Capítulo 6

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4127 palavras

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  Após o confronto com a Lança Vermelha, os murmúrios sobre a generosidade de Bárbara cresceram gradualmente, com isso, as novas gangues da metrópoles, sabendo do que aconteceu, trataram-se de ficar longe da Leviatã. Os capitães, que sempre estavam em outros distritos, escutaram os de mais gângster comentando a respeito do acontecimento, era isso que a líder queria. O medo que as pessoas tinham pela Leviatã voltou a crescer e isso garantia mais alguns anos sem ser incomodados.

  Bárbara queria o núcleo, não as pontas, jamais perderia tempo com outras gangues.

  Uma semana depois do confronto, as coisas estavam do jeito que a líder planejou. Podia sentir o medo que tinham dela e, sinceramente, ela sempre gostou disso.

  A boate parecia mais lotada naquela noite, os olhos castanhos de Bárbara percorreram em volta, as luzes piscavam freneticamente, a música alta deixava o clima entusiasmante, as pessoas flertavam umas com as outras independente do gênero, na pista de dança, o movimento estava grande, mesmo que quase ninguém ali soubesse de fato o que estava fazendo.

  A líder observava do camarote, podia ver seus capitães espalhados pelo local, Heitor conversava com uma bela moça perto do bar, Breno enchia a cara com amigos que tinha acabado de fazer, Alexa dançava de uma maneira sexual com um cara que estava flertando desde o começo da noite, Nefertiti caminhava pelo local com uma bebida e conversava com todo mundo, ela era popular naquele lado da cidade.

  Bárbara estava com um vestido preto brilhante, diferente dos outros, esse era um pouco curto, encaixou perfeitamente no corpo dela, marcava os lugares certos, seu salto também era preto, mas não tão alto. Os brincos argolas de diamantes a enfeitavam, seu antigo relógio estava no pulso junto com uma delicada pulseira de ouro branco, presente do vice. Ela deixou de lado essa ideia de observar as pessoas e virou para trás, Ian estava no sofá vermelho no meio do lugar, o homem usava camiseta branca e uma calça jeans azul, seus tênis eram brancos, em seu pescoço, cordões de ouro, em seu pulso, uma pulseira e um relógio dourados. O asiático bebia encarando o nada, seus pensamentos estavam perdidos. 

  Bárbara se perguntou o que podia estar distraindo seu parceiro, ele era a pessoa mais focada que ela conhecia. Lentamente, a líder se aproximou do sofá vermelho, ele percebeu e levantou o olhar na direção dela, ambos sorriram. Ian foi um pouco para lado, assim a líder sentou móvel.

— Está pensando em que? — Perguntou Bárbara, ele deu mais um gole na bebida antes de responder.

— O poder está vindo mais rápido do que a gente imaginava — Ele virou o rosto para encará-la, deixou o copo na pequena mesa na frente do sofá. — Eu penso se o Matheus tivesse aqui, como teria sido? — Ian questionou. Depois, desviou o olhar. — Ele não era tão ambicioso como você, mas ele era bom.

— Ian... — A morena colocou a mão sob o rosto dele, fazendo o vice encará-la. Bárbara sabia que ele se culpava pela morte de Matheus, esse assunto sempre era abordado pelos dois, mesmo que eles acreditassem que seria a última vez que vão falar sobre isso. — Não pensa desse jeito, Matheus era bom porque nasceu assim, não importa o que aconteceria com ele, jamais deixaria de ser bom, mas nós somos diferentes. A dor é a nossa força. — Bárbara fitou os olhos escuros de Ian, que brilhavam quando eles se encaravam, ela segurou o rosto dele. — Não pense que ele era melhor por ser bom, Matheus tinha muita compaixão, essa foi sua ruína. Nós somos cruéis para sobreviver. — A líder sorriu, Ian acompanhou o sorriso dela, seus olhos se fecharam quando ele sorria com o rosto inteiro. O asiático deitou a cabeça em cima do ombro da morena, se ajeitou no sofá e colocou as pernas na mesinha. Bárbara passou o braço por ele, deu a volta pelo pescoço de Ian e entrelaçou a mão com a dele. 

ARMA DE OURO | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora