Destiny Kelly O'Connor, filha única de pais separados, cresceu em um ambiente familiar abusivo, o que a levou a fugir de casa com apenas 19 anos no início da década de 1980.
Perdida pelas ruas da caótica cidade de Los Angeles, totalmente só, ela se...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
DESTINY
"ESTAMOS NA CALIFÓRNIA! O divórcio levará seis meses para ser finalizado", ele disse em nossa última ligação.
Foi aí que me arrependi amargamente de ter decidido ontem à tarde, durante um surto de menininha careta, não vê-lo mais até que tudo esteja em ordem. E voltar atrás seria ridículo. Tenho palavra, um orgulho estratosférico, portanto, o que me resta é esperar e deixar Garfield louco de tanto ouvir minhas lamúrias.
Neste sábado monótono, afogo as mágoas no cigarro, em filmes de comédia pastelão, Coca-Cola e salgadinhos com cheiro de chulé.
Verdadeira refém da própria escolha idiota.
Merda!
6 meses depois...
22 de janeiro de 1989
É o primeiro mês de um ano novo, vida nova.
Refletindo sobre a montanha-russa emocional que foi meu 1988, entro na fila do drive-thru do McDonald's, ligo o ventilador a pilha que fixei no painel do carro e o toca-fitas.
Falando em toca-fitas, como a sorte está sempre a meu favor, já faz algumas semanas que sou obrigada a ouvir as mesmas músicas enquanto dirijo. São do álbum "Purple Rain" do Prince, que comprei de queima de estoque em uma loja de produtos chineses no centro de Los Angeles. A cassete presa dentro do aparelho, desde então, espera ser salva por mim.
— Quero um Big Mac, uma batata frita grande e uma Coca. — peço à atendente mal-humorada. Aliás, "atendente do Mc" e "bom humor" não se encaixam na mesma frase. —Ah! E um sundae! Sundae de morango com cobertura extra!
Depois de sair do drive-thru, retorno ao meu apartamento. Coloco a sacola do McDonald's na mesa de centro da sala e começo a comer o "almoço saudável" sentada no tapete de pernas cruzadas, olhos na TV. O telefone toca e, por preguiça, não atendo, mas tudo muda ao escutar a voz dele, de Nikki Sixx: "Consegui. Me retorna o mais rápido que puder."
Não termino o hambúrguer, nem as batatas, nem a Coca, nem nada. Meu sundae derreteu. Não consigo mastigar. Não consigo engolir. A comida multiplica na minha boca.
Será o telefonema que aguardo há seis meses?
— Caralho! — levanto velozmente, deixando tudo para trás e ligo de volta em milissegundos.
