Depois de dois anos presa em um reformatório pelos hábitos violentos do passado, Aya Kreese sai do reformatório e vai recomeçar uma vida ao lado de seu avô, John Kreese.
O que ela não esperava era cair no meio de uma guerra entre dojos, ser perseg...
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O impacto dos meus lábios com o de Miguel tinha sido inesperado, tinha sido inesperado para cacete pra mim. Senti a mão do moreno segurar delicadamente meu rosto, seus dedos ásperos roçavam na pele macia da minha nuca e isso me causou arrepios, mas mesmo que aquilo fosse bom, mesmo que nossos lábios colados fossem um sentimento que eu não sabia que queria sentir, até sentir. Eu sabia que era errado, e isso no momento era a coisa mais importante para mim ali, era errado.
Empurrei Miguel antes que nosso beijo se prolongasse mais, as pessoas ao nosso redor nos olhavam boquiabertos e surpresos com aquilo, ouvi algumas fofocarem baixo sussurrando coisas que não conseguia escutar. Me levantei do chão irritada e olhando Miguel com raiva, não acredito que ele tinha feito isso... Traiu toda nossa história de amizade, sabia da minha relação com Nichols e não se importou em beijar a melhor amiga da sua ex namorada na frente de várias pessoas, isso em contar a sua ATUAL namorada junto na rodinha. Samantha nos olhava com os olhos arregalados e brilhando com lágrimas na borda, droga droga.
— Quanto tempo isso tá rolando?! — Larusso perguntou tropeçando nas palavras enquanto se levantava do chão, o clima ficou pesado e eu senti um frio subir na minha espinha. — Quanto tempo?! — Repetiu a pergunta elevando o tom de voz, Miguel abaixou a cabeça confuso e gaguejando.
— Alguns meses que a gente se vê todos os dias e...
— E sempre fomos amigos! — O corrigi cortando sua fala antes que aquilo piorasse. Passei a mão pelo rosto estressada, não tinha nem me virado mas já sentia o olhar de Robby e Nichols queimando sobre mim. — Nunca, nunca rolou nada. Eu juro para você. — Acrescentei gesticulando com a mão na direção de Larusso, estava me justificando tanto que até parecia culpada.
— Por que ele te beijou então? — Tory perguntou dando um passo à frente, seus punhos estavam cerrados e intercalava o olhar entre mim e Miguel. Ela estava com aquela expressão raivosa no rosto, seus olhos queimavam com ódio.
— Então não queria me contar que conhecia Miguel, por quê vocês estavam tendo um casinho? — Robby perguntou rindo cinicamente e com a voz ácida, estava com a testa franzida e parado perto da parede ainda. Me virei o olhando, seu olhar sobre mim era tão frio quanto uma pedra de gelo.
— Parem de ser ridículos, olhem bem para minha cara e vejam se eu tenho vocação para ser amante! — Os repreendi afirmando o tom de voz e mantendo ela firme, o olhar dos outros cobras foram até o chão no mesmo instante, pelo menos poder sobre algumas pessoas eu ainda tinha.
— Quer que eu responda? — Samantha provocou cerrando levemente os olhos, Miguel ainda estava calado olhando a cena com os olhos carregados de culpa. Idiota. — Você sempre tem que estragar tudo, não é Kreese? Você e seu avô, são suas malditas pragas que continuam perturbando minha família! — Ela cuspiu as palavras com desprezo ponderando cada uma delas, sabendo e calculando exatamente o efeito delas sobre mim. A acastanhada se aproximou em passos curtos e lentos, nem tinha notado sua proximidade se não fosse por nossos corpos a centímetros de distância, somente com Tory nos separando.
