Mamihlapinatapei

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Mamihlapinatapei (n.): O ato de
olhar nos olhos do outro, na esperança
de que o outro inicie o que ambos
desejam, mas ninguém tem coragem

Xiao Zhan POV

Quente, doce, úmido, gostoso, invasor, delicioso...", minha mente se afogava em palavras que descreviam a sensação de ter os lábios de Yibo enrolados aos meus, tão profundamente que nossas bocas pareciam ser uma coisa só. "Desfrutável, entorpecente, viciante, provocante.

Sua boca quente queimava a minha, mordendo-me quase que desesperadamente os lábios e sob minhas mãos, sua pele parecia desintegrar-se. As sensações que eu percebia em Yibo  deixavam-me em completo estado de êxtase, como se todo movimento ou reação dele fosse capaz de me levar à loucura, ao completo delírio. 

Como se Yibo fizesse minha alma gozar.

Meu coração, mero arquiteto de emoções alheias até aquele ponto, corria desenfreadamente por todo o meu corpo, fazendo cada milímetro do meu pau pulsar em um desejo ardente de me afogar nele nos lábios dele que eu tinha sob meus toques.

"Paixão?!", a pergunta surgiu em minha mente e teve como resposta o ritmo desenfreado do meu coração que chutava o meu peito. "Paixão...", afirmei mentalmente para mim mesmo, sentindo o meu peito arder.

Apertei-lhe a nuca, puxando-o mais para dentro de mim, como se o ato de aperta-lo fosse fazê-lo se fundir ao meu corpo. Em resposta suas mãos apertaram a minha cintura com mais força que antes, fazendo meu corpo reagir à dor prazerosa com um arrepio, que resultou em minha boca sugando ferozmente seu lábio inferior.

Quando o ar nos faltou, juntos, em perfeita sincronia, inspiramos oxigênio, mas sem descolar nossas bocas. Yibo ainda apertava minha cintura e eu não podia e nem queria tirar as mãos de seu rosto e nuca. Como se tivessemos combinando, nossos peitos subiam e deciam em um perfeito compasso, acelerados, denunciando o desespero resultante de um beijo devastador.

Sentia-me invadido, como se o Yibo tivesse rasgado minha mente, corpo e coração ao meio, fazendo de mim, seu objeto de manipulação livre.

Nos dois dias anteriores, eu havia decidido que o trataria como fazia com todos os outros alunos e nada além disso. A minha ideia de ajudá-lo em seus desejos com relação à arquitetura havia tomado proporções maiores do que eu esperava para mim mesma. Meus planos não passavam de ajudar uma aluno que, visivelmente, merecia atenção por ter os olhos tão sensíveis à profissão que escolhera, mas no final das contas, me encontrei com a mente absorvida, vinte e quatro horas por dia e todos os seus minutos, segundos e milésimos de segundo, por Wang Yibo e seu beijo repentino e gostoso; por Wang Yibo e seu olhar possessivo sobre mim; por Wang Yibo e seu cheiro de cachoeira em um dia ensolarado; por Wang Yibo e sua pele branca e delicada; por Wang Yibo e eu, Xiao Zhan, que de repente, pareceu-me ser o desejo mais consumidor, enlouquecedor e arrebatador que eu já tivera em toda a minha vida.

Todo o meu pensamento lógico e racional havia sido mandado para o espaço. Depois de cinco terças feiras e dois dias, não havia lógica ou razão que não cedessem à doce irracionalidade que era Yibo, dentro de mim. Todos os meus esforços em agir maduramente com ele eram destruídos no exato momento em que eu punha meus olhos nele. Nele e em seus olhos que me prendiam em correntes, como se eu fosse dele. Seus olhos eram como marretadas estrondosas nas minhas estruturas.

E ali, estava eu, caído aos pés de Yibo, entregue aos seus lábios e emoções, entregue aos seus medos e confusões que tanto me intrigavam, que tanto me confundiam.

- Você... me beijou. - ele falou, com a voz saindo ofegante

Senti seus lábios movimentarem-se nos meus enquanto falava e a sensação de ter sua boca movendo-se suavemente pela minha, fez-me sorrir com os lábios colados nos dele e receber de volta um sorriso que, depois de tocar meus lábios, se espalhou por todo o meu rosto.

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