Capítulo 33

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 3090 palavras

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  Ian tomava analgésicos para aliviar as dores do corpo, o asiático alcançou uma garrafa de água, hidratando-se após a quantidade de remédios que ingeriu.
 Ele parecia correr contra o tempo, por isso não quis ir ao hospital, precisava agir, encontrar Bárbara antes que seja tarde. Ian se arrastou para fora do galpão, encontrando seus subordinados indo de um lado para o outro, apreensivos. Sem que percebesse, Heitor o entregou uma bolsa de gelo para colocar no ombro. O loiro sorriu brevemente, sentando no chão, recarregando sua arma.

— Tô exausto. — Comentou Heitor, puxando assunto. Ian sentou ao lado dele.

— A noite vai ser longa — Acrescentou o asiático, pensativo. — Você entende que essa pode ser a última vez que...

— Eu sei. — O loiro riu. — Nem achei que ia viver tanto.

— Para de falar besteira. 

— Tu tá em negação, ficou do mesmo jeito quando nossos amigos morreram. 

— Porra, nem pra tu mentir, podia fingir, né? — O vice se levantou, irritado. — Cadê a Nefertiti?

— Sei lá, chama ela pelo rádio. — Heitor o entregou o aparelho, apático. 

 Ian agradeceu, mas não a chamou, caminhou por entre os gangster, encontrou a capitã encostada em uma árvore, fumando. 

— Ah, te achei — Ele se aproximou. — Alguma novidade?

— Não, nem sinal dela. — A negra responde, soltando a fumaça.

— Eles falaram algo sobre resgate, querem dinheiro? Nosso poder?

— Você sabe o que eles realmente querem — Nefertiti olhou para ele. — Eles querem isso há anos.

— Escuta...

— Se eu pudesse, acharia ela sozinha, tenho medo do que pode acontecer com ela. De todas as pessoas que eu conheci, ela foi a única que estendeu a mão pra mim. — A negra falou, olhando para baixo.

  Os dois ficaram calados, sentindo o clima de funeral passando em cima deles. Ian respirou fundo, deixando os pensamentos ruins de lado.

— Você tem o vídeo da Laura? Quero ver ele de novo. — Perguntou ele, a capitã assentiu, entregando um dos seus celulares para ele. Ian assistiu o vídeo novamente, tentando encontrar algo que não percebeu antes, ele não desistiu, continuou assistindo, então Ian percebeu que da janela, luzes pareciam flutuar. — Espera... a metrópoles agora tem um porto, não é?

— Faz um ano.

— É lá que vamos procurar — Comentou ele. — Reúna os gângster.

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  Bárbara tentava adivinhar quanto tempo estava ali, passaram-se horas, a morena nem imaginava o que poderia ter acontecido no tempo que esteve desacordada. Ela deu alguns passos pelo pequeno espaço, sentindo-se em uma jaula. Suspirou, segurando nas grades. 

— Que merda. — Sussurrou. 

— Quem está aí? — Uma voz a fez soltar as grades, assustada. 

— Laura? — Perguntou ela, sentindo vontade de chorar.

— Bárbara! — A loira gritou, feliz. — Você está bem?

— Estou, você está machucada? Que lado você está? — Questionou ela, olhando pelas grades, tentando ver a loira.

— Do esquerdo, não tô machucada. — Explicou, aliviada. — Olha, me desculpa, eles estão me usando para te machucar. 

ARMA DE OURO | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora