Destiny Kelly O'Connor, filha única de pais separados, cresceu em um ambiente familiar abusivo, o que a levou a fugir de casa com apenas 19 anos, no início da década de 1980.
Perdida pelas ruas da caótica cidade de Los Angeles, totalmente só, ela s...
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DESTINY
DOIS DIAS SE passaram desde que tivemos aquela conversa franca e Nikki está aliviado por não precisar esconder mais nada de mim. Parcialmente aliviado, na verdade, já que confessou que teme ser um caso perdido, somado ao medo de me decepcionar e afastar, mesmo que eu não pare de repetir frases de conforto e encorajamento. As novas crises de abstinência também o assustam e vê-lo em sofrimento dói em mim como uma adaga fincada no coração.
Bom, ninguém disse que seria fácil, apenas que valeria a pena.
Quando meu maravilhoso namorado finalmente perceber que a vida sóbria é um presente dos céus, nunca mais sentirá vontade de usar drogas.
— Porra, que demora! — escuto o homem resmungar atrás de mim, na fila do telefone público.
— Perdão? — lanço a ele um olhar incinerador, revirando minha bolsa à procura de moedas.
— Dá pra ir logo, madame? Você não é a única que precisa ligar para alguém!
— Eu também tive que esperar minha vez. Com licença. — dou as costas para o ser ranzinza, tiro o telefone do gancho e o coloco na orelha.
Hoje trabalhei à exaustão e, pois bem, agora estou a um passo de discutir com um idiota aleatório no meio da Orange Avenue. Visitei duas clínicas de reabilitação em San Diego, palestrei para muitas pessoas e ajudei nas atividades recreativas. Foi o primeiro dia que deixei Sixx totalmente sozinho, até que ponto ele se controlaria? Pensar nisso não me agrada de jeito nenhum. A parte "boa" é que houve um compromisso da banda e todos estão sóbrios, pelo menos é o que me disseram. Não sei se deveria confiar neles, contudo, infelizmente fico de mãos atadas.
Disco o número da casa de Nikki e aguardo na linha até os toques cessarem. Sua voz surge em meio aos chiados:
— Alô?
— Oi, baby. Sou eu.
— Oi, linda! Cadê você?
— Ainda em San Diego. Quis te ligar antes de pegar estrada. Está com os meninos?
— Nah. Eles já foram embora. Conversamos sobre o álbum novo e marcamos o início das gravações. Vamos trabalhar durante seis meses num estúdio no Canadá.
— Canadá?! Seis meses?! E você diz isso na maior naturalidade?
— Calma, honey, vou dar um jeito. Prometo que nos veremos toda semana.