Último capítulo da primeira temporada, preparem as lágrimas
•— Ela tá morta? Sei lá, a cara tá muito branca e esquisita. — Alguém comentou, a voz estava vindo de longe e eu não conseguia decifrar de quem era, apesar do timbre familiar. Tentei me mexer mas meu corpo estava petrificado, joguei a cabeça para o lado soltando um gemido baixo de dor. — Ela tá se mexendo olha!
— Não aponta o dedo, Falcão. — Outra voz, outro timbre familiar e eu ainda não conseguia identificar.
Passei a mão pelo rosto quando senti minhas órbitas girarem tontas pela quantidade de luz ao redor. Um barulho estranho e agudo soava em curtos intervalos de tempo, meu corpo todo doía como se eu tivesse sido atropelada por um trem, respirar ainda era dolorido... Firmei o olhar nas coisas ao redor, paredes brancas, diversos aparelhos monitorando meus batimentos, uma bolsa de soro pela metade que seu tubo se conectava a uma pequena agulha no meu braço, figuras ao meu redor que deviam ser pessoas mas não passavam de borrões confusos...
— Está nos ouvindo? — A figura se inclinou se abaixando para perto de mim.
— Sai de perto dela, idiota. — Outra silhueta empurrou a pessoa para o lado causando um misto de borrões na minha visão, apertei os olhos me esforçando para ficar acordada e as coisas foram se assimilando de vagar, os chutes e socos que levei na noite passada, o golpe fatal acompanhado da revelação de uma traição... Franzi o cenho ao sentir meu nariz doendo, levei a mão até o mesmo e apalpei um curativo feito de gesso, merda acho que tinha quebrado ele ontem... — Chama a enfermeira ou alguém, acho que ela tá acordando mesmo. — Senti uma mão acariciar meu cabelo, o toque era sútil e me deixou mais calma por sentir aquilo familiar, as coisas foram se ajeitando em suas formas reais e as silhuetas escuras ganhando rostos, a pessoa na minha frente me olhando com um brilho preocupado no olhar era Robby. Sorri tentando levar a outra mão até seu rosto e em específico a um corte que estava em sua testa, mas meu movimento foi impedido por algo, algo que prendia minha mão na barra da cama.
— Ei garoto, para trás. — Um homem mais velho vestido com uniforme policial se aproximou colocando o braço entre mim e Robby, forçando que um espaço entre nós dois se formasse. — Os três para fora, preciso conversar com a senhorita Kreese a sós. — Passou as ordens seriamente, levei o olhar até as pessoas no resto da sala e encontrei Falcão junto a Miguel. Olhando pela janela de vidro com persianas abertas perto da porta, Samantha e Demetri me olhavam preocupados e inquietos. — A hora da visita de vocês acabou, deixa a sua amiga e vai para fora.
— Ela não é minha amiga, é a minha namorada. — Robby o corrigiu mandando um olhar mortal, sua expressão se fechou rapidamente quando olhou para o tubo com soro conectado no meu braço. Podia sentir que Robby estava com raiva, cerrou os punhos com força baixando o olhar para o chão tentando se controlar. — Kyle... Kyle vai pagar por isso, eu te garanto. — Sussurrou baixo para mim ao se aproximar e depositar um beijo na minha testa, estava sem forças mas consegui esboçar um sorriso fraco antes que o policial empurrasse Robby e os outros garotos para fora do quarto.
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Legado Kreese - Cᴏʙʀᴀ Kᴀɪ
FanfictionDepois de dois anos presa em um reformatório pelos hábitos violentos do passado, Aya Kreese sai do reformatório e vai recomeçar uma vida ao lado de seu avô, John Kreese. O que ela não esperava era cair no meio de uma guerra entre dojos, ser perseg...