vítima. Aquele cretino do caralho!
Apesar de deprimente, admito: prefiro passar fome, viver chapada para escapar da realidade medíocre do que tê-lo por perto. Ele me aterrorizava tanto, que quase molhava as calças toda vez que o via tirar o cinto ou era acordada no meio da madrugada com seus abusos nauseantes. "Tire as mãos de mim", pedia em meio a soluços baixinhos. Era abominável.
Agora continuo triste, porém, sou livre como um pássaro que fugiu da gaiola. A liberdade tem poder transformador na vida de qualquer ser vivo.
— Dessie, você quer? — saio do transe pelo chamado de Sarah, a ex-modelo viciada em blackjack. — Melhor cocaína da Califórnia.
— Valeu. Tô bem assim. — sorrio fraco, fungando e esfregando o nariz. — Boa noite, pessoal. Quem fica na vigília hoje?
— Eu fico. — Dale responde.
— Ok, vou dormir um pouco. Faz três dias que não prego os olhos. — deito-me no colchão inflável e começo a pensar se algum dia esse sofrimento terá fim.
Por que é que certas pessoas nascem para prosperar e outras para fracassar?
Chega a ser injusto, nunca fiz mal a uma mosca, só espero que a palavra de Deus se cumpra e que os humilhados sejam exaltados em breve. Fecho os olhos e, de repente, noto que lágrimas quentes caem sem parar. Choro silenciosa, mergulhada dentro de mim para fugir de mim mesma e desse inferno que chamo de vida.
* * * *
Sob efeito de Ketamina, bebo mais do que um Opala com Sarah, Dale, Josh e Charlie em frente à fogueira no beco em que vivemos. O problema é que conheci esse maldito anestésico semana passada e já estou viciada em injetá-lo, até deixei a heroína de lado. Sua combinação com o pó, por um ser o oposto do outro, faz meu cérebro fritar.
— Deus te abençoe, irmão. — Sarah debocha e beija a bochecha de Charlie, formando um leque de notas de cem dólares perto do rosto.
— Me dê uma pedra de crack e arrumo quanto dinheiro você quiser.
Charles rouba lojas de postos de gasolina à mão armada. É ele quem descola grana para sustentar nossos vícios, mas eu sei que tudo que é bom, dura pouco. A qualquer momento nosso "facilitador corajoso", como o chamamos, pode ser preso e a fonte irá secar. E, caso a fonte seque, morta de abstinência, garanto que serei capaz de fazer loucuras inimagináveis para me drogar, isso inclui matar ou morrer.
Não tenho nada a perder, afinal...
Não tenho nada a perder.
Oh, olhos estrelados, oh Oh, starry eyes, oh
De pé sozinho na luz Standing alone in the light
Você podia vê-la chorar You could see her cry
Com um sorriso e uma piscadela With a smile and a wink
E um brilho em seus olhos And a sparkle in her eyes
Ela suspirou calmamente, "Eu vou ficar bem" She calmly sighed, "I will be all right"
Ei, criança, você teve que suportar a dor de um homem nas ruas Hey, child, you've had to take the pain of a man in the streets