Destiny Kelly O'Connor, filha única de pais separados, cresceu em um ambiente familiar abusivo, o que a levou a fugir de casa com apenas 19 anos no início da década de 1980.
Perdida pelas ruas da caótica cidade de Los Angeles, totalmente só, ela se...
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DESTINY
— BRANDI FOI EMBORA, boneca.Você já pode sair daí. — Nikki me avisa do outro lado da porta com uma risada zombeteira na voz.
Abro o trinco e saio do banheiro como se nada me abalasse, o que é uma tremenda mentira. Óbvio que estar no mesmo lugar que sua ex-esposa me afetaria. Não tenho sangue frio, não quero que ela saiba da minha existência, então preferi me esconder. Foi a escolha mais sensata, no final das contas.
— Onde Gunner está?
— Na sala. — o moreno agarra minha mão e me conduz ao cômodo ao lado, em passos largos, eu o sigo calmamente. — Destiny, não precisa fazer essa cara de quem viu um fantasma. Juro que ele é um garoto bonzinho. — diz entre risos.
— Sim, claro, sei disso. Quando Brandi voltará de viagem?
— Daqui a cinco dias.
Concordo com um meneio de cabeça. Espero que esse menino não nos dê trabalho. Assim sendo, ao pisarmos na sala, imediatamente paralisamos em estado de choque com a cena à nossa frente.
— Gunner Nicholas Sixx! — Nikki esbraveja o mais alto possível.
Caralho...
O garotinho endemoniado, segurando um giz de cera vermelho, rabisca a parede branca e gargalha da própria arte, muitas figuras infantis abstratas deixadas por onde passou, o verdadeiro show de horrores.
Bem que dizem, silêncio de criança é sempre suspeito.
Boquiaberta e, ainda petrificada, testemunho Sixx correr em direção ao filho para arrancar a arma do crime da sua mão minúscula, fuzilando de raiva. Se ele estivesse dentro de um desenho animado, com certeza sopraria fumaça pelos ouvidos. Gunner abre um berreiro geral e se joga no chão.
— Vamos ignorar. É o melhor a se fazer, acho. — Nikki conclui, meio desesperado, encarando-me.
— Ok, ok, você que manda! Não entendo nada de crianças mesmo. — sussurro a última parte.
— Foram só cinco segundos de distração, porra...
— Sei que não é o caso, mas um segundo de distração no trânsito é suficiente para provocar um acidente.
Nervoso, ele tropeça em um livro de colorir e em uma bolsa transversal lotada de coisas do monstrinho birrento enquanto se aproxima de mim. Pelo que parece, Brandi montou o clássico "kit viagem" que as mães costumam fazer para os filhos em situações como essa. Ponto para ela.
