Redenção

Dc ♚

Saio do quarto sem fazer barulho, não queria acordar Ela... Não sei o que eu sinto quando vejo essa maluca, é como se ela tivesse um ímã, que me faz querer mais e mais dela. Fiquei puto mermo quando ela e Fael começaram a porra das troca de olhar no churras mais cedo, queria meter uma bala no meio da cara dos dois.

Ela não daria nada não, mais ele seria assinar meu atestado de óbito, afinal o desgraçado é filho do braço direito do chefe da facção. Não iria caçar guerra por causa de mulher, sendo que tem muitas no mundo, mesmo essa mulher sendo essa desgraça de morena que fode com minha sanidade, e sentir coisas estranha por ela.

Ao me aproximar da sala pra meter o pé já, ouço um barulho de algumas coisas caindo no chão e um choro manhoso vindo da cozinha, deveria só seguir meu caminho, mais minha curiosidade foi maior.
Me aproximando da cozinha vejo um projeto tamanho miniatura em cima de uma cadeira com a geladeira aberta, e várias coisas no chão. Sou pego de surpresa quando noto que tô rindo da cena a minha frente, a menor tava na ponta dos pés tentando tirar algo da geladeira.

_ Eu não vou sair daqui até eu te pegar seu chato.

Ela resmungava algo baixinho. Balanço a cabeça me aproximando dela, ela se assusta ao perceber que estava atrás dela.

_ Cadê a minha irmã?

Ela me olha curiosa, porém não demostra nenhum um pouco de medo, simplesmente me encara juntando as sobrancelhas em uma cara feia.

Dc- Ela tá dormindo. Me fala o que tu quer? Que eu pego pra ti.

Ela me encara e fica me olhando com os olhos semicerrados.

_ Eu tô com fome, queria pegar esse sorvete, mais a minha irmã é muito chata colocou lá em cima tá vendo? Pega pra mim, e põem no meu pratinho.

Sério, deu vontade de rir da cara feia que ela fazia falando... Juntei as coisas do chão colocando de qualquer jeito dentro da geladeira e coloquei o pote de sorvete em cima da mesa dando pra ela. Dona Sandra comeria meu fígado se me visse dando um Pote sorvete pra essa menor assim, ela fala que doce não faz bem pra criança.

Que um monte de coisa, mais se tiver coisa melhor que Coca cola, sorvete e miojo eu mudo de nome. Ela me olhava curiosa enquanto se esbanjava no pote de sorvete. Deixo ela lá sentada na mesa, e meto o pé de lá, antes de sair tranquei a porta, passei um rádio pro RN ficar de olho no barraco da maluca. Cézar me fez colocar alguém de confiança pra cuidar de longe das sobrinha, ele me fez lembrar que é o mínimo que eu devo pra elas.

{...}

Tomei um gole da minha cerveja e fiquei encarando a vista aqui de cima. Sempre que eu fazia ronda as noites eu gostava de sentar aqui em cima e ver a tranquilidade que era lá embaixo, parecia o céu de estrelas, mais era apenas as luzes dos barracos.

Apesar da minha vida ser toda errada, viver sempre esperando o pior, ou cair no sistema, ou alimentar os verme debaixo de sete palmo de terra, se é que eu vou ter essa sorte. Todo mundo querendo minha cabeça, nego que dava qualquer coisa pra tá no meu lugar, eu amo a porra dessa vida, cheia de poder, dinheiro mulher, gente fazendo tudo pra me agradar. Se me desse um N de chances pra mudar de vida, eu não iria, ficaria onde eu estou hoje em dia.

_ Tá orando pra Deus prolongar teus dias aqui na terra cuzão?

Sou disperso dos meus pensamentos com a voz do tuco soando logo atrás.

Dc- Meu contrato com ele é longo filhão.

_ Pode crê.