Destiny Kelly O'Connor, filha única de pais separados, cresceu em um ambiente familiar abusivo, o que a levou a fugir de casa com apenas 19 anos no início da década de 1980.
Perdida pelas ruas da caótica cidade de Los Angeles, totalmente só, ela se...
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DESTINY
ENCARO-ME NO ESPELHO de corpo inteiro, dando aquela última conferida antes de sair de casa. Coloco as mãos na cintura e sorrio ao meu reflexo. Estou bonita e elegante em um conjunto branco de alfaiataria: blazer e calça pantalona. Por baixo do blazer, uso um top cropped preto acetinado de amarração frontal e, para os pés, optei por uma sandália de salto dourada só com uma tirinha brilhosa na frente, cravejada de mini pontos prateados, presa por delicados cordões cruzados nos tornozelos.
Meu cabelo está solto e revoltado do jeito que eu gosto e a maquiagem nem muito leve, nem muito pesada, com máscara de cílios, sombra roxa glitterinada, base, blush, batom vermelho e sobrancelhas pintadas, levemente penteadas para cima, um toque wild ao visual.
Meus acessórios de hoje, básicos. Apenas um par de brincos de zircônia em formato de gota e um anel com uma grande pedra lilás no dedo anelar da mão direita.
Imagino que o look esteja apropriado para ir à festa de aniversário de um rockstar...
Na mansão do rockstar...
Com convidados rockstars.
Vince Neil faz 28 anos e Nikki, aquele varrido do juízo, não pensou duas vezes antes de me contatar.
Legal, huh? Depende do ponto de vista.
Todos do seu convívio saberão que temos um affair, ou pelo menos desconfiarão e...Isso é desconfortável. Aliás, para um homem que se envolvia comigo enquanto casado, beijava uma e depois beijava outra, muito me impressiona ele estar levando nosso lance a sério, a ponto de já querer me assumir aos amigos. Sinal de que o que sente por mim é real, que os "eu te amos" não são da boca para fora.
Paro de borrifar o perfume quando ouço uma buzina lá em baixo. Meu coração dispara de nervosismo e ansiedade. Sixx se prontificou a me buscar em casa para que não chegássemos sozinhos na festa e é óbvio que aceitei. Além de economizar combustível, algo primordial na vida de uma proletária, não passarei vergonha no meio daquela gente desconhecida e andarei em uma Ferrari pela primeira vez.
Penduro a bolsa no ombro, apago as luzes do apartamento e saio, correndo escada abaixo. Ao deixar o prédio, avisto o possante de Nikki estacionado em frente à fachada com o motor ligado e os faróis acesos. Ele pula para fora do carro e rodeia o automóvel, cumprimentando-me com um beijo e abrindo a porta para mim.
