Depois de dois anos presa em um reformatório pelos hábitos violentos do passado, Aya Kreese sai do reformatório e vai recomeçar uma vida ao lado de seu avô, John Kreese.
O que ela não esperava era cair no meio de uma guerra entre dojos, ser perseg...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Dojo Cobra Kai, cerca de um ano e alguns meses atrás
Fazia alguns dias que Falcão não falava mais comigo devido nossas brigas pelo poder no dojo, não fazia questão de olhar em sua direção ou retrucar suas provocações, sabia perfeitamente que Eli estava errado por agir daquele jeito com Demetri e não iria apoiá-lo a fazer bullying com nosso amigo de infância... Não mais.
Meus dias eram longos e cansativos, geralmente desmaiava na cama depois de um treino intenso com John na minha cabeça. Fora a escola que era uma selva, temia que soubessem sobre meu passado no reformatório e eu virasse o novo centro de piadas, odiava que Demetri fosse mas não trocaria de lugar para salvar sua pele.
Geralmente acordava de manhã já pensando em como iria encerrar meu dia, meus pensamentos ficavam atordoados viajando e relembrando dos momentos com Robby no reformatório e sua voz cansada através do telefone, poderia estar ficando louca mas sentia algo diferente por aquele menino, meu coração acelerava toda vez que pensava nele e poderia pular todas as etapas da minha rotina para a parte que se encontrávamos, meus finais de semanas que geralmente podia visita-lo era meu ponto seguro. Nada que rir com Robby e tomar cafezinho na sala de espera com Miller, o atualizando sobre minha vida e fazendo fofocas do reformatório.
Miller é minha família e sempre vai ser.
Cheguei no dojo depois de fazer uma longa caminhada de casa até o mercadinho para me aquecer, retirei os sapatos subindo no tatame e fiz uma breve reverência diante de John para cumprimentá-lo. Seu humor estava bom hoje, aquele sorrisinho de lagarto estava esticado de ponta a ponta nos lábios, não me atrevi a perguntar o motivo para não estragar o momento ou o envergonhar na frente de seus alunos.
— Sensei. — Cumprimentei erguendo meu tronco da reverência, dei a mão dando um toque no ar com Kreese... Algo que os alunos tinham ensinado a ele.
— Minha neta. — Ele chamou se aproximando para bagunçar meu cabelo, um riso baixo saiu de si quando viu minha careta ao perceber que tinha desmanchado minha trança. — Dupla com a Nichols hoje. — indicou com o dedo para a loira parada no canto do tatame, gostava de Nichols e como era dedicada, apesar de não sermos tão próximas. — Entrada de golpe, todos! — John ordenou alto começando a serpentear entre os alunos para avaliar como ia o desempenho de todos.
Corri até Nichols a cumprimentando com o mesmo toque de mão, já estávamos vestidas com nossos kimonos e prontas para iniciar o exercício. Meu olhar subiu até os garotos que subiam no tatame depois de sair do vestiário, o moicano vermelho de Falcão iluminou todo o local fazendo os outros alunos tremerem de medo e se sentirem petrificados com seu olhar assassino, sua expressão ao subir até mim foi tão indiferente como todas as outras que trocávamos nos últimos dias, o mesmo olhar vago e os lábios se contorcendo em desprezo.
