Capítulo 16

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4300 palavras

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  Bárbara manteve o olhar fixo no rosto assustado de Laura, aos poucos, a líder se aproximou da garota, que para sua surpresa, não se afastou.

— Sim. Eu mandei darem uma surra nele, acha mesmo que alguém vai machucar você e eu não vou fazer nada? — Questionou Bárbara, com aquele sorriso petulante. Laura engoliu em seco e se virou, ficando de costas para ela. Olhou suas mãos e elas tremiam, mas não de medo, no fundo, Laura gostou do que aconteceu com Gabriel e ficou ainda mais feliz com as palavras de Bárbara.

— Não pode fazer isso. — Ela murmurou, sem conseguir encará-la. Sentiu a líder se aproximando dela, os corpos delas se encostaram levemente, causando um arrepio em Laura.

— Você pode se surpreender com as coisas que eu posso fazer nessa cidade. — Bárbara sussurrou, Laura podia ver o sorriso dela.

— Eu deveria temer por estar me envolvendo com você? — Perguntou a loira, apertando a caixa com as maçãs carameladas que comprara anteriormente.

— Não, querida. — Bárbara segurou um ombro da garota, fazendo-a se virar. — Você precisa entender que eu sou desse jeito, esse mundo cruel e sujo é onde eu sobrevivo, jamais arrastaria você pra isso, mas se quer estar comigo, terá que aceitar essas condições. — A líder encostou no rosto dela e encarou os olhos de oceano da garota.

— No dia que te conheci soube quem você era, não posso querer que mude por mim — A loira sorriu, a sinceridade de Bárbara e a preocupação com seu bem-estar fez a garota sentir as borboletas novamente. Assim, a entregou uma maçã caramelada. — E eu gostei do que fez com Gabriel. — Admitiu, rindo.

— Foi uma mulher que bateu nele. — Bárbara sorriu e mordeu a maçã, Laura gargalhou.

— Você é meio sádica, não é? — Questionou a loira, mordendo a maçã.

— Não. — Bárbara respondeu. — Ele mereceu.

  As duas trocaram olhares e desviaram no mesmo instante, em seguida, se acomodaram no banco de pedra. Os visitantes do parque passavam na frente delas animados, crianças correndo e os pais tentando trazê-las para perto, Laura inclinou a cabeça enquanto observava uma família.

— Bárbara? — Chamou a loira, a líder olhou na direção dela. — Tudo bem se fomos amigas? — Questionou Laura, a verdade é que ela não podia idealizar um futuro com Bárbara, e admitir isso estando ao lado dela foi estranho, e triste.

  Bárbara a encarou por alguns segundos, que para Laura, pareceram intermináveis, será que a magoou? Será que ela não gostou dessa pergunta?
  No final, estar com outra pessoa sempre existia dúvidas.

— É claro, podemos ser amigas. — Bárbara sorriu.

— Então eu posso te perguntar sobre algumas coisas? — Questionou Laura, sentindo seu rosto queimar. Bárbara riu.

— Pode. Somos amigas, não é? — Bárbara mordeu a maçã novamente.

— É. — A loira sorriu, terminando sua maçã. — Como você se tornou líder de uma gangue?

  Bárbara deixou seu olhar vagar antes de responder.

— O antigo líder era meu namorado, ele foi assassinado e eu matei o culpado, os superiores da Leviatã me convidaram para assumir o lugar dele, então eu aceitei. — Bárbara explicou calmamente, a dor da perda já havia passado, só sinta falta dele. Laura ouviu a palavra matei e arregalou os olhos, disfarçou seu espanto antes que a líder notasse.

— Sinto muito pelo seu namorado, eu nem sei como deve ser perder alguém assim. Eu nunca perdi alguém que realmente amava. — Laura murmurou, imaginando qual o tamanho da dor que aquela mulher carregava. Não podia julgar porque não conhecia sua história.

ARMA DE OURO | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora