Capítulo 2

386 47 382
                                    

4134 palavras

•••

A noite na metrópoles começou a esfriar, o vento gelado fazia as bochechas de Bárbara arderem assim que ela desceu do carro. Seu corpo inteiro arrepiou com o contato do frio noturno, Ian a entregou o sobretudo que horas mais cedo, sua líder tinha jogado no banco de trás do carro enquanto reclamava de algo que ele já não se lembrava.

Bárbara agradeceu apenas com um olhar, Ian assentiu. Rapidamente, a morena vestiu-se com o sobretudo de couro preto, arrumou os cabelos e os dois começaram a entrar no luxuoso hotel, as recepcionistas sorriram ao ver os dois, Bárbara acenou, já as conhecia, Ian piscou para a loira, já a conhecia também.
Os dois seguiram para o elevador, assim que seus corpos entraram no espaço metálico, o segurança perguntou para qual andar eles iam.

— Cobertura, por favor. — Respondeu Ian, o homem assentiu e pressionou o botão. Alguns segundos depois, o elevador parou, Bárbara saiu e Ian agradeceu o segurança com um sorriso simpático.
A líder da gangue deu alguns passos até a porta da suíte, aquela coberta parecia mais uma mansão em cima de um hotel. Dois seguranças pessoais de Heitor, o capitão da primeira divisão, reconheceram Bárbara e Ian, curvando-se em respeito.

— Senhora, entre, por favor. — Bárbara assentiu e entrou na suíte, assim que seu corpo passou pela grande porta de madeira, reconheceu os rostos daqueles que estavam a esperando.

Heitor, o capitão da primeira divisão e um dos fundadores da gangue, o loiro com uma cicatriz na boca, estava parado observando a vista da metrópoles, ao seu lado, Alexa, a latina de pele alva e cabelos escuros perfeitamente lisos, capitã da quarta divisão.
No sofá aveludado cinza, no meio da sala, Breno, capitão da terceira divisão e também um dos fundadores, o negro alto de olhos verdes, fumava enquanto encarava as chamas da lareira, na poltrona, perto de onde Bárbara entrou, Nefertiti, a negra de curvas exuberantes e olhar perigoso. Capitã da segunda divisão.

  Ian passou pela poltrona de Nefertiti e sentou no sofá, não deu muita importância para apresentações ou cumprimentar seus colegas.

Bárbara os encarou e um por um notaram sua presença.

— Boa noite — Ela disse. Bárbara caminhou até parar mais próxima da poltrona de Nefertiti.

— Senhora. — Os quatro se curvaram, Bárbara assentiu e seguiu para o sofá, sentou ao lado de Ian. Heitor e Alexa sentaram no sofá na frente da líder, sabia que ela queria conversar.

— Estive no distrito de Akhenaton, as lutas estavam acontecendo como você me informou mais cedo, Alexa — Bárbara cruzou o olhar com sua subordinada, a latina assentiu. — Eles usavam o nome da Leviatã para as apostas, o organizador fazia parte da gangue há alguns meses, seu nome é Edgar, o expulsei da Leviatã, mas vocês sabem com eles são, fiquem de olho, se esse homem aparecer perto de algum local de encontro, tem a minha permissão pra dar um basta, definitivo. — Bárbara encarou os rostos de seus capitães e seu vice comandante. Eles assentiram. — Pelo o que entendi, existem mais três membros da Leviatã que organizam essas lutas em distritos mais pobres, eu fui bem clara quando disse que não queria a Leviatã vendendo perto desses lugares, nossos clientes são os mais ricos, é do distrito de Trosth para cima, como isso foi acontecer? — Questionou a comandante, parecia nervosa, mas quando que ela não estava nervosa? Os capitães se entreolharam. O primeiro a se manifestar foi Heitor.

— Sinto muito, senhora. Edgar era da minha divisão, eu o aceitei na gangue. E, pelas informações que tive, ele deu a ideia para outros membros de outras divisões participarem. A culpa é toda minha. — Heitor pronunciou, envergonhado. Bárbara o encarou, aquele mesmo olhar frio de sempre. Sem emoções. Heitor esperou sua punição.

ARMA DE OURO | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora