˗ˏˋ ↳ 17 ᴀʀᴇ ʏᴏᴜ ʜᴜɴɢʀʏ?

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   Soltei outro suspiro passando a mão pelo rosto, estava cansada pela viagem longa de carro que fiz nas últimas horas, e particularmente não aguentava mais vovó gritando no meu ouvido enquanto os outros membros da família me olhavam com reprovação

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   Soltei outro suspiro passando a mão pelo rosto, estava cansada pela viagem longa de carro que fiz nas últimas horas, e particularmente não aguentava mais vovó gritando no meu ouvido enquanto os outros membros da família me olhavam com reprovação. Até mesmo Sebastian, o que era bem irônico já que ele era o que mais fazia merdas ali.

— Eu entendi, vocês estão furiosos. Agora posso dormir? Eu tô cheirando a desodorante barato e crime. — Pedi elevando um pouco o tom de voz propositalmente, queria que sentisse minha irritação com aquela conversa.

— Você não tem ideia do quanto está atolada na merda, fez um acordo com o diabo e nem se importa com isso?! — Thea se aproximou furiosa, o hobby vermelho de cetim balançava ao redor do seu corpo conforme andava, ela perdeu muito peso nas últimas semanas... — Eu conheço Terry Silver há muitos mais anos que você, eu já vi a maldade naqueles olhos... Você não tem ideia na onde se meteu.

Soltei um suspiro pesado, Alli estava do outro lado da sala com uma feição triste no rosto e apoiando os cotovelos sobre os joelhos. Vovô não disse nada, apenas permaneceu quieto me olhando com aqueles olhos escuros e penetrantes, como se tivesse tudo a dizer mas nada de importante a falar. Voltei a olhar Thea, eu queria gritar com ela, queria me levantar e dizer o inferno que passei na prisão, a sensação de medo que me perturbava todas as noites, o quanto meu corpo tremia de frio na época de neve, os gritos suspeitos vindo do corredor a noite quando alguma prisioneira não pagava Dahlia. Queria contar e jogar na cara dela tudo isso, mas não tinha forças e não tinha coragem, porque só via preocupação genuína no seu olhar.

— Tudo o que eu fiz, eu fiz por amor. — Reprimi os lábios em uma linha fina e me levantei calmamente da poltrona, vovó se afastou confusa me encarando, seus fios esbranquiçados fora do coque estavam bagunçados. Sorri os arrumando e me aproximei a abraçando com todo carinho que pude, sentir o calor e seu cheiro me fez flutuar. Eu estava em casa. — Eu senti sua falta.

— Eu também, eu senti sua falta todos esses malditos dias. — Thea resmungou me acolhendo em seus braços, afofou meu cabelo com os dedos finos e fechou os olhos aproveitando aquele momento. — Por favor Aya, toma um jeito na sua vida. Eu não vou aguentar te ver algemada outra vez, eu juro que não vou.

— Eu sei... — Senti meus olhos queimaram com aquela confissão, podia sentir todo o cansaço em sua voz, podia sentir o incômodo que causava para aquela família. Mas o que eu poderia fazer para mudar aquilo? A destruição está no sangue dos Kreese, e eu definitivamente honrava meu sobrenome.

Acordei pela manhã e me senti aliviada por estar na minha cama, geralmente costumava acordar em uma que era mais dura que o chão, as inspeções eram pela manhã e não tinha como molengar. Esse dia foi diferente, acordei quase três horas mais tarde do que costumava, uma bandeja com café da manhã me esperava ao lado da cama e o dia parecia estar ótimo. Barulho de passarinhos e cheiro fresco de mar, ah como eu senti saudades disso, do vento bater no meu rosto livremente. Senti falta de ser livre.

Legado Kreese  - Cᴏʙʀᴀ KᴀɪOnde histórias criam vida. Descubra agora