Redenção

Dc ♚

Calcei minha Kenner, passei meu cordão em volta do pescoço, Pego minha arma atravessando-a por minhas costas pego a chave da Kawasaki.

Fui até no quarto da minha vó, peço a benção pra ela, aviso que tou metendo o pé.

— Cuidado hoje, vai ter operação lá na entrada.

Aviso ela saindo do quarto, ela sabe como é dia de operação, não sair de casa de jeito nenhum.

Sai dali peguei minha moto descendo o morro falando com todos os trabalhadores que saiam rumo a luta nessa manhã e que se dirigia a mim.

Aqui na rocinha nao mexo com ninguém e ninguém mexe comigo.
Sou respeitado, amado, aqui o povo é familia e nunca deixo familia minha passar dificuldades. Somos todos do gueto, favela tá no sangue.

Paro numa padaria que já tá aberta, compro um lanche e pio pra boca.

Entro na sala não tinha ninguém ali, me sento no sofá começo a comer enquanto os cuzão não chega, essas porra já era pra tá aqui, sabe que hoje tem corre dos bota, fica dando moleza Depois cai não sabe por que foi.

_ E aí filhão!

Turco entra na sala, o malandro já vem com o cigarro no bico.

— Tem pulmão ainda filho?

_ Nem pulmão, nem fígado, coração tenho mas nada.

Ele pega o fuzil dele joga nas costas de novo
levanta saindo.

— Tú vai pra onde mesmo, putão?

_ Vou pro escritório fazer o relatório, amanha chega aquelas paradas e preciso arrumar a grana e agilizar isso tudo, Hoje tem baile meu amor.

— Mó pau no cú.

_ E quanto a patrulha no asfalto, quem vai fazer mermo, já que todo mundo tem ficar tocado.

Ele perguntou bocejando.

— Bota o Nego Jão, Jhon e PL no perimetro um, o zé cuzão disse que vai comandar o 2 hoje.

Aporta sendo aberta, lá estava a louca que acha que é minha Fiel, Bia fazia um bico ao entrar.

_ Nem me chamou, amorzinho?

Ela fala vindo em direção a mim sentando em cima do meu pau.

_ Tá sozinho? Mas também se não tiver, quero brincar assim mesmo.

Ela fala mordendo os lábios, fazendo mó cara de safada.

— Turco está aí, bora ali no quartinho do lado.

Falo empurrando ela de cima de mim levantando puxando ela pro quartinho.

Coloco ela de quatro, coloco camisinha, enfio com força fazendo ela gemer alto, puxo com força seu cabelo enquanto estoco com força.

_ Tá doendo amor, vai com calma.

— Cala a boca Léia.

_ Quem é Léia seu filho da puta? É Bia porra.

Ela fica furiosa quando troco o nome dela.

Saio de dentro dela tirando a camisinha e jogando no lixeiro... Vou até o banheiro e me lavo.

_ Quem é Léia Dc?

— Sei lá quem diabo é Léia porra.

_ Tú presta atenção caralho, Se eu descobrir que tu tá com outra, tú vai ver.

— Vou ver o que caralho? Tú pensa que é minha dona né Bia, pois não se acha não.
Tú só serve pra me aliviar, só isso porra, então se põem no teu lugar. Te deixei bem claro desde do início, que não tava atrás de fiel não, tava atrás de uma puta. Porque tú mermo disse que só queria que te bancasse porra, desde do início disse que só era pela a grana e agora vem com esse caô pro meu lado.

_ Tú sempre tem um jeito de me deixar pra baixo não é Dc, sempre me humilhando.

— Pega teu dinheiro, mete o pé.

Entrego pra ela quinhentos reais.

_ Só vou pegar esse dinheiro porquê meu Mega Hair está caindo, se não nem pegaria Esse teu dinheiro.

— Essa é a melhor desculpa que tú arrumou?

Encaro a interesseira a minha frente.

_ Há amor, não fala isso.

Ela fala fazendo manha, reviro os olhos enjoando da voz falsa, melosa dela.

Ela sai da sala falando algumas coisas que não dou a mínima atenção.
Não sou do tipo de cara que espanca, nunca tive que abusar de nenhuma mina pra conseguir o que quero, nunca gostei de ficar falando ao vento que banco essa porra.

Mas sei quem cola em mim por interesse, sei que essas porra só quer grana, status, nenhuma cola de verdade. Por isso eu trato dessa maneira mermo! Minha vó sempre fez de tudo pra me criar um homem perfeito, mas não sai como ela quis, mas esse desgosto de ser abusivo como meu pai nunca dei pra ela, minha consciência conta isso.

_ AI PATRÃO, PAGA UMA RODADA PRA NÓS, QUE NÓS MERECE TIO.

Nego Jão grita com o fuzil pra cima, mando um salve pros moleque que deram tudo de si pra manter os cana longe da comunidade, fizeram de tudo pra afastar os cara.

— Pode crê, cês merece porra, cola lá no bar do Cezar, manda descer a gelada, diz que é por minha conta.

_ Aí eu gostei chefe.

Subo na minha moto e puxo pro meu barraco, não tava afim de beber, tava varado de fome. Já passava das cinco da tarde, ainda não tinha comido nada.

Tava afim de marcar com minha coroa que mandou mensagem dizendo que tinha feito o meu rango.

Desço da moto passo pelo os moleque que guarda a entrada, faço toque e entro em casa. Tiro meu boné ouço a voz da minha rainha vindo da cozinha.

_ Mas é claro boba, não se preocupa.
Não menina, nem pensar, faço questão de te levar lá comigo, também adoro!
Eu nem pensei que você novinha assim gostasse de forró! Tá bom boba, até mas tarde.

Eu fico só parado na porta ouvindo ela falar não telefone.

— Tú tá aprontando o que aí rapa?

_ Aí filho da Xuxa, vai assustar teu pai peste.

— Eu passo essa!

_ E ai, como foi a ação?

— Tranquilo graça a Deus, os moleque resolveram Tudo.

_ Graças a Deus. Eu fiquei aqui orando o dia inteiro, essas balas que não acabava mas.

— Disse que o pessoal lá da entrada onde os cana passaram, ficou mó estrago, vou concerta isso amanhã já. Mas com quem tu tava falando aí?

_ Há sim! Uma moça que conheci, um amor de pessoa, maravilhosa, ela tinha me dado o número dela outro dia, mandei uma mensagem do nada pra ela, daí começamos um papo legal. E ela disse que gosta de forró, convidei ela pra ir comigo.

— Rum sei, moça! Tú se liga nas parada dona Sandra, se liga em quem tu cola.

_ Deixa de besteira garoto, sei bem escolher minhas companhia. Agora vai tomar um banho e vem comer, cuida. Daqui a pouco começa teu furdunço, nem sei por que diabos vai fazer baile depois de uma operação, depois não sabe porque da merda.

Saio ouvindo ela resmungando, nem respondo, só calo.