Alicera ♔

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_ Na moralzinho mermo, Tú é muito chata cara. Tô aqui na boa fé, prestando minha moral pra ti.

Ele insistia em me atazanar com esse vocabulário todo errado. Eu queria tanto xingar, mandar ele ir a puta que o pariu meter um soco na cara dele e mandar ele ir a merda. Mas estava com tanta dor, um sentimento de culpa por isso ter me acontecido que eu só queria ficar no meu lugar. Sinto a cama se afundando do meu lado, sério que ele tá sentando ao invés de meter o pé daqui.

_ Pô cara na moral mermo, me fala como te ajudar cara. Tô aqui de boa mermo!

Alicera - Só me deixa quieta no meu canto por favor Diego. Eu só quero ficar sozinha.

_ Vem me tirar daqui então. Eu não saio daqui nem na marra filha.

Ele fala se jogando do lado! Bufo irritada sentando na cama e não olho pra ele nem um minuto se quer!

Alicera - Já não me basta ter que passar pelo o que passei, me vem Tú pra me encher a paciência caralho meu.

_ Pode xingar, tô nem ai! Aí na moral, mó calor aqui, mano manda colocar central aqui véi.

Alicera - Me deixa em paz Diego, eu quero ficar sozinha porra.

Minha voz já não era mas minha, eu só conseguia chorar. Doía o físico, o moral tudo dentro de mim tava doendo, queria tanto minha mãe aqui comigo agora.

Por que ela foi me deixar sozinha quando eu mas preciso dela.

Sinto quando ele levanta da cama e sai do quarto me deixando sozinha, respiro aliviada, não quero saber de ninguém nesse momento, incluindo ele.

Levanto indo até o banheiro, me olho no espelho e encaro meus olhos inchados, um roxo se formando.

_ Porquê tú tá chorando? Você não tem motivos pra chorar cara, você não fez nada de errado cê entendeu? Muitas vez as coisas pelas quais nos sentimos culpados não são problemas nossos. Pô tu não tem culpa de nada não pequena. Na moral mermo, eu tava fazendo mó bagulho importante quando me ligaram falando que era tu a mina que o vacilão do morcegão tinha encostado, larguei tudo lá e vim atrás saber como tu tava cara. Então para de me tratar assim. Toma aí esse remédio.

Fiquei sem palavras com o jeito dele. Até sei o que podia ser tão importante! Porém não falo nada, só levanto do chão e pego o remédio da mão dele e tomo.

_ Tú é mó legal, chata marrenta, insuportável pra caralho. Mais tú é uma mina firmeza se ligou? Eu não tô falando isso por que rolou o que rolou entre nós não, e por que é verdade cara. De rocha mermo, tú é mó gente boa fica assim não.

Ele fala fazendo uns gestos engraçado com as mãos! E por um impulso me jogo em seus braços, eu só queria ser acolhida, ser protegida de tudo de ruim nesse momento. Por mas que eu tenha a plena certeza que ele não é essa pessoa a qual vai fazer isso, nesse momento estou muito frágil.
Encosto minha cabeça em seu peito, sinto seu peito subir e descer agitado, seu calor emanando em mim.

_ Vai deitar, descansa menor, vou te deixar sozinha.

Ele fala se afastando como se tivesse cortando contato entre nós! Mas eu queria continuar ali em seus braços, algo me prendia alí.

Alicera - Não vai.

Acabo falando baixo, mas alto o suficiente pra ele ouvir e me olhar estranhamente.

_ Na moral mermo eu vim só ver como tu tava, saber se tava precisando de alguma coisa.

Alicera - Já viu como estou, não estou nada bem. Então fica só mas um pouco.

_ Tá, só um pouco.

Faço algo inusitado, que nem eu esperava que fosse fazer essa presepada. Seguro em seu rosto puxando para mim e o beijo.

Ele exita por uns instantes mas acaba cedendo o beijo, segurando com firmeza em meus cabelos e me empurra contra a parede. Ele devorava minha boca com ansiedade, pressionando seu corpo contra o meu me fazendo esquecer dor, raiva, insegurança tudo que estava a sentir minutos atrás.
Ele me pressionava com força mas sem me machucar contra a parede, sua mão dançando em meu corpo, sentia sua ereção contra minha barriga.

_ Tem certeza disso?

Apenas aceno com a cabeça afirmando.

Quando dou por mim já estamos em minha cama, completamente nus, estava mas uma vez entregue em seus braços, carícias e desejos. Nossa conexão, química era algo inexplicável, um fogo ardia dentro de mim ao estar em seus braços.

_ Mano tú e gostosa pra caralho, eu não consigo me controlar quando te vejo porra. O que tu tá fazendo comigo bruxa?

Alicera - Eu não fiz nada.

Ele me beija enquanto se movimenta lento dentro de mim arrancando gemidos altos.

{...}

Acordo meio perdida, mal consigo
abrir os olhos com a claridade que
estava no meu quarto, tento abrir os olhos aos poucos porém o sol batia no meu rosto, um calor infernal se fazia presente.

Alicera - Droga.

Falo pra mim mesmo ao me ver nua na cama. Tento me sentar na cama minha cabeça começa a latejar forte, minha garganta seca.

Alicera-  Aí que dor insuportável.

Me recordo da noite anterior, e mas uma vez me sinto envergonhada.

Avisto meu celular na mesinha
ao lado da cama, me mexo devagar
para alcançar, pego olhando a hora, já são 12:47.

Alicera-  Merda.

Além de perder um dia de trabalho depois de todos os outros sem ir.
De brinde também havia várias ligações da minha mãe, não poderia faltar mensagens, inúmeras mensagens dela, da minha tia que resolveu aparecer. Também de Catarina. Só ignorei.

Ouço um barulho da porta se abrindo, e logo a imagem de Jhulian se forma a minha frente.

- Finalmente acordou menina, que merda foi essa que rolou aqui ontem a noite querida? Quero detalhes, todos os detalhes.

Ela fala e dá um sorriso sarcástico.

Alicera - Ver se me erra! Eu não vou contar nada.

_ Como assim cerejinha? Cara a quanto tempo você está pegando o dono do morro? Tipo cara isso são coisas que não se esconde da prima, e melhor amiga.

Mando o dedo do meio pra ela e corro pro banheiro pra romar um banho. Olho no espelho e vejo o quão feio ficou meu olho, mas outros pensamentos me tomam a mente agora.

RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora