˗ˏˋ ↳ 10 ᴘʀɪᴠᴀᴛᴇ ᴛʀᴀɪɴɪɴɢ

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    Sentiram saudades?

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    Sentiram saudades?

  A barra da minha saia azul marinha voava delicadamente com a corrente de vento morno que passava por aquela rua deserta, eu estava parada no meio da rua roendo as unhas nervosamente, meu cabelo solto deixava que os fios loiros balançasse na direção do vento e bagunçasse o penteado mais ou menos arrumado que tentei fazer utilizando grampos pequenos. Kreese estava dentro do carro ouvindo o rádio da manhã, os braços cruzados e a careta de mau humor pregada no rosto como sempre. Nunca me senti tão nervosa e ansiosa por algo bom, quis estar lá às 9 em ponto quando Robby fosse solto, queria que ele soubesse que sua saída significava alguma coisa para alguém, ou que pelo menos significava para mim.

   Tentei amenizar meus olhos roxos com maquiagem e pó no tom da minha pele, passei a noite toda transitando pela casa e ligando para Kyle, queria falar a respeito sobre aquele grupo que ele criou. Em menos de 5 horas, uma centena de adolescentes já tinham confirmado e planejavam o que iriam beber, comer ou escutar. A festa vai ocorrer na casa de praia dos pais de Kyle, uma mansão gigantesca de frente ao mar que pode abrigar todos aqueles adolescentes idiotas e bebados... O garoto não me atendeu, chegou a bloquear meu número quando minhas ligações foram muito repetitivas, me obriguei a ligar até mesmo para Stella que por sua vez, também bloqueou meu número. Quando beirava as quatro da manhã, acabei me sentando no sofá exausta pelo dia longo que tive e a ansiedade que ocupava meu peito, adormeci sentada no sofá e só acordei na manhã seguinte quando John me cobriu com um cobertor fino e tratou de fazer o nosso café da manhã.

  O sol estava começando a raiar com finos raios solares iluminando a parte mais alta do portão acizentado do reformatório, julgando pelas nuvens volumosas e escuras no céu, iria chover mais tarde. Um barulho elétrico preencheu o silêncio da rua e alguns passarinhos levantaram voo quando o grande portão começou a se abrir, lá de dentro saiu Robby acompanhado de um guarda que não era Miller, Keene usava roupas comuns e não o uniforme obrigatório do reformatório, seu estilo me lembrava os cantores de rock dos anos 80. O guarda empurrou com força uma bolsa para o acastanhado e manteve um olhar de desprezo sobre o garoto, pude perceber o incômodo dele por ser tratado daquele jeito e sua expressão de indignação, me senti sortuda por ter Miller quando sai, ele nunca me trataria assim.

  Keene caminhou até a calçada e parou mantendo a postura ereta e fechando os olhos por alguns segundos, depois de tanto tempo naquele muquifo, era óbvio que ele sentiu falta do ar puro e raios solares em sua pele. Ao abrir os olhos, vi suas íris esverdeadas ficaram mais vibrantes pela saturação da luz, seu olhar fixou em mim e senti os pelos da minha nuca arrepiarem.

O garoto começou a caminhar em minha direção de vagar, cada passo que dava, demorava uma eternidade. Mordi o lábio inferior ansiosa e coloquei as mãos para trás do corpo, sentia uma coisa estranha pela minha pele, um sentimento diferente, como se milhares de borboletas voassem livremente pelo meu estômago causando uma reação em cadeia  nos meus sentimentos para me deixarem feliz, completamente feliz. Eu me sentia assim toda vez que aquele par de olhos verdes se fixavam em mim e aquele sorriso preguiçoso escorregava pelos lábios rosados de Robby.

Legado Kreese  - Cᴏʙʀᴀ KᴀɪOnde histórias criam vida. Descubra agora