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Deixo Patrícia na casa da mãe dela e desço pra boca... Paro a moto do lado e sigo ouvindo os moleques conversando, falo com eles e entro na sala. Digão e Turco tavam ali jogados.

DC- Trabalham mais não seus arrombado?

_ Tô fazendo o que aqui então olhando pra essa tua cara de cú?

Mando dedo pra ele, e me jogo na cadeira.

_ Aí, falcão tava tentando falar com tú. Disse que tá marcando aí. Tentou falar contigo, mais tu tava dando indisponível.

Pego meu celular verificando que tava desligado.

DC- Bem a filha da puta da Patrícia que desligou. Mais o que ele quer?

Enrolo um cigarro e acendo dando uma tragada.

_ Já vi que tá sério, tá de fiel agora?

Turco gasta comigo. Mando dedo pra ele!

DC- Onde que tú viu cachorro ficar só com uma? Tá só gastando tempo essa.

_ Mais não parece. Tú vive pra cima e pra baixo com ela na garupa da moto.

_ Tá com ciúme turco? Deixa de conversa fiado viado.

DC- Tô querendo saber o que o falcão quer comigo.

_ Sei não, tava todo serão ele.

Término de fumar meu cigarro e sigo pra salinha de contabilidades. Tava querendo marcar de perto o serviço dos moleque. Depois que cai com traição desses menor, eu não dou mais espaço pra nenhum, marco mesmo em cima.

....

Digão avisa que falcão tinha chegado.

DC- E aí patrão, o que manda aqui na minha humilde quebrada?

Falo fazendo toque com o velho, ele se senta a minha frente.

_ Não vou enrolar muito não. Aí, a filha do Marcinho, e a filha lá do Cézar, tá de volta na comunidade. E já vou te mandar o papo, não quero saber de ninguém, ninguém quando digo, é do maior o menor rendendo pro lado das mina. A Claide me pediu um favor, e eu rendi pra ela. Não quero saber de cobrança, não quero saber de piadinhas pro lado delas. Ela vão ter acesso a comunidade como moradores daqui. Já tão ciente de cumprir as ordem, as regras da favela, que elas já sabem qual são. Mais isso vala pra vocês também. Não quero saber de fofoca pro meu lado que tão de gastação pra cima da menor. Elas vão tá com vigia, se saírem da linha mando vazar.

Eu fico puto, que merda que falcão acha que tá fazendo?

DC- Tá mais porquê disso agora? Porra tu mermo foi um dos que criou essa merda de punição. Se não agiu na trairagem, então manda ralar da favela. Agora vem trazendo a filha e a sobrinha do cara de volta aqui pra dentro? Qual foi falcão, onde que fica minha autoridade?

_ Já dei o papo DC. Não vem gastar comigo agora não. Tú não tá nada bem na fita não sabe disso porra. Tú rendeu pra o lado dos rival, tá achando que tá com a bola toda?

DC- Se fuder falcão. De onde que cês moveram o dedo pra me ajudar lá dentro? De onde que eu agi na trairagem com a família? Porra nenhuma viado. Só entreguei uma pessoa que queria minha cabeça, e usei dos benefícios. Tú mermo tinha feito a mesma coisa se caisse no Meio dos inimigo. Não vem com essa não, são anos dando rendimentos pra vocês porra. Eu escolhi o CV, e tô fechado com a família. Mais não vem querer me taxar como traidor não.

_ Calma aí a bola DC. Só tô mandando o papo, não precisa ir lá estender tapete não. Mais é o seguinte, tem gente da pesada atrás delas. Até eu meter a mão nos cara, elas vão ficar sobre nossa proteção. Aí mais mudando de assunto. Véi, a filha do Marcinho é cheia de marra se liga, mina é pozuda, não baixa cabeça pra ninguém, peita mermo. Não nega ser filha do filho da mãe não.

Ele fala da outra maluca lá que nem me lembrava mais dela. No início senti pra caralho, vou mentir, não preciso e nunca assumiria. Mais senti por tudo, mina nova passando tanta coisa. Ainda matou o desgraçado do tio. Mais agora ela de volta, que merda falcão queria trazer essa porra de volta. Sem falar na outra lá filha do desgraçado do Cezar.

Falcão fala mais algumas coisas e sai falando que voltar a entrar em contato.

_ Mais que merda que falcão tem rabo preso com essa Claide. Essa cuzona em tudo se mete, mano impressionante como Claide tem costa quente.

Digão fala puto.

DC- Digão, tu vai ficar de olho na filha do Cezar. Todo cuidado pra cima daquelas lá é pouco. Sei que ela não iriam de trairagem, mais todo cuidado e atenção é pouco. Tô num ódio do falcão, se ele não fosse o chefe do CV eu tinha dado um tiro bem na testa dele se liga.

_ E a outra, quem vai ficar de olho?

Turco gasta comigo, mando a cara serinha pra ele que rir gastando com minha cara.

_ Tô indo ali em casa, tô brocado de fome viado.

Turco fala se levantando.

_ Tô indo lá também, aproveitar a bóia, já que sou da família.

Digão fala batendo na barriga.

DC- Tem pra mais um?

Falo e saio junto ouvindo turco falando que não é pensão a casa dele, que a mulher dele não é empregada de ninguém.
Cada um pega sua moto e da partida saindo da boca... Como a rua tava pouco movimentada deu pra ir um do lado do outro. Os poucos moradores que tinha na rua iam saindo do meio. Digão faz graça me fechando em cima do turco, já que eu tava no meio. Quando vou fechar o viado ele acelera a moto fazendo com que eu perca um pouco do controle e suba na calçada. Quando dou conta eu freio com tudo em cima de uma criança que apareceu correndo do nada no meio da rua atrás de um balão. Mano por pouco não passei por cima da moleque, o pneu pegou na perna da menor que tava toda encolhida se abaixando. Só ouço os gritos de algumas mulheres ali na rua. E vejo uma louca sair correndo do restaurante da dona Luzia e correndo pegando a pequena no colo.

_ Tá cego merda.

Ela grita pegando a criança e olhando desesperada cada canto da menina, eu fiquei parado, mano sem reação nenhuma quando vejo quem era a desgraçada que me xingava de tudo que é nome. Assim que ela levanta a cabeça nossos olhos se encontram, ela na hora fica imóvel. Digão e Turco voltam pra perto perguntando se tá tudo bem. Saio do transe vendo uma rodinha se formando, e a outra lá chegar puxando ela perguntando se a criança tava bem.
Do nada a menina começa a chorar tirando as duas dali e sumindo no meio das pessoas.

RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora