Depois de dois anos presa em um reformatório pelos hábitos violentos do passado, Aya Kreese sai do reformatório e vai recomeçar uma vida ao lado de seu avô, John Kreese.
O que ela não esperava era cair no meio de uma guerra entre dojos, ser perseg...
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Algumas semanas tinham se passado, os treinos no Cobra Kai tinham ficado mais intensos já que John planejava participar do torneio. Eu me comunicava com Robby todas as vezes que era possível, as visitas tiveram que diminuir já que meu foco todo estava no karatê. Stella não entrou em contato e nem apareceu durante todas essas semanas, uma ou duas vezes cometi o erro de tentar ligar para seu celular por outro telefone, mesmo assim as chamadas nunca eram atendidas.
— Os seus inimigos vão fazer o que puderem para derrubar vocês, te tratarem como vermes fracos da terra. — As falas de john ecoavam por minha mente enquanto treinava no dojo, desferias uma sequência de socos no nosso saco de pancada. Minhas mãos já estavam doloridas e dormentes, mas não ousei parar.
Todas esses dias batendo de frente com o Miyagi-Do, os olhares feios que trocávamos nos corredores, as ofensas que alguns disparavam para provocar durante as aulas. O dia que perdi a paciência com Chris e lhe passei uma rasteira no meio do refeitório, o rapaz acabou caindo com sua bandeja de alimentos e suas vestes ficaram todas manchadas. Falcão se aproximou rindo e esticando a mão para a gente dar um toque, o olhei com desprezo e me afastei saindo do local, não tinha esquecido o que ele me fez ainda. Tudo aquilo me deixava irritada e exausta, por mais que acertássemos primeiro, por mais fizéssemos tudo ao nosso alcance para acabar com aqueles do dojo rival, eles sempre se levantavam e voltavam como uma maldita praga.
— Vocês precisam serem mais espertos, precisam sempre ter mais de um plano caso as coisas não ocorram como esperaram. Precisam saber pensar como líderes, são isso o que os alunos deste dojo são. — Respirei fundo pelas narinas sentindo elas arderem pela falta de ar, balancei a cabeça jogando o cabelo para trás e comecei a acertar chutes laterais no saco de pancadas, meu tornozelo doeu fortemente ao desferir um chute mal planejado, a dor de espalhou pelo meu tornozelo e senti um choque quando tentei colocá-lo no chão. Mordi a língua com força e levantei o olhar até os outros alunos, pareciam tão acamados quanto eu mas continuavam firme. Bufei retomando as forças e refiz minha base para voltar a chutar no saco, reprimi um grito interno ao sentir a dor no meu tornozelo fisgar.
As chamadas com Robby se tornaram os cincos minutos mais esperados do meu dia. Eu contava sobre os avanços que estava fazendo no karatê, todos os golpes novos que Kreese me ensinava, informava que Stella não tinha voltado me perturbar e que eu estava segura. Ele falava sobre os colegas do reformatório e como a convivência com eles tinha melhorado em um nível considerável. Cada dia eu sentia que Keene estava mais falante comigo, na sua companhia, aqueles cinco minutos se tornavam uma eternidade e a melhor parte do meu dia. Por mais que ele estivesse ainda hesitante se sua saída seria boa e se morar ao lado de Miguel seria uma boa ideia, acabou aceitando todos esses obstáculos já que estaríamos juntos, prometi que não iria deixá-lo sozinho nessa e ir para um abrigo não era uma opção.
Minha amizade com Robby era boa e me fazia se sentir bem, a única coisa que me incomodava era ele ainda ser apaixonado por Samantha Larusso, mesmo depois de tudo o que eles passaram. Não conseguia imaginar um mundo onde os dois ficassem juntos, não conseguia imaginar como eu me sentiria vendo os dois juntos...
