Sᴘᴇᴄɪᴀʟ: Mᴇʀʀʏ Cʜʀɪsᴛᴍᴀs

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Era véspera de natal, a casa dos Mills estava perfeitamente enfeitada e exalando o espírito natalino. O casal mais promissor da sociedade conhecidos como Allie e Vicenzo Mills marcaram presença na festa com sucesso sendo os anfitriões da casa. Passavam de convidado a convidado contando sobre seu ano cheio com cirurgias e atendimentos médicos, fora os planos para os próximos anos que os dois adoravam fazer um suspense mas nunca contavam antes da hora.

   Thea e Valentim recebiam os convidados mais importantes da cidade, a humilde festa dado pelos eles chegou a acomodar na noite mais de 150 pessoas, o casarão  podia aguentar muito mais que isso mas os Mills insistiam em não serem soberbos, ou pelo menos não na véspera de natal. O prefeito e a primeira dama estavam muito bem acomodados no sofá da sala de estar, um dos vários empregados que serviam nesta noite se aproximou pedindo para servir sua taça com mais champanhe.

— Calma calma Thea, não vai querer me embebedar já cedo? Amanhã tenho uma cerimônia para abrir. — o homem riu divertidamente brincando com a velha amiga, todos riram baixo concordando com a cabeça. — Mas só mais uma taça não faz mal. — Se deixando render, Gerard permitiu que o garçom servisse mais um pouco em seu copo, o líquido amarelado chegou até a boca deixando que algumas gotas caíssem pelos lados.

— É véspera de natal, Gerard. Não seja tão rabujento. — A matriarca da família o advertiu dando um tapinha no ar. — Sabe o que combinaria mais com essa noite? Sebastien, se puder nos dar a honra. — terminando da falar, deu um aceno positivo para o primogênito da família assumir a cena.

Sebastien Mills tinha poucas notas boas na escola mas demonstrava ter um futuro brilhante pela frente, sempre trajando as melhores roupas e frequentando os melhores lugares com seus amigos da classe alta. O cabelo loiro quase ruivo chamava atenção da onde passava, era considerado o rei da escola local, todas as garotas presentes naquela sala morriam de amores pelo garoto e viviam à espera de uma chance. Naquela época ninguém sabia sobre seu vício em potencial, houve boatos tempos atrás sobre terem o visto beber em um bar durante o dia, claramente Thea abafou o caso e garantiu para todos da sociedade e do clube que frequentava que seu neto não bebia, era contra uso de bebidas e drogas. Nem mesmo ela sabia sobre o que ele estava se tornando nas sombras.

O rapaz se levantou arrumando as mangas do terno, caminhou até o centro da sala e tomou o lugar vago no banquinho à frente um piano. Pingarreou chamando a atenção de todos e analisando as teclas a sua frente, tinha vários papéis com notas de obras que ele poderia tocar, mas como ser ousado era grande parte de sua personalidade, colocou os papéis de lado na mesinha perto do piano e voltou a prestar atenção nas teclas, a atitude ousada arrancou um suspiro de orgulho de Thea, para todos verem a grande mente brilhante que seu descendente era. A obra Gymnopédie h. 1 de Eric Satie começou a fluir pela sala, os dedos do loiro deslizavam pelo piano sabendo de cor onde ir e o que tocar, como se a música fosse parte de si.

Algumas pessoas se emocionaram levando a mão até o peito, de fato não tinha outra coisa a se dizer sobre aquilo, era lindo. Allie sorrio feliz ao ver a cena, sentia tanto orgulho do próprio filho que não sabia as palavras certas para dizer. Ele era simplesmente brilhante com uma personalidade única, seu olhar foi até um grupo de garotas e deu uma piscadela a nenhuma delas em específico, um sorriso sacana surgiu em seus lábios ao ver que a maioria responderam seu gesto julgando serem únicas.

De fato todos os descentes Mills tinham algo a acrescentar ali naquela noite, menos Kristen Mills. A jovem de 11 anos ainda não tinha se descoberto uma grande artista em alguma coisa, por mais que suas notas fossem excelentes, não fazia questão de participar em nenhuma tarefa extra curricular para agradar seus pais e avós. Thea já estava se desesperando com aquilo, falar sempre em todas as ocasiões somente sobre as notas altas de Kris já tinha se tornado maçante, ela nunca iria tocar no assunto do karatê, se negava a assumir que que sua neta era uma "selvagem", por mais que as paredes de seu quarto acumulassem cada vez mais medalhas.

Legado Kreese  - Cᴏʙʀᴀ KᴀɪOnde histórias criam vida. Descubra agora