Wonderfall

Ho'omau

❌AVISO DE GATILHO❌
O CAPITULO A SEGUI CONTEM AGRESSÃO FÍSICA E VERBAL. Caso seja sensível NÃO LEIA

Boa leitura . ♥

Ho'omau: Ter persistência e paciência para continuar sem desistir

Yibo's pov

Eu já tinha vivido tempo suficiente para provar algumas vezes da sensação agonizante de ter medo do tempo passando rápido demais, enquanto, ao mesmo tempo, sentia em meus ombros o peso de estar se arrastando lento em demasia e desejar, com todas as forças, que o tempo simplesmente parasse e me deixasse em um limbo confortável que me pouparia dos próximos pequena ansiedade com esse tipo de sensação, alguma coisa naquele espaço de vinte minutos entre esperar Stephen e chegar à casa dos meus pais em Boston me alertava que eu não deveria desejar conhecer o futuro tão rápido assim.

Talvez fosse a sensação de soco no estômago que apareceu ali no exato momento em que ouvi o tom de voz congelante da minha mãe do outro lado da linha. Talvez fosse só a minha cabeça paranoica e cheia de culpa. Talvez eu tivesse razão em estar sentindo aquele desespero oculto antecipado.

- Sr? - Stephen despertou-me de minhas divagações. - Chegamos. - Ele falou com o mesmo tom amigável e gentil de sempre, o que de alguma forma me deu alguma esperança de que estivesse tudo bem e eu estivesse apenas sendo exagerado demais com a paranoia.

"Okay, Yibo. "Calma", falei para mim mesmo, tomando profundamente o ar para dentro de meus pulmões que o receberam como ácido.

- Obrigada Steph. - agradeci-lhe e tomei um tempo para respirar novamente, antes de descer do carro.

Subir os oito degraus até a porta da minha casa foi como estar escalando o Everest no meio de uma tempestade de neve completamente nu. Eu tinha certeza que minhas pernas iriam desmontar a cada passo que dava, e ao mesmo tempo sentia meus ossos endurecendo. Por um momento precisei parar no meio dos degraus para colocar um pouco de razão em meus pensamentos.

"Não há razão para você estar assim, Yibo. O tom de voz da sua mãe não quer dizer absolutamente nada." , o lado equilibrado de mim falava. "É claro que o tom de voz da sua mãe quer dizer muita coisa. Você a conhece perfeitamente bem. É óbvio que ela já sabe de tudo.", o lado culpado e desesperado da minha mente gritou em resposta.

Não precisei ter o trabalho de colocar a mão na maçaneta e abrir a porta, pois a mesma abriu-se instantaneamente assim que cheguei ao último degrau. Uma Martha inexpressiva abriu a porta.

- Olá, menino. - ela falou com a voz em uma óbvia contenção de emoção que eu não consegui compreender.

- Oi, Martha. - A abracei como de costume, caminhando em seguida para o sofá onde deixei minha mochila enquanto Martha fechava a porta atrás de nós. - Onde está minha mãe?

- Ela está no escritório esperando por você. - Ela disse, ainda mantendo o tom indecifrável de sua voz.

- Você sabe o que ela quer comigo, não sabe Martha?

A mulher de cabelos volumosos trancou as expressões tão severamente que quase pude ver um cadeado sendo colocado em seu rosto.

- Vái logo. Ela o espera. - Ela disse, desviando-se completamente de mim, passando como uma bala para a cozinha.

Fui deixado lá, com meus dois enormes socos no estômago e uma sensação de estar prestes a dar passos para o começo do fim da minha vida. Não literalmente, mas quase. Ou talvez literalmente.

Encarei a porta do escritório por cinco segundos antes de vestir minha melhor expressão de tranquilidade e abri-la para encontrar minha mãe com uma expressão tão serena que derrubou, instantaneamente, toda preocupação e desespero que eu sentia.